segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Quem sustentou Elias no Ribeiro de querite? foi corvos ou Árabes?

Algumas pessoas dizem que os corvos que sustentou Elias no Ribeiro de querite foram nômades Aribes que eram mercadores que sempre passavam perto do Ribeiro de querite, mas essa interpretação entra em contradição com o contexto geral da Bíblia, pois corvos em todas as referencias que aparecem na Bíblia é um pássaro e não uma pessoa. 

Porque os corvos não lhe trouxeram água e somente alimento? Ou é simplesmente uma tentativa de acomodar a história a algo considerado mais historicamente plausível (ou seja, não milagroso)? Outros argumentam que alguém tão zeloso como Elias jamais comeria o que pássaros impuros trouxessem a ele.

Será que Noé soltou um árabe de dentro da Arca a fim de trazer vegetação no bico? Não há base filológica para traduzir esta passagem como algo que não seja “corvos”. Veremos o porque disso. Mas os estudiosos modernos geralmente concordam com “corvos” como a melhor tradução. Certos pesquisadores de peso fizeram os seguintes comentários:

“Agora é geralmente admitido que הָעֹרְבִים não significa árabes ou Orebites (os habitantes de uma cidade imaginária chamada Oreb), mas corvos.”  Carl Friedrich Keil e Franz DelitzschComentário do Velho Testamento (Peabody, MA: Hendrickson, 1996), 1 Ki 17:2–9.

“A palavra orev provavelmente se refere à espécie negra de cauda curta corvus rhipidurus que coloca ninhos ao redor do Mar Morto e Vale do Jordão ”. John D. Barry, Michael R. Grigoni, Michael S. Heiser et al., Faithlife Study Bible (Bellingham, WA: Logos Bible Software, 2012), 1 Ki 17:4.

A LXX também traduz isso como ‘corvos’, em grego κόραξ. (Confirma a LXX em 1 Reis 17:4) Em Gênesis 8:7 a LXX emprega a mesma palavra grega para “corvo” que encontramos no relato de Elias. Nesta passagem Noé envia um corvo para ver o que ele trará no bico. O hebraico bíblico não apoia a conclusão de que “a palavra empregada em 1 Reis 17:4 significa árabe” como dizem alguns apedeutas. Em 1 Reis ocorre a palavra עֹרֵב orev e não עֲרָב arav. É muito comum substantivos hebraicos mudarem totalmente o significado quando pronunciado com vogais diferentes, algo não prontamente perceptível para os principiantes no estudo do idioma, e que vez por outra acreditam que “inventaram a pólvora”. A pontuação vocálica não existia no tempo de Elias, contudo, as vogais sempre existiram e sempre foram pronunciadas. Os principiantes acham que os Massoretas “inventaram as vogais”, quando na verdade não é nada disso. Eles inventaram a forma gráfica delas. 

A Concordância de James Strong no número 6158 lista 10 ocorrências da mesma palavra orev e todas se referem a ave que conhecemos como “corvo”.

Portanto, temos como evidência de que não eram árabes que trouxeram alimentos para o profeta Elias, por vários motivos:

1.1. Os eruditos em sua maioria não apoiam tal conclusão. 
1.2. A espécie de corvo citada no relato, de fato existe ao redor do Mar Morto e Vale do Jordão. 
1.3. Nenhuma passagem apoia o conceito de que habitantes locais ou de uma cidade trouxeram alimentos. 
1.4. A LXX emprega a palavra grega que se refere somente a “corvos."
1.5. Todas as ocorrências da mesma palavra empregada em 1 Reis se referem ao corvo (Strong 6158). 
1.6. O corvo costuma ser conhecido pela façanha de levar alimentos e outros objetos no bico.
1.7. A vocalização massorética não diz aravim, mas orevim, ou seja, corvos e não árabes.
1.8. (1 Reis 17:3) diz que Elias estava “escondido” portanto, não poderia ter sido encontrado por ninguém.

