sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Nota Apologética: Apocalipse 3:14

Nota Apologética:

Apocalipse 3:14

E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:

1° Argumento: As Testemunhas de Jeová defendem que Jesus foi o primeiro ser criado de Jeová, por isso Ele é chamado de "amém".

Resposta apologética: Amém é um termo em hebraico, utilizado para afirmar ou aderir a alguma coisa. Amém é uma interjeição que significa "certamente", "verdadeiramente" e "assim seja". Quando, pois se declara: Isto diz o Amém...,  indica que quem está falando é o Deus da Verdade, sendo tal declaração aplicada a Jesus. Logo, ele não pode ser parte da criação e, sim, aquele que tem autoridade sobre a própria criação que ele mesmo criou (Jo 1.1-3; 8.58,59; 10.30-33). A palavra arquiteto é derivada da palavra grega arche, mostrando que Jesus é o arquiteto de toda a criação. Deus é chamado princípio, em Ap 21.6, onde aparece a mesma palavra arche, no grego. Aplicando o raciocínio das Testemunhas de Jeová, deveríamos entender que Jeová seria  também parte da criação e não Criador?  Deus é chamado de o primeiro e o último (Is 44.6; 48.12). Jesus é chamado, também, o primeiro e o último (Ap 1.17; 2.8). Não se trata de dois primeiros e dois últimos, mas de um único Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19). 

2° Argumento: Para as Testemunhas de Jeová “princípio da criação” corrobora com sua visão de que Jesus foi criado.

Refutação apologética: Princípio da criação — A palavra grega arché, traduzida por princípio em muitas traduções da Bíblia, também significa "governador", "soberano", "origem". Assim, já que diversas passagens bíblicas atestam a eternidade de Cristo, posto ser ele o criador e sustentador de todas as coisas (Colossenses 1.16, 17; Hebreus 1.3), fica evidente que entender arché como o "primeiro de uma série", nesse caso em particular, seria pedir demais. Se ele criou todas as coisas e as sustenta, o termo "origem" cai como uma luva no contexto imediato e mais amplo. É assim que o termo princípio deve ser entendido em Apocalipse 3.14. Essa é, aliás, a forma traduzida pela versão espanhola La Bíblia de Estudio "Dios Habla Hoy". É bom também lembrar que na Tradução do Novo Mundo a expressão arché é usada em relação a Jeová (Apocalipse 22.12), sendo entendida como fonte, origem, começo; embora seja evidente, pelo contexto, que arché aplica-se ao Senhor Jesus Cristo, pois Ele também é descrito assim em Colossenses 1.18. De qualquer forma, nenhum dos termos supracitados pode ser usado para defender a idéia de que Jesus seja um ser criado. 

Nota Apologética: Apocalipse 2:17

Nota Apologética:

Apocalipse 2:17

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.

Argumento: A Igreja Apostólica da Santa Vó Rosa declara que a Vó Rosa recebeu o nome Espírito Consolador, com base neste versículo (O Consolador nos Tempos do Fim. Aldo Bertoni e Odete Corrêa Coutinho. 1989. P.97,99).

Resposta apologética: Por mais que se busque apoio na Bíblia para sustentar essa fantasia, nada se encontrará que justifique o título Espírito Consolador dado à Sra. Rosa. O texto bíblico fala do vencedor que terá um novo nome que ninguém sabe, senão aquele que recebe, não se tratando apenas de uma pessoa, mas de todo o que vencer.

Nota Apologética: Apocalipse 1:18

Nota Apologética:

Apocalipse 1:18

E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.

Argumento: A Igreja Apostólica da Santa Vó Rosa atribui à Vó Rosa a mesma autoridade ao comentar sobre Ap 1.18, quando se lê que a Jesus foram dadas as chaves da morte e do inferno (O Consolador e o Tempos do Fim. Aldo Bertoni e Odete Corrêa Coutinho. 1989. P. 38-41).

Resposta apologética: Jesus é o único que tem todo o poder no céu e na terra (Mt 28.18). Deus  não dá a outro sua glória (Is 42.8).

Nota Apologética: Apocalipse 1:17


Nota Apologética:

Apocalipse 1:17

E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;

Argumento: O Voz da Verdade declara - A Bíblia nos alerta quanto à quantidade variada de deuses. Portanto, é na própria Bíblia onde encontramos a afirmação que não há trindade.

Resposta apologética: Cremos na existência de um só Deus eternamente subsistente em três Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo (Gn 1.26 comparado com Mt 28.19). Não somos triteístas. Somos monoteístas (Is 43.10; 44.6 comparado com Ap 1.17). Outra observação importante que devemos fazer é que estranhamente este argumento utilizado pela Igreja  Voz da Verdade é o mesmo usado no islamismo. Assim como o Pr. Carlos Alberto Moysés declara várias vezes que Deus não tem sócios, sociedade ou semelhantes, Maomé no sétimo século declarava também. Ambos confundem a unidade composta de Deus, e por não entenderem a pluralidade de pessoas na unidade divina, concluem precipitadamente que se trata de uma sociedade ou sócios.

Nota Apologética: Apocalipse 1:4

Nota Apologética:

Apocalipse 1:4

João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;

Argumento: Como o Espírito Santo pode ser sete espíritos, se ele é uma só pessoa?

