Porque os corvos não lhe trouxeram água e somente alimento? Ou é simplesmente uma tentativa de acomodar a história a algo considerado mais historicamente plausível (ou seja, não milagroso)? Outros argumentam que alguém tão zeloso como Elias jamais comeria o que pássaros impuros trouxessem a ele.
Será que Noé soltou um árabe de dentro da Arca a fim de trazer vegetação no bico? Não há base filológica para traduzir esta passagem como algo que não seja “corvos”. Veremos o porque disso. Mas os estudiosos modernos geralmente concordam com “corvos” como a melhor tradução. Certos pesquisadores de peso fizeram os seguintes comentários:
“Agora é geralmente admitido que הָעֹרְבִים não significa árabes ou Orebites (os habitantes de uma cidade imaginária chamada Oreb), mas corvos.” Carl Friedrich Keil e Franz Delitzsch, Comentário do Velho Testamento (Peabody, MA: Hendrickson, 1996), 1 Ki 17:2–9.
“A palavra orev provavelmente se refere à espécie negra de cauda curta corvus rhipidurus que coloca ninhos ao redor do Mar Morto e Vale do Jordão ”. John D. Barry, Michael R. Grigoni, Michael S. Heiser et al., Faithlife Study Bible (Bellingham, WA: Logos Bible Software, 2012), 1 Ki 17:4.
A LXX também traduz isso como ‘corvos’, em grego κόραξ. (Confirma a LXX em 1 Reis 17:4) Em Gênesis 8:7 a LXX emprega a mesma palavra grega para “corvo” que encontramos no relato de Elias. Nesta passagem Noé envia um corvo para ver o que ele trará no bico. O hebraico bíblico não apoia a conclusão de que “a palavra empregada em 1 Reis 17:4 significa árabe” como dizem alguns apedeutas. Em 1 Reis ocorre a palavra עֹרֵב orev e não עֲרָב arav. É muito comum substantivos hebraicos mudarem totalmente o significado quando pronunciado com vogais diferentes, algo não prontamente perceptível para os principiantes no estudo do idioma, e que vez por outra acreditam que “inventaram a pólvora”. A pontuação vocálica não existia no tempo de Elias, contudo, as vogais sempre existiram e sempre foram pronunciadas. Os principiantes acham que os Massoretas “inventaram as vogais”, quando na verdade não é nada disso. Eles inventaram a forma gráfica delas.
A Concordância de James Strong no número 6158 lista 10 ocorrências da mesma palavra orev e todas se referem a ave que conhecemos como “corvo”.
Portanto, temos como evidência de que não eram árabes que trouxeram alimentos para o profeta Elias, por vários motivos:
1.1. Os eruditos em sua maioria não apoiam tal conclusão.
1.2. A espécie de corvo citada no relato, de fato existe ao redor do Mar Morto e Vale do Jordão.
1.3. Nenhuma passagem apoia o conceito de que habitantes locais ou de uma cidade trouxeram alimentos.
1.4. A LXX emprega a palavra grega que se refere somente a “corvos."
1.5. Todas as ocorrências da mesma palavra empregada em 1 Reis se referem ao corvo (Strong 6158).
1.6. O corvo costuma ser conhecido pela façanha de levar alimentos e outros objetos no bico.
1.7. A vocalização massorética não diz aravim, mas orevim, ou seja, corvos e não árabes.
1.8. (1 Reis 17:3) diz que Elias estava “escondido” portanto, não poderia ter sido encontrado por ninguém.
“Este prolongado milagre parece tão improvável para alguns comentaristas bíblicos, que eles sugerem que a palavra original neste caso deve ter significado “árabes” e de forma alguma “corvos”. Mas os corvos eram a escolha ideal. Ninguém suspeitaria que essas simples aves impuras, ao voarem para o ermo com restos de comida, estivessem na realidade alimentando Elias, a quem Acabe e Jezabel procuravam em todos os reinos ao redor! — 1 Reis 18:3, 4, 10.”
Creio que ficou bem claro que corvos não é pessoas como muitos dizem.
Vejam estas poucas referências que confirma que corvos é uma ave e não pessoas...
1.1. Em Gênesis 8.7 corvo é uma ave.
1.2. Em Levítico 11.15 corvo é uma ave.
1.3. Em Lucas 12.24 corvo é uma ave etc.
Pesquise numa concordância Bíblia a palavra "corvos" e Verás que corvo não pode ser uma pessoa, mas um pássaro.