“Este prolongado milagre parece tão improvável para alguns comentaristas bíblicos, que eles sugerem que a palavra original neste caso deve ter significado “árabes” e de forma alguma “corvos”. Mas os corvos eram a escolha ideal. Ninguém suspeitaria que essas simples aves impuras, ao voarem para o ermo com restos de comida, estivessem na realidade alimentando Elias, a quem Acabe e Jezabel procuravam em todos os reinos ao redor! — 1 Reis 18:3, 4, 10.”   

Creio que ficou bem claro que corvos não é pessoas como muitos dizem. 
Vejam estas poucas referências que confirma que corvos é uma ave e não pessoas... 

1.1. Em Gênesis 8.7 corvo é uma ave. 
1.2. Em Levítico 11.15 corvo é uma ave. 
1.3. Em Lucas 12.24 corvo é uma ave etc. 

Pesquise numa concordância Bíblia a palavra "corvos" e Verás que corvo não pode ser uma pessoa, mas um pássaro. 
 

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

#22. NOVA ERA

22.1. Origem e fundação: Movimento sociocultural sincretista que tem com principal objetivo a promoção de uma cultura pagã, uma religião universalizada e a busca da compreensão dos poderes latentes da alma humana. Tem como marco de fundação a sociedade teosófica, fundada por Helena Petrovna Blavatsky em 1875, na cidade de Nova York, nos EUA. Tem como figura essencial de sua divulgação a atriz hollywoodiana Shirley
MacLaine. Não é apenas um pensamento religioso, mas envolve um abrangente sistema político, artístico, educacional, científico etc.

22.2. Textos normativos: Os livros de Helena Petrovna Blavatsky (A Doutrina Secreta, Isís sem Véu etc.). O texto considerado um ícone da apresentação do movimento para o público geral é o livro Conspiração Aquariana (de Merilyn Ferguson). Como o movimento é de cunho sincrético, adota também escrituras orientais como o I Ching, escritos hindus, budistas e taoistas, além de obras xamanistas, místicas, astrológicas etc.

22. 3. Deus: Deus é um ser impessoal cuja influência se sente em todo o cosmo (panteísmo). Somos naturalmente divinos e precisamos conhecer e liberar as forças místicas latentes em nossa alma que fazem parte da divindade. O problema humano não é o pecado, mas, sim, a ignorância de quem realmente somos ("seres divinos").

22.4. Jesus: Fazem a distinção básica entre Jesus (uma pessoa comum) e o Cristo (o nível de consciência espiritual elevado que pode ser obtido por qualquer um de nós). Jesus não é o Salvador, não era Deus encarnado, mas, sim, um dos grandes mestres iluminados, assim como Krishna, Buda, Hermes Trimegistro, Lao Tsé, Confúcio etc. Veio como um espírito elevado para conduzir a humanidade ao conhecimento gradativo sobre a "Era de Aquário" (Nova Era), que é a presente era.

22.5. Morte: Aqueles que estão sem luz continuarão reencarnado ininterruptamente (renascer na terra), levando-se em consideração as más e boas ações em sua vida passada. Possuem uma concepção pós-morte baseada nas religiões orientais. (hinduísmo, taoismo, xintoísmo etc.).

22.6. Outras crenças: Anulação do conceito tradicional de família. Defesa de um conceito global de governo e religião universal baseada no sincretismo, e união de todas as religiões. Relativismo ético e moral e fim dos absolutos de qualquer natureza.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

O sábado no livro de Atos dos apóstolos...

Introdução 
Quero analisar em amiúde todas as referencias no livro de Atos dos apóstolos onde a palavra sábado se encontra. Quero mostrar e de mostrar que em nem um lugar do livro de atos dos apóstolos o sábado não é norma para a igreja dos gentios, e que todos os textos que falam do sábado são descritivos e, portanto não podem ser usados para justificar a guarda do sábado pelas muitas referencias que se encontram no livro de Atos dos apóstolos. Vou analisar cada texto dentro do seu contexto imediato quando aparecer a palavra sábado. Quero evitar transformar um texto histórico e descritivo em normatividade para a igreja gentílica no livro de Atos dos apóstolos, pois os apóstolos de cristo no capitulo 15 de Atos evitaram isso em todas as suas cartas. Mas antes de comentar cada versículo que fala do sábado é importante verificar os grupos e pessoas que fazem parte da realidade de cada texto do livro de Atos, pois não podemos trocar as pessoas e grupos, pois cada texto foi escrito para grupos e pessoa especifica. No geral a bíblia classifica os povos em duas classes: 

1.1 - Os gentios, 
1.2 e depois os hebreus que saíram dentre os gentios quando Deus escolheu a família de Abrão.