Resposta apologética: De acordo com a ortodoxa doutrina da Trindade, o Espírito Santo é uma pessoa, a terceira pessoa da Divindade triúna. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como "ele" (no singular). Mas João referiu-se aos "sete Espíritos que se acham diante do seu trono [de Deus]" (Ap 1.4), os quais são considerados, por muitos comentaristas, como sendo uma referência ao Espírito Santo. Mas como o Espírito Santo pôde ser sete espíritos? O livro de Apocalipse contém muito simbolismo, e esse é apenas um exemplo. Há simbolismo semelhante em outras porções desse tipo. Por exemplo, muitos acreditam que Apocalipse 12.3 fala de Satanás, mas ele é chamado de "dragão, grande, vermelho" com "sete cabeças, dez chifres". Nessa passagem, as sete cabeças e os dez chifres são atribuídos a uma só pessoa, a Satanás. Também, ao falar da besta que veio do mar, Apocalipse 13.1 diz que ela tem "dez chifres e sete cabeças". O número sete simboliza algo completo, como há sete dias numa semana completa. Outros símbolos são aplicados ao Espírito Santo nas Escrituras. Por exemplo, ele é mencionado como uma pomba em Marcos 1.10, é associado ao "vento" em João 3.8, e à água em João 4.14. Ele é ainda descrito como "línguas como de fogo" em Atos 2.3. Efésios 1.13 diz que somos "selados" pelo Espírito Santo, o que significa a propriedade que Deus tem sobre nós e a segurança da nossa salvação. Muitos estudiosos da Bíblia acreditam que a natureza sétupla do Espírito Santo pode derivar da referência em Isaías 11.2, onde ele é chamado de "Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria de entendimento, o Espírito de conselho de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor" - sete características diferentes de um só e mesmo Espírito.

 

Nota Apologética: Apocalipse 1:10

Nota Apologética:

Apocalipse 1:10

Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,

Argumento: Os adventistas não aceitam a realidade do dia do Senhor explicitado aqui neste texto.

Resposta apologética: No cristianismo não existe nenhuma legalidade com relação à guarda de um dia ou outro. Se caso isso ocorresse seríamos tão legalistas como os Adventistas e sabatistas em geral. Entretanto o Novo Testamento fala de um dia chamado “O Dia Do Senhor”. “Dia do Senhor” está expresso no caso dativo: “té kyriaké hémerà. Não existe base válida para que se questione se se trata de fato do Domingo. ATÉ HOJE ESSA É A EXPRESSÃO REGULAR PARA “DOMINGO”  NO GREGO MODERNO”.

Nota Apologética: Apocalipse 1:4

Nota Apologética:

Apocalipse 1:4

João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;

Argumento: Como o Espírito Santo pode ser sete espíritos, se ele é uma só pessoa?

Resposta apologética: De acordo com a ortodoxa doutrina da Trindade, o Espírito Santo é uma pessoa, a terceira pessoa da Divindade triúna. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como "ele" (no singular). Mas João referiu-se aos "sete Espíritos que se acham diante do seu trono [de Deus]" (Ap 1.4), os quais são considerados, por muitos comentaristas, como sendo uma referência ao Espírito Santo. Mas como o Espírito Santo pôde ser sete espíritos? O livro de Apocalipse contém muito simbolismo, e esse é apenas um exemplo. Há simbolismo semelhante em outras porções desse tipo. Por exemplo, muitos acreditam que Apocalipse 12.3 fala de Satanás, mas ele é chamado de "dragão, grande, vermelho" com "sete cabeças, dez chifres". Nessa passagem, as sete cabeças e os dez chifres são atribuídos a uma só pessoa, a Satanás. Também, ao falar da besta que veio do mar, Apocalipse 13.1 diz que ela tem "dez chifres e sete cabeças". O número sete simboliza algo completo, como há sete dias numa semana completa. Outros símbolos são aplicados ao Espírito Santo nas Escrituras. Por exemplo, ele é mencionado como uma pomba em Marcos 1.10, é associado ao "vento" em João 3.8, e à água em João 4.14. Ele é ainda descrito como "línguas como de fogo" em Atos 2.3. Efésios 1.13 diz que somos "selados" pelo Espírito Santo, o que significa a propriedade que Deus tem sobre nós e a segurança da nossa salvação. Muitos estudiosos da Bíblia acreditam que a natureza sétupla do Espírito Santo pode derivar da referência em Isaías 11.2, onde ele é chamado de "Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria de entendimento, o Espírito de conselho de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor" - sete características diferentes de um só e mesmo Espírito.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

O Parêntese

O Parêntese

1 Tessalonicenses 4:16-17

O apóstolo João diz no primeiro
capítulo de seu evangelho que “a lei foi dada por Moisés; a
graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1:17). Ele
revela assim um novo modo de Deus tratar com o homem, e dentro
desse período vemos algo que não existia no Antigo Testamento e nem
nos evangelhos: a igreja.
Jesus revelou em Mateus 16 que iria
edificar a igreja em um tempo ainda futuro. Portanto a igreja não
existia no tempo dos evangelhos, quando ainda vigorava o judaísmo.
Se você fosse um discípulo de Jesus iria participar de todas as
atividades, festas e costumes do judaísmo. Se fosse homem seria
circuncidado, iria ao templo de Jerusalém, ofereceria sacrifícios
de animais, daria o dízimo, não comeria carne de porco, não
trabalharia no sábado, etc. Você não seria cristão; você seria
judeu.
Porém no capítulo 2 de Atos tudo
muda: o Espírito Santo vem habitar na terra — na igreja,
coletivamente, e em cada crente individualmente. Se o Filho de Deus
nunca tinha habitado na terra antes, o mesmo aconteceu com o
Espírito Santo. Com a morte, ressurreição e ascensão de Jesus, o
Consolador pôde descer conforme havia sido prometido para habitar
na terra, algo inédito até então. Deus colocava de lado a nação de
Israel para tratar com um povo novo: a igreja, formada por judeus e
gentios convertidos a Cristo. No passado Deus reconhecia a
existência de dois tipos de pessoas: judeus e gentios. Agora ele
reconhece três: judeus, gentios e igreja de Deus (1 Co 10:32).
O apóstolo Paulo, a quem foi
confiado esse segredo que nenhum dos profetas do Antigo Testamento
tinha previsto, também recebeu de Deus a revelação de que Israel
seria deixado de lado por um tempo. É o parêntese, o período em que
o relógio profético parou de bater até que termine o tempo da
igreja na terra. Paulo fala disso aos romanos: “Irmãos, não
quero que ignorem este mistério, para que não se tornem
presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte, até que
chegasse a plenitude dos gentios” (Rm 11:25).
Quando o último membro for
acrescentado ao corpo, que é a igreja, terá sido atingido a
“plenitude dos gentios” e Cristo levará sua igreja para o
céu. “Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da
trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro. Depois disso, os que estivermos
vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o
encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para
sempre” (1 Ts 4:16-17).
Mas o que acontecerá aos que forem
deixados para trás nesse arrebatamento? É o que veremos nos
próximos 3 minutos.
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Dispensações

Dispensações

2 Timóteo 2:15

A palavra grega usada para
dispensação significa literalmente “administração de uma
casa” ou “economia”. Na Bíblia tem o sentido de o modo
de Deus tratar com o homem de diferentes maneiras nas diferentes
épocas. No jardim do Éden Deus tratou com o homem em um estado de
inocência. De Adão e Eva exigia-se apenas obediência a uma única
ordem, havendo uma pena para o caso de falharem. E eles falharam ao
duvidarem de Deus e darem crédito a Satanás.
Com a queda o homem deixou de ser
inocente e se tornou responsável. Deus passou a tratá-lo com base
na consciência que o homem passou a ter do bem e do mal, muito
embora fosse incapaz de evitar o mal e não tivesse poder para
praticar o bem. Do mesmo modo como ocorreu com dispensação da
inocência, a dispensação da consciência terminou em ruína. A
degradação do ser humano chegou a tal ponto que Deus precisou
destruir o mundo com um dilúvio.
A única família salva foi a de Noé,
que inaugurou a dispensação do governo, por ter sido ele a primeira
pessoa a ser revestida por Deus de autoridade para julgar seus
semelhantes e aplicar a pena de morte quando necessário. Essa
dispensação terminou igualmente em ruína. A torre que os homens
construíram em Babel atraiu o juízo de Deus, que confundiu suas
línguas e os dispersou.
Veio então a dispensação da
promessa, quando Deus ordenou que Abraão saísse da terra dos
caldeus e fosse para uma terra que lhe seria dada por herança.
Abraão saiu tão somente por fé, sem saber qual seria o seu destino.
Aquela dispensação da promessa terminou em ruína, com seus
descendentes escravizados no Egito.
Após libertos da escravidão os
israelitas receberam a dispensação da Lei, que era na base da causa
e efeito: faça isso e viverá; faça aquilo e morrerá; obedeça e será
abençoado; desobedeça e será amaldiçoado. Mais uma vez o homem
fracassou e Deus inaugurou a dispensação da graça enviando o seu
Filho. Com a vinda de Jesus “Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões” (2 Co 5:19).
A história do homem na terra
termina com a dispensação do Reino de Cristo durante o milênio. Ela
é também chamada de “dispensação da plenitude dos tempos”
(Ef 1:10). Se os profetas do Antigo Testamento olhassem para a
história da humanidade como uma linha numa folha de papel, eles não
conseguiriam ver uma parte que estaria escondida deles. Seria como
se a folha tivesse sido dobrada na dispensação da graça de Deus. O
que ficou escondido dos profetas do Antigo Testamento é o que
veremos nos próximos 3 minutos.
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Dissecando a Palavra

Dissecando a Palavra

2 Timóteo 2:15

O louvor de Zacarias, pai de João
Batista, não faz sentido para quem não é judeu, descendente de
israelitas e vivendo na expectativa do estabelecimento do Reino
prometido ao rei Davi, com a destruição de seus inimigos. Para quem
nasceu no Brasil, é descendente de europeus, africanos, asiáticos,
etc. e não tem sangue judeu, as palavras de Zacarias parecem uma
carta enviada ao endereço errado.
Quando o apóstolo Paulo escreveu ao
jovem Timóteo, ele disse algo muito importante: “Procure
apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se
envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade” (2
Tm 2:15). O verbo traduzido em nossas versões por “manejar”
tem no original grego o sentido de “dissecar”. Isto mesmo,
como faz um médico legista com seu bisturi, separando e
identificando cada órgão e sua função no corpo.
Devemos fazer o mesmo com a Palavra
de Deus, dividindo, separando e identificando cada passagem para
aplicá-la da maneira correta. Isto se faz perguntando: O que Deus
disse? A quem falou? Quando? Onde? Em que circunstâncias? Com que
objetivo? Visando qual povo, época e lugar?
Por exemplo, muita gente tenta
encaixar no cristianismo coisas que foram ditas explicitamente no
contexto do judaísmo. O resultado é a confusão de doutrinas e
igrejas que você encontra na cristandade, além de uma multidão de
pessoas decepcionadas porque as promessas que viram no Antigo
Testamento ou mesmo nos Evangelhos não funcionaram para elas. Não
funcionaram porque não eram para elas.
O cristão precisa aprender a
dissecar a Palavra da Verdade e entender como dividir a história da
humanidade a fim de entender como as coisas se encaixam nas
diferentes dispensações. Por exemplo, em Efésios 3:2 você encontra
mencionada a “dispensação da graça de Deus”. O verbo
“dispensar” significa conceder algo dentro de certas
condições. E foi o que Deus fez com os homens: em diferentes
momentos da história ele concedeu condições, responsabilidades e
promessas distintas aos homens, tratando-os de um modo distinto em
cada dispensação.
Nos próximos 3 minutos vamos fazer
algumas incisões na Palavra de Deus para identificar as principais
dispensações ou maneiras de Deus tratar com os seres humanos.
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O louvor de Zacarias