1. Segui se os grupos

1.1 Os judeus – dentre os judeus temos vários grupos:

1.2 Os fariseus - Grupo ativo na política que se consolidou como partido sob João Hircano I (135—104 a.C.). Era um grupo leigo, não sacerdotal, rígido e legalista. Preservavam sua pureza pela observância rigorosa da lei. Procuravam difundir sua adesão à lei dando aulas nas sinagogas e nas escolas, e às vezes por meio do poder político. Aceitavam a tradição oral da interpretação da lei. 

Entre os hasidins mencionados em 1 Macabeus 2.42; 7.13 e 2Macabeus 14.6 provavelmente esta­vam os antecessores dos fariseus. Contudo, não sabemos praticamente nada sobre a diversidade ou homogeneidade dos hasidins ou sobre sua história posterior.
Tudo o que sabemos sobre os fariseus devemos a Josefo, ao Novo Testamento e a fontes rabínicas poste­riores, De acordo com Josefo, os fariseus eram um grupo ativo na política que se consolidou como par­tido sob João Hircano i (135— 104 a.C.). De acordo com os evangelhos, eles eram um grupo rígido e legalista, que Jesus rotulou de hipócrita. O livro de Atos mostra os fariseus como simpáticos ao testemunho cristão da ressurreição (5.34-39; 23.6-9) . De acordo com a Mishná e o Talmude, os fariseus foram os estudiosos e sábios do judaísmo, que tinham dedicado toda a sua vida a seguir os preceitos da Torá. Todavia, é difícil determinar quanto da tradição oral reunida na Mishná veio realmente do começo do primeiro século. 
O problema, por isso, está em decidir como usar esses vários recursos para construir nossa visão dos fariseus.
Pelo menos algumas coisas parecem claras. Os fariseus eram um grupo leigo, não sacerdotal. Preser­vavam sua pureza pela observância rigorosa da lei. 
Procuravam difundir sua adesão à lei dando aulas nas sinagogas e nas escolas, e às vezes por meio do poder político.
Os fariseus aceitavam a tradição oral da interpretação da lei (veja Mt 5 .21; Mc 7.3-13). A tradição oral preservava a jurisprudência dos sábios sobre como a lei devia ser aplicada a cada aspecto da vida diária. Os sábios diziam três coisas: “Seja incisivo no julgamento, faça muitos discípulos e levante uma cerca em tomo da lei”. A tradição oral servia, assim, como “cerca em torno da lei”, para que ninguém a transgredisse por ignorância. Os fariseus também criam em anjos e na ressurreição (veja At 23-6-8).
Durante o período dos asmoneus os fariseus eram politicamente ativos, mas parece que eles dirigiram sua atenção das questões políticas cada vez mais para assuntos como comunhão à mesa, detalhes do dízimo, leis agrícolas e aspectos de pureza, sob a influência de Hilel (por volta da época do nascimento de Jesus). Hilel, favorável a uma interpretação das Escrituras mais tolerante e livre, sofria a frequente oposição de seu contemporâneo Shamai, que defendia uma inter­pretação mais rígida, menos tolerante. De acordo com a tradição rabínica, certa vez alguém que não era judeu pediu a Hilel que lhe ensinasse toda a lei enquanto ouvia apoiado apenas sobre um pé. Hilel respondeu: “O que você detesta, não faça ao seu próximo; isso é toda a Torá; 
o resto é comentário”. Os primeiros fariseus também ensinavam que “o mundo é sustentado por três coisas: 
a lei, o culto [no templo] e atos de caridade”.
O coração do farisaísmo estava nas chaburot, asso­ciações religiosas que preservavam a pureza ritual, obedeciam às tradições orais, atendiam às necessidades da sinagoga e provavelmente tinham interesse em obras sociais. A escola de Shamai exigia do candidato um período de experiência de um ano, enquanto a escola de Hilel requeria que quem quisesse filiar se provasse que podia manter-se ritualmente puro por trinta dias. 
Depois desse tempo de experiência, o novo membro prestava juramento perante um líder da chaburã, geralmente um escriba, prometendo manter-se puro em todas as questões e dar o dízimo.
Além da sua organização interna e das suas regras de conduta, que previam a expulsão sob certas circuns­tâncias, as chaburot tinham assembléias e refeições comunitárias, que provavelmente se realizavam na sexta- feira à noite, quando começava o sábado. Os fariseus também se destacavam por seguir horas determinadas de oração e por recitar o Shemá (a confissão de fé básica do judaísmo, que consistia em Dt 6.4-9; 11.13- 21; Nm 15.37-41) pela manhã e à noite.
Depois da destruição do templo em 70 d.C., o farisaísmo destacou-se como o partido dominante no judaísmo e, entre as suas escolas, a de Hilel é a mais proeminente. Por isso, é um anacronismo avaliar o judaísmo do começo do primeiro século apenas consi­derando o ensino dos rabinos posteriores. O judaísmo do primeiro século era muito mais diversificado, contando com muitos grupos, costumes e ideais que com­petiam entre si por sobrevivência e influência. 