O louvor de Zacarias

Lucas 1:57-68

Isabel dá à luz um filho e os
parentes acreditam que ele será chamado de Zacarias, o nome de seu
pai. Mas ao oitavo dia Isabel revela que seu nome será João. Os
parentes então “fizeram sinais ao pai do menino, para saber como
queria que a criança se chamasse” (Lc 1:62).
Zacarias havia ficado mudo por
causa de sua incredulidade, quando o anjo anunciou que Isabel lhe
daria um filho em sua velhice. Seus parentes precisam fazer sinais
para perguntar o nome do bebê, o que sugere que ele também tenha
ficado surdo. A incredulidade não apenas impede que você fale de
Deus; a incredulidade também impede que você escute o que Deus quer
falar a você.
Zacarias escreve numa tabuinha que
o nome do menino será João, pondo fim à sua incredulidade e
acatando o que Deus lhe havia preparado. Agora, cheio do Espírito
Santo, ele passa a falar do que Deus fez. O normal seria que suas
palavras fossem de agradecimento a Deus apenas por aquela criança,
mas é de outra criança que Zacarias mais fala: de Jesus, o Cristo,
o Messias prometido a Israel.
Embora Jesus ainda estivesse no
ventre de Maria, Zacarias coloca os verbos no passado, como se tudo
já tivesse acontecido. Somente o Espírito Santo pode nos dar esta
perspectiva, olhando para as promessas futuras de Deus como tão
reais, que é como se já tivessem se concretizado.
Zacarias louva a Deus “porque
visitou e redimiu o seu povo... promoveu poderosa salvação... na
linhagem de seu servo Davi como falara pelos seus santos profetas,
na antiguidade, salvando-nos dos nossos inimigos... para mostrar
sua misericórdia aos nossos antepassados e lembrar sua santa
aliança, o juramento que fez ao nosso pai Abraão...” (Lc
1:68-75).
Mas espere um pouco! O que eu tenho
a ver com o povo de Israel, do qual Zacarias faz parte? De que me
interessa o que disseram os antigos profetas de um povo do Oriente
Médio? De que inimigos ele está falando? Se o nome de Zacarias
fosse Ching Ling, e no lugar de “Israel” estivesse escrito
“China”, será que suas palavras fariam sentido para você. A
menos que sejamos israelitas, o que não é o meu caso, nada disso
faz sentido para quem pertence a outro povo, com outra história,
outras tradições e outros antepassados.
Certamente o que Zacarias está
falando não é para mim, e você vai entender melhor o que estou
dizendo quando dissecarmos a Bíblia nos próximos 3 minutos.
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O Salvador de Maria

O Salvador de Maria

Lucas1:46-56

Quando Isabel termina seu cântico
bendizendo a Maria e ao fruto de seu ventre, é a vez de Maria dar
início ao seu belíssimo cântico, que lembra em muitos aspectos o
cântico de Ana, mãe do profeta Samuel, no Antigo Testamento. O
cântico de Maria não é de exaltação própria, mas de reconhecimento
de sua origem humilde e da graça que sobre ela foi derramada por
Deus, dando a ela o privilégio de abrigar em seu ventre Jesus, o
Salvador.
Suas primeiras palavras apontam o
caminho para qualquer um que queira se aproximar de Deus: Primeiro,
reconhecer e engrandecer o Senhor e, segundo, confessar sua
condição de pecador e necessitado de um Salvador. É o que Maria faz
ao dizer “a minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se
alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1:46). Maria não teria
chamado a Deus de “meu Salvador” se não necessitasse de
salvação como qualquer pecador. Eu acredito no que Maria disse, e
espero que você não esteja entre os que duvidam dela.
No Antigo Testamento você encontra
pelo menos três vezes a frase “não há quem não peque” (1 Rs
8:46; 2 Cr 6:36; Ec 7:20). Paulo cita uma dessas passagens na carta
aos romanos ao dizer: “Não há nenhum justo, nem um sequer; não
há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se
desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça
o bem, não há nem um sequer” (Rm 3:10-12). Ele está falando de
mim, de você, de Maria e de todos os seres humanos, com exceção de
Jesus, que não teve pai humano. Todos igualmente pecadores e
necessitados de chamar ao Senhor de “meu Salvador”.
Ao reconhecer-se necessitada de um
Salvador, Maria não incorre no pecado da mentira, do qual João fala
em sua primeira epístola: “Se afirmarmos que estamos sem pecado,
enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os
nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que
não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua
palavra não está em nós” (1 Jo 1:8-10).
A pior coisa que alguém pode
afirmar é que não é pecador. Os fariseus eram assim, e mais tarde
Jesus diria a eles que “não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores
ao arrependimento” (Lc 5:31-32). Os que dizem que Maria era sem
pecado podem ter boa intenção, mas não têm base bíblica. Jesus é o
único que nasceu sem pecado e nem poderia pecar, por ser Deus e
Homem.
Nos próximos 3 minutos Isabel tem
um filho.
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As grávidas se encontram

As grávidas se encontram

Lucas 1:39-45

Maria, grávida de Jesus, faz uma
visita a Isabel, grávida de João Batista. O encontro faz com que o
bebê no ventre de Isabel fique agitado. Esta, cheia do Espírito
Santo, começa a salmodiar e a bendizer Maria e o bebê em seu
ventre. Aqueles mais familiarizados com a Palavra de Deus sabem que
uma das consequências de se estar cheio do Espírito é falar “com
salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de
coração ao Senhor” (Ef 5:19).
Duas coisas chamam a atenção nas
palavras de Isabel. A primeira é que ela chama Maria de “mãe de
meu Senhor”. Isabel reconhece que Jesus, ainda no ventre de
Maria, é o Messias prometido a Israel. Maria passou a ser a mãe de
Jesus quando ele foi concebido em carne no seu ventre. Apesar de
Jesus ser Deus, em nenhum lugar na Bíblia você verá Maria sendo
chamada de “mãe de Deus”. Chamar Maria de “mãe de
Deus” é o mesmo que dizer que Deus não existia antes de
Maria.
“Feliz é aquela que creu que se
cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse” (Lc 1:45) — diz Isabel.
Talvez ela esteja apontando o contraste entre a fé de Maria e a
incredulidade de seu marido Zacarias, que ficou mudo por não
acreditar no que o anjo lhe havia dito. Maria, ao contrário, creu e
isto faz com que nos próximos versículos a sua boca se abra em
louvor e adoração a Deus.
Uma das consequências da fé é a
boca se abrir em testemunho, louvor e adoração. Você não se torna
cristão por falar de Cristo, mas fala de Cristo por ser cristão. O
apóstolo Paulo diz em sua segunda carta aos coríntios: “Cri, por
isso falei. Com esse mesmo espírito de fé nós também cremos e, por
isso, falamos, porque sabemos que aquele que ressuscitou ao Senhor
Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus” (2
Co 4:13-14).
O primeiro passo que você deve dar
para ser salvo é falar com Deus, confessando sua condição de
pecador e pedindo por salvação. Não por seus próprios méritos, sua
caridade ou boas obras, mas confiando que Jesus pagou na cruz por
todos os pecados que você cometeu e cometerá até o fim de sua vida
aqui. Você deve reconhecer que Jesus é Senhor, dono absoluto do seu
ser. Paulo expressa isso assim: “Se você confessar com a sua
boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê
para justiça, e com a boca se confessa para salvação” (Rm
10:9-10).
Não deixe de fazer isso já, ou você
não irá entender por que nos próximos 3 minutos Maria dirá que é
pecadora e necessitada de um Salvador.
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Crendo sem razão

Crendo sem razão

Lucas 1:36-38

Ao contrário de Zacarias, que
duvidou que sua esposa teria um filho, Maria não duvida. Apesar
daquela estranha visita, ela crê no que o anjo diz: “nada é
impossível para Deus” (Lc 1:37). Maria reage como eu e você
deveríamos reagir quando encontrássemos na Bíblia algo
extraordinário demais para a razão. “Eis aqui a serva do Senhor;
cumpra-se em mim segundo a tua palavra”, diz Maria em uma
atitude de total confiança e resignação.
O que tinha Maria para encarar a
situação com tamanha tranquilidade? A fé que vem de um trabalho do
Espírito Santo na alma. A fé e a disposição de crer no invisível. A
mesma fé necessária para entender que “o universo foi formado
pela Palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi feito do que
é visível” (Hb 11:3); a mesma fé da qual Paulo diz: “Pois
vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de
vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se
glorie” (Ef 2:8-9).
O apóstolo Paulo escreveu que
“quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do
Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de
entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente”, e
também que “olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma
imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Co
2:6-14).
Portanto, nem perca seu tempo
tentando entender como Deus pode ser Um e ao mesmo tempo Pai, Filho
e Espírito Santo. Ou como Jesus pôde vir ao mundo sem a
participação de um pai humano; ou como a infinitude de Deus podia
caber em um minúsculo embrião. E nem gaste fosfato usando a razão
para compreender como aquele bebê indefeso viveu da infância à
idade adulta, e terminou no céu como um Homem de carne e ossos.
Você pode crer em Jesus, pode
amá-lo e conhecê-lo como seu Salvador, mas não poderá entender o
mistério de sua humanidade. “Ninguém conhece o Filho a não ser o
Pai”, disse Mateus em seu evangelho (Mt 11:27). A fé cristã se
baseia no fato de que Deus esteve no mundo em um corpo de carne,
Jesus, e que este foi feito pecado por nós e entregou sua vida numa
cruz. É impossível Deus morrer, mas Jesus morreu e ele nunca deixou
de ser Deus. Entendeu? Nem eu. Mas eu creio mesmo assim.
Nos próximos 3 minutos
acompanharemos Maria em sua visita à casa de Isabel para ouvi-las
cantar.
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Verdadeiro Deus