1.3 Os saduceus - O nome desse grupo remonta a Zadoque, sacerdote de Davi (2Sm 15.24-37). Os zadoqueus eram os sacerdotes que lideravam o culto em Jerusalém desde o tempo de Salomão. Estavam ligados a Simão II e Onias III, a linhagem sacerdotal legítima na época da revolta dos macabeus. Os zadoqueus opuseram-se aos reformadores que queriam a helenização de Jerusalém.

O nome desse grupo remonta a Zadoque, sacerdote de Davi (2Sm 15.24-37). Os zadoqueus eram os sacer­dotes que lideravam o culto em Jerusalém desde o tem­po de Salomão. Estavam ligados a Simão II e Onias III, a linhagem sacerdotal legítima na época da revolta dos “saduceus” podia ser aplicado a qualquer pessoa que se desviasse do padrão farisaico; por isso, é difícil determinar que princípios eles seguiam. Josefo menciona os saduceus pela primeira vez durante a época de João Hircano. Uma facção deles apoiou os asmoneus e retomou o controle do culto no templo. Os fariseus e os saduceus representavam duas maneiras diferentes de os judeus reagirem à pressão do helenismo — da adoção da cultura grega. Os saduceus, que geralmente eram aristocratas, tinham se adaptado até certo ponto à influência helenista. Protegiam com cuidado a prosperidade que obtinham do comércio com o mundo grego. Quanto à religião, eram conservadores, no sentido de sustentarem o templo e o sacerdócio e seguirem a fé tradicional das Escrituras hebraicas. Aceitavam apenas o Pentateuco como Escritura, e não os Profetas nem os Escritos. Diziam que a jurisprudência mais recente dos fariseus relativa à Torá era sem base, repressora, contrária à autoridade da lei escrita assim como aos melhores interesses do povo e da nação. Tam­bém não acreditavam em anjos nem na ressurreição. De acordo com josefo, fariseus e saduceus também divergiam quanto à providência divina e ao livre arbítrio humano. Os fariseus reuniam várias ênfases das Escrituras para afirmar que tudo acontecia dentro da providência divina, mas que o ser humano é livre. 
Portanto, Deus coopera com a raça humana no bem e no mal. Sem negar a liberdade e a responsabilidade humanas, os essênios foram além e afirmavam que a providência de Deus controlava e determinava tudo: o destino da pessoa e sua participação no espírito da verdade e da perversidade eram previamente ordenados. Os saduceus — de acordo com a apresentação que Josefo fez das crenças judaicas para um público romano. usando terminologia helenista— resolviam o problema da participação de Deus no mal tormando este uma gestão únicamente da escolha humana. pode ter havido alguma ligação entre os zadoqueus e os hasidins. Todavia, os zadoqueus provavelmente não devem ter tido relação direta com os sacerdotes poste­ riores que atuavam no templo, pois parece que nunca guardaram relações pacíficas com o sacerdócio de jeru- salém. No mínimo alguns sacerdotes zadoqueus saíram de Jerusalém e fundaram a comunidade dos essênios em Qumran.