Verdadeiro Deus

Lucas 1:35

Gabriel não deixa Maria em
suspense. Afinal, ela quer saber como poderá ser uma virgem mãe, e
ainda mais de alguém tão extraordinário. Ele explica a Maria o
inexplicável: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do
Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, o Santo que há de
nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1:35).
Tente imaginar a cena: Maria, uma
jovem comum, morando em Nazaré, cidade da qual os judeus costumavam
dizer que nenhuma coisa boa podia vir dali (Jo 1:46), e noiva do
jovem José, que logo ficará sabendo que ela está grávida de outro.
A coisa toda já seria estranha sem a informação de que tal
concepção será virginal.
Mas o assunto de Deus em sua
Palavra não é Maria, e sim Jesus. Tudo, de Gênesis a Apocalipse,
gira em torno dele e felizes aqueles que são figurantes nos eventos
estrelados pelo Filho de Deus. Maria é uma privilegiada, porém não
foi por meio dela e para ela que Deus criou todas as coisas. Foi
por Jesus e para Jesus.
“Todas as coisas foram feitas
por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito.
Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens” — diz João na
abertura de seu evangelho. Maria é mencionada pela última vez no
início do livro de Atos. Ela não é mencionada nas epístolas ou
cartas dos apóstolos.
A concepção virginal é uma verdade
fundamental do cristianismo e qualquer pessoa ou religião que não a
confesse não é de Deus. Trata-se de um evento sobrenatural, uma
concepção do Espírito Santo. Outro ponto importante é que Jesus já
existia antes. A concepção é o início apenas de sua história
humana. João, em seu evangelho, explica que Jesus existia desde o
princípio, ou seja, na eternidade, e em sua primeira epístola o
chama de “Verdadeiro Deus”. Em Isaías 9:6, o mesmo versículo
que anuncia sua vinda como um menino, ele é chamado de
“Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da
Paz”.
Entenda também que Jesus já era
Filho de Deus antes mesmo de vir em um corpo de carne, por ser uma
das três Pessoas divinas da Trindade, juntamente com o Pai e o
Espírito Santo. Ele era Filho de Deus antes, foi Filho de Deus
durante sua vida aqui, e é Filho de Deus para sempre como Homem
ressuscitado e glorificado. Ao nascer como um ser humano ele
assumiu também títulos de Filho do Homem e Filho de Davi,
ascendência garantida por sua linhagem humana.
Nos próximos 3 minutos veja qual
foi a reação de Maria a tudo isso.
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Um Deus próximo e acessível

Um Deus próximo e acessível

Lucas 1:34; Gênesis 18

Maria não se desespera e nem
duvida, ao ouvir da boca do anjo a notícia de que ela será mãe do
Filho de Deus e futuro Rei de um reino sem fim. Deus a escolheu e a
preparou para este momento. Ela teria o privilégio de ser a mãe de
Jesus, mas antes Deus achou por bem avisá-la de seus planos. Este é
o modo de Deus.
Embora nem sempre possamos conhecer
todos os seus desígnios, ou compreender os que conhecemos, Deus
gosta de se comunicar conosco e contar aquilo que acha importante
sabermos. Ele fez assim quando o próprio Jesus, muito tempo antes
de nascer aqui em um corpo de carne, apareceu em forma humana a
Abraão acompanhado de dois anjos.
O objetivo da visita era avisar
Abraão e Sara, já nos seus cem e noventa anos de idade
respectivamente, que eles teriam um filho apesar de Sara ter sido
estéril até ali. Ela não pôde deixar de rir da notícia, sendo
repreendida pelo Senhor: “Existe alguma coisa impossível para o
Senhor?” (Gn 18:14). Mas a visita ainda não tinha terminado.
Abraão teria uma prova de quão perto e acessível é o Senhor
daqueles que são seus e têm comunhão com ele.
“Então o Senhor disse:
‘Esconderei de Abraão o que estou para fazer?’”. O que ele
estava para fazer era destruir Sodoma e Gomorra por causa do nível
de iniquidade que seus habitantes tinham atingido. O Senhor não só
dá a Abraão uma informação privilegiada, como permite que ele
interceda pela população.
“Abraão aproximou-se dele e
disse: ‘Exterminarás o justo com o ímpio? E se houver cinquenta
justos na cidade? Ainda a destruirás e não pouparás o lugar por
amor aos cinquenta justos que nele estão? Longe de ti fazer tal
coisa: matar o justo com o ímpio, tratando o justo e o ímpio da
mesma maneira. Longe de ti! Não agirá com justiça o Juiz de toda a
terra?’. Respondeu o Senhor: ‘Se eu encontrar cinquenta justos em
Sodoma, pouparei a cidade toda por amor a eles’” (Gn
18:22-33).
Abraão foi reduzindo o número de
beneficiados por sua intercessão — 45, 40, 30, 20 e 10 —, sempre
recebendo do Senhor a garantia de que não destruiria a cidade se
encontrasse aquele número de justos. Infelizmente para os
habitantes de Sodoma a intercessão de Abraão parou nos dez e Deus
encontrou apenas quatro pessoas em condições de serem salvas da
destruição: Ló, sobrinho de Abraão, sua esposa e duas filhas.
Por confiar no anjo Gabriel e no
Deus acessível que o enviara para avisá-la que ela será a mãe do
Filho de Deus, Maria sente-se à vontade para fazer a pergunta que
não quer calar: “Como acontecerá isso, se sou virgem?” (Lc
1:34). Nos próximos 3 minutos o anjo responde.
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Uma jovem singular

Uma jovem singular

Lucas 1:26-33

Zacarias e Isabel oravam por um
filho e Deus atendeu suas orações, apesar de serem velhos e terem
dúvidas se Deus responderia. Agora a visita do anjo não é a um
velho sacerdote no templo de Jerusalém, mas a uma jovem chamada
Maria.
Lucas não revela sua idade, mas
naquela época e lugar as meninas deviam ter no mínimo 12 anos para
se casarem, e os meninos 13. Maria deve ter entre 12 e 14 anos. Ela
ainda não é casada com José, apenas desposada, uma espécie de
noivado com status de casamento, porém sem relações sexuais. Maria
é a virgem.
Mas por que dizer que ela é a
virgem e não uma virgem? Porque é assim que Deus a chama na
profecia de Isaías: “Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal:
a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará
Emanuel” (Is 7:14). Setecentos anos antes Deus já tinha
escolhido o ventre no qual seu Filho assumiria a forma humana.
Ela já tinha sido mencionada na
primeira vez em que o evangelho foi proclamado no jardim do Éden.
Em Gênesis lemos que Deus avisou Satanás: “Porei inimizade entre
você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela;
este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (Gn
3:15). A mulher seria Maria, e seu descendente, Jesus.
Por isso o anjo a chama de
agraciada, isto é, beneficiada com graça. Ele não a chama de
“cheia de graça”, como alguns costumam dizer, pois isto
faria dela a fonte de graça, o que obviamente ela não é.
Imagine se você fosse uma jovem de
treze anos e um homem aparecesse dentro de sua casa dizendo ser um
anjo. Como você reagiria? Ficaria perturbada, como Maria fica aqui.
Gabriel a tranquiliza explicando que ela tinha sido agraciada por
Deus. Talvez ela ficasse mais tranquila se ele não continuasse a
mensagem:
“Você ficará grávida e dará à
luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. Ele será grande e será
chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu
pai Davi, e ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó; seu Reino
jamais terá fim” (Lc 1:31-33).
Como se a presença de um anjo já
não fosse demais para ela, o que ele diz é de tirar o fôlego: ela
irá engravidar, o filho terá um nome que significa “Jeová é o
Salvador”, será um grande homem e ao mesmo tempo divino, o
Filho do Altíssimo. Ele assumirá o trono de Davi e seu reino não
terá fim.
Que Deus preparou Maria para isso
não há dúvida. Que garota teria recebido tal informação sem
desmaiar ou se desesperar? Maria não duvida do anjo, mas ela tem
apenas uma pergunta, que faz nos próximos 3 minutos.
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Resposta tardia

Resposta tardia

Lucas 1:5-25

Zacarias é um dos sacerdotes que se
revezam no serviço do templo de Jerusalém. Sua posição é
privilegiada, porém, apesar de sempre ter orado por um filho, sua
esposa Isabel é estéril e eles já são velhos. Para um judeu, cujas
bênçãos incluíam saúde, filhos e prosperidade, a esterilidade era
motivo de tristeza e desonra.
Ao entrar no templo para oferecer
incenso, Zacarias não imagina a surpresa que o espera: um anjo em
pé à direita do altar de incenso. Zacarias leva o maior susto, mas
o anjo o tranquiliza. Apresenta-se como Gabriel e avisa que sua
oração foi ouvida: sua esposa dará à luz um filho que será chamado
João. Ele será grande diante do Senhor e converterá muitos dos
filhos de Israel ao Senhor seu Deus.
Se você entrasse em um lugar que
era para estar vazio, e encontrasse alguém dizendo ser um anjo e
anunciando que sua mulher idosa e estéril ficaria grávida de uma
celebridade, você acreditaria? Nem Zacarias acreditou, e por causa
de sua incredulidade ele ficará mudo até o nascimento da criança.
Ao sair do templo ele só consegue se comunicar por sinais ou
escrevendo. Mas sua incredulidade o impede de falar das grandes
coisas que Deus preparou para ele.
A incredulidade nos priva de muitos
privilégios. Durante anos Zacarias orou por aquela criança, e agora
que Deus avisa que a encomenda está a caminho, ele duvida! Faz
lembrar o caso de um grupo de lavradores que decidiram orar pedindo
chuva. Enquanto caminhavam sob um céu sem nuvens até o lugar
combinado, achavam graça da filhinha de um deles que levava um
guarda-chuva debaixo do braço. Foi a única que voltou para casa de
roupa seca.
A carta de Tiago, capítulo 5, diz:
“A oração de um justo é poderosa e eficaz. Elias era humano como
nós. Ele orou fervorosamente para que não chovesse, e não choveu
sobre a terra durante três anos e meio. Orou outra vez, e o céu
enviou chuva” (Tg 5:16-18). Elias era alguém igualzinho a você,
com defeitos, temores e inquietações. Mesmo assim ele orou e Deus
atendeu.
Sabia que você pode contar com Deus
em oração? Mas espere! Deus não é um mordomo ao seu comando. Ele
sempre responde às nossas orações, mas às vezes a resposta é
“Não!”. Outras vezes nós nem oramos e ele segue adiante com
seus planos, porque é Deus. E é isso que irá fazer nos próximos 3
minutos, enviando o mesmo anjo Gabriel a uma jovem recém-saída da
adolescência, para avisá-la de que ela ganhará um bebê. Porém a
jovem Maria é solteira e virgem.
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A inspiração divina