A principal dificuldade para compreender os saduceus deve-se ao fato de que eles não deixaram literatura. Conhecemos os saduceus apenas pelo que nos dizem o Novo Testamento e as fontes rabínicas (dos fariseus). Ora, na literatura dos fariseus, o termo questão unicamente da escolha humana. Os saduceus “negam totalmente a existência do destino e colocam Deus além da possibilidade de fazer e planejar o mal. Eles dizem que o bem e o mal são escolhas humanas e que praticar um ou outro fica a critério do homem”.
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1.4 Os Zelotes - “Zelote” parece ter sido o rótulo de qualquer pessoa que defendia a luta armada contra a opressão romana. O partido zelote ativo durante a guerra de 66—70 d.C. era composto de sacerdotes de baixa posição hierárquica e de leigos de Jerusalém. Seu maior feito foi derrubar o governo provisório formado em Jerusalém. Josefo chamou os zelotes de “a quarta filosofia”. As primeiras três eram fariseus, saduceus e essênios. “Zelote” parece ter sido o rótulo de qualquer pessoa que defendia a luta armada contra a opressão romana. Judas, o Galileu, liderou uma revolta na Galiléia no ano 6 d.C. Muitos o consideram o fundador do partido dos zelotes, mas é discutível se realmente existiu um partido de zelotes entre 6 d.C. e os acontecimentos que levaram à Guerra dos Judeus. Entre 6 e 44 d.C., período de relativa tranquilidade, houve reações violentas apenas esporádicas aos excessos dos romanos.
Depois dessa data a resistência passiva acabou, e a lei e a ordem entraram em colapso no interior do país. Era grande o número de sicários e profetas da inter­venção dramática de Deus na luta dos judeus contra Roma. O “zelo” pela lei e pelas tradições de Israel carac­terizou muitos grupos. Por isso, durante a maior parte do primeiro século nem todos os zelotes eram revolucionários, e nem todos os revolucionários eram zelotes. Josefo menciona cinco grupos revolucionários e descreve seu papel durante a guerra: os sicários, João de Giscala e seus seguidores, Simão, filho de Giora, e seus adeptos, os idumeus e os zelotes. O partido zelote ativo durante a guerra de 66— 70 d.C. era composto de sacerdotes de baixa posição hierárquica e de leigos de Jerusalém. Seu maior feito foi derrubar o governo pro­visório formado em Jerusalém.

1.5 Os sacerdotes - Somente eles podiam realizar as cerimônias e os sacrifícios de que dependia o bem-estar do povo. Os sacerdotes espargiam sangue sobre o altar e faziam a expiação pelo pecado. O sacerdócio em Israel atingiu seu maior grau de importância durante o período helenista, quando o sumo sacerdote era não apenas o líder religioso, mas o príncipe, o líder político que falava pelo povo. Ele era o elo entre “o altar da nação e o trono dos invasores."

1.6 Os Essênios - Grupo sacerotal sectário. O centro comunitário de Qumran foi fundado em 130 a.C. puristas rituais, praticantes de oração e louvor, hierarquicamente divididos. Adotavam calendário solar, tinham refeição comunitária sagrada. Visão escatológica própria. Comentadores das escrituras. Destruído em 68 d.C.

Agora vou comentar apologética-mente os textos bíblicos que falam do sábado em Atos dos Apóstolos mostrando que Paulo e os apóstolos não guardavam o sábado e nem ensinaram os gentios a guardarem o sábado. 

O CAMINHA DE UM SÁBADO 

Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. (At 1:12 [ACF])

No capítulo 1 de atos dos apóstolos os discípulos (apóstolos) eram todos judeus e naturalmente eles guardavam o sábado, pois Deus deu o decálogo para os hebreus nome este ligado a Abraão quando saiu da sua terra para peregrinar em Canaã a terra da promessa. Depois os hebreus foram chamados em Jacó de (Israel) quando lutou com um anjo e, além desse nome os hebreus foram chamados de judeus em 430 anos depois da entrega do decálogo no monte Sinai (habitantes da Judeia). Quando Lucas menciona o sábado no versículo 12 ele não está ensinando que os apóstolos guardavam o sábado, pois Lucas só está mostrando a distância que a entre o monte das oliveiras e Jerusalém, pois não era permitido andar mais de mil metros no dia de sábado. Lucas não nos diz que a volta de Jesus ao céus foi no dia de sábado. Lucas era muito detalista em suas narrativas se o dia que Jesus voltou ao céus fosse sábado ele teria nos dado essa informação, mas a única informação que ele nos dá é geográfica sobre o sábado. Portanto usar esse texto bíblico e o versículo 12 para justificar a guarda do sábado para os gentios é uma falácia e, portando não merece crédito na exegese, hermenêutica e nem na Homilética bíblica. Depois que Jesus foi assunto ao céus, os apóstolos voltaram do monte das oliveiras para Jerusalém onde se reunirão em oração aguardando a decida do Espírito Santo e, nesse tempo os gentios ainda não tinham sido reconhecidos como Igreja. Somente depois do Pentecostes em (Atos 2 e Atos capítulo 10 ao 15 que os gentios salvos foram oficialmente reconhecidos como povo de Deus, portanto toda tentativa de condicionar os gentios à guarda do sábado usando o capítulo um de atos dos apóstolos é uma falácia. Creio que ficou bem claro que à pericope analisada de atos capítulo 1 não pode ser usada para justificar a guarda do sábado para a igreja dos gentios. 

Agora vou analisar a pericope de atos dos apóstolos no capítulo 13 e versículo 14. 

ASSENTADOS NA SINAGOGA NO DIA DE SÁBADO E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se; (At 13:14 [ACF])

"No versículo 14  de atos dos apóstolos Lucas só nos diz que Paulo e Barnabé entraram na Sinagoga e assentaram - se." Lucas não nos dá detalhes sobre o sábado se Paulo está ou não guardando o sábado, mas sabemos que Paulo era judeu e guardava esse mandamento(sábado) entre os judeus e não entre os gentios. Paulo usava os dias de sábado para evangelizar os seus irmãos judeus, mas isto não durou por muito tempo, pois os Judeus não aceitavam Paulo e Barnabé em suas sinagogas. Por essa e outras razões Paulo dedicou o seu ministério aos gentios levando Jesus Cristo aos seus corações. Não podemos esquecer que Paulo foi um escudo para a igreja dos gentios contra os judeus radicais que perseguiram os novos convertidos para convertê-los ao judaísmo, mas Paulo em todas as suas epístolas e cartas ele defendia os gentios contra o legalismo do judaísmo. 
O que Paulo ensinava e pregava nas sinagogas? Não era sobre o sábado! Mas era sobre a morte, ressurreição, exaltação de Jesus Cristo e, Paulo fazia isto usando textos bíblicos da antiga aliança para provar que Jesus é rei e Salvador não só dos judeus, mas dos gentios. 