A inspiração divina

Lucas 1:1-4

A Bíblia não diz quem era Teófilo,
mas é fácil imaginar que pode ser qualquer um, inclusive eu e você.
O nome grego é composto por duas palavras, “Teo”, que
significa “Deus”, e “filo”, que é “amigo”. Se
você é amigo de Deus, então Teófilo é você. No livro de Atos, Lucas
continua escrevendo a Teófilo, portanto aquele livro é a
continuação deste evangelho.
A Bíblia é um conjunto de
livros, cada um trazendo o estilo característico de seu autor
humano e da inspiração divina. Deus não suprimiu as características
individuais dos instrumentos que inspirou, assim como o músico não
suprime as características do instrumento que toca — e todo músico
sabe que mesmo dois instrumentos idênticos emitem, cada um, o seu
som característico.
Como um jornalista em um trabalho
investigativo, Lucas fez uma pesquisa minuciosa, entrevistando
pessoas que conviveram com Jesus. Seu evangelho, o mais detalhado
dos quatro, foi escrito uns 30 anos após a morte e ressurreição de
Jesus, quando muitas testemunhas dos fatos ainda viviam. A hora era
perfeita para evitar a distorção causada pela tradição oral. Mas
será que isto quer dizer que o texto não é inspirado? Ao contrário,
isto mostra que Lucas não escreveu uma lenda, mas baseou-se em
fatos.
A prova da inspiração você descobre
nos detalhes impossíveis de serem conhecidos por Lucas ou seus
entrevistados. É o caso das impressões, sentimentos e eventos
reservados. Por exemplo, como Lucas iria saber que Zacarias e
Isabel “eram justos aos olhos de Deus”, se o próprio Deus não
tivesse lhe revelado esta impressão? Ou como poderia escrever da
angústia de Jesus em sua oração no Monte das Oliveiras? Ou de seu
suor, como gotas de sangue e do anjo que o confortava, se os
discípulos estavam dormindo e ninguém mais viu aquilo?
Veja que interessantes estas duas
citações de 1 Timóteo 5:18: “A Escritura diz: ‘Não amordace o
boi enquanto está debulhando o cereal’, e ‘o trabalhador merece o
seu salário’”. Paulo cita uma passagem do Antigo Testamento e
outra de Lucas 10, chamando ambas de “A Escritura”, termo
sempre usado para a Palavra de Deus. Paulo, que escreveu pouco
depois de Lucas, já atribuía ao seu texto o status de Sagradas
Escrituras. E Pedro, no capítulo 3 de sua segunda carta, chama de
“escrituras” também as cartas de Paulo.
Crer em Jesus implica crer também
na Bíblia como a Palavra de Deus. Afinal, como você teria conhecido
Jesus se não fosse pela revelação feita aos quatro evangelistas e
confirmada pelas epístolas dos apóstolos? Nos próximos 3 minutos
vamos conhecer Zacarias.
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Lucas 1:1-4

Lucas 1:1-4

Cada evangelho apresenta Jesus em
um diferente caráter. Mateus mostra o Rei prometido a Israel e seu
texto é repleto de expressões do tipo “cumpriu-se o que fora
dito pelo profeta”. Ali a genealogia de Jesus é desde o Rei
Davi. Mateus, um coletor de impostos, conhecia os assuntos do
governo real, enquanto Marcos é visto em Atos atuando como servo
dos apóstolos. Seu evangelho revela o Servo Jesus, portanto não
espere encontrar uma genealogia no currículo de um servo.
No evangelho de João, Jesus é o
Deus eterno, sem começo nem fim, e mesmo assim acessível ao homem.
João é o “discípulo amado”, aquele que se reclinava sobre o
peito de Jesus. Agora temos Lucas, um médico, descrevendo Jesus do
modo como só um médico poderia fazê-lo: como um ser humano. Neste
evangelho a genealogia começa em Adão, o primeiro exemplar de
humanidade.
Rei, Servo, Homem e Deus. É assim
que Jesus é apresentado nos evangelhos. Qualquer coisa menos que
isso não vem de Deus. E por falar em Escrituras, Lucas nos dá uma
boa pista de como elas foram inspiradas. Lucas, ao contrário dos
outros três evangelistas, aparentemente não teve contato direto com
Jesus. Ele não foi um apóstolo, como foram Mateus e João, e mesmo
assim Deus quis usá-lo para apresentar o Filho eterno de Deus.
Os primeiros quatro versículos nos
ajudam a entender que os textos inspirados não foram psicografados
ou escritos sob algum tipo de transe mediúnico. Os escritores não
foram usados como meras carcaças possuídas, mas estavam no total
controle de suas faculdades mentais. Paulo, em sua primeira carta
aos Coríntios, deixa claro que “os espíritos dos profetas estão
sujeitos aos profetas. Pois Deus não é Deus de desordem, mas de
paz” (1 Co 14:32-33).
Aquele que profere algo da parte de
Deus — e este é o sentido de profetizar — não perde o controle de
si, não muda o tom da voz e nem se debate como se fosse um fantoche
de alguma entidade espiritual. Isso você encontra nos rituais
pagãos e demoníacos, não nas coisas de Deus. Portanto esteja ciente
de que nem tudo o que é apresentado hoje como vindo de Deus vem
realmente de Deus. Histeria, fingimento e possessão demoníaca estão
entre as coisas que fazem alguém perder o controle de si querendo
se passar por profeta de Deus.
Devemos ser sábios, prudentes e
diligentes para discernir o que é de Deus e o que não é, e nos
próximos 3 minutos veremos Lucas fazendo assim, enquanto relata a
Teófilo este interessantíssimo relato da vida de Jesus. Mas quem é
Teófilo? Saiba nos próximos 3 minutos.
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