CEGOS LEITORES E SURDOS DO SÁBADO 
Por não terem conhecido a este, os que habitavam em Jerusalém, e os seus príncipes, condenaram-no, cumprindo assim as vozes dos profetas que se leem todos os sábados. (At 13:27 [ACF])

Os textos que falam do Messias (Jesus Cristo) nos livros dos profetas eram lidos nos sábados nas sinagogas no vasto império romano, mas Paulo deixou bem claro no versículo 27 de atos dos apóstolos que os príncipes que liam e estudavam as profecias messiânicas não conheceram a Jesus Cristo o Messias das profecias e, por não conhecerem a messianidade de Jesus Cristo o condenaram a morte de cruz através dos romanos. Vejamos que a guarda do sábado não abriu os olhos dos judeus e nem a leitura da lei e dos profetas, mesmo diante de provas irrefutáveis os judeus legalistas continuaram ignorando as profecias cumpridas em Jesus Cristo. Hoje em dia não é diferente! Pois temos muitos que pregam sobre Jesus Cristo, mas ainda não entenderam as profecias da nova aliança realizada por Jesus o Messias, estes são inimigos da cruz e amigos das obras da lei da antiga aliança que não justifica os que estão debaixo da escravidão da lei. Paulo mostra que não tem como ser justificado pelas ABRAS DA LEI e, ao mesmo tempo ser salvo pela fé na graça de Deus em Jesus Cristo. Pra Paulo a graça de Jesus Cristo é suficiente para salvar o pecador, pois a lei nunca justificou e salvou alguém dos seus pecados, pelo contrário a lei matava o pecador e nem perdoava as  transgressões. 

OS GENTIOS PROSELITOS E O SÁBADO 
"E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas.(At 13:42 [ACF])

Temos um contraste no versículo 42 de atos dos apóstolos, pois os gentios mostraram mais interesse em aprender a palavra da graça no dia de sábado na Sinagoga dos judeus que os próprios judeus. Os gentios proselitos se mostraram muito mais fiéis e perseverantes na buscar de entender as palavras da antiga aliança no contexto do novo testamento na pregação de Paulo. Os judeus não ensivam plenamente as profecias cumpridas em Jesus Cristo, por que não ensivam a plena verdade de Deus em Jesus Cristo? Por que eram incrédulos e tinham inveja dos apóstolos, pois viam Paulo pregar e fazer milagres e maravilhas no nome de Jesus Cristo, pois os judeus só criam no legalismo que só produzia palavras vazias que não operava milagres e transformações nas pessoas oprimidas pelas doenças e por espíritos malignos. 

O SÁBADO E UMA REUNIÃO 
E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de DEUS. (At 13:44 [ACF])

UMA NOVA LEITURA NOS DIAS DE SÁBADO 
Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas.(At 15:21 [ACF])

(At 16:13 [ACF])
E no dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que [ali] se ajuntaram.
(At 17:2 [ACF])
E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras,
(At 18:4 [ACF])
E todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a judeus e gregos.
 
 
 

sábado, 14 de agosto de 2021

#21. MOVIMENTO HARE KRISHNA (ISKCON)

21.1. ORIGEM E FUNDAÇÃO: 
Bhaktivedanta Swami Prabhupada (1896 - 1977). Movimento de origem hinduista fundado nos EUA cujo princípio é o da autorrealização a partir da entoação do "Maha Mantra Hare Krishna". Esse mantra foi introduzido por volta de 1.500 a.C. por Chaytanya Mahaprabhu. 

21.2. TEXTOS NORMATIVOS: O Bhagavad-Gita, a revista De Volta à Divindade, as traduções e os comentários das escrituras hindus por Prabhupada e os diversos títulos escritos por ele. 

21.3. DEUS: O movimento é fundamentalmente panteísta (Deus é tudo). A manifestação divina com a qual devemos nos relacionar é o senhor Krishna. Ele é um criador pessoal. Krishna é considerado o oitavo "avatar" (encarnação de uma divindade) de Vishnu, a divindade que compõe a conhecida tríade hindu.

21.4. JESUS: Jesus não é figura central no pensamento Hare Krishna. Jesus é mencionado apenas como um guru vegetariano que ensinou a meditação e a autorrealização. Em alguns momentos, é mencionado como a própria encarnação de Krishna. Existe uma tentativa de relacioná-lo com uma manifestação ou um representante do senhor Krishna.

21.5. ESPÍRITO SANTO: Não existe nenhum conceito ou ideia de uma figura como o Espírito Santo na teologia Hare Krishna.

21.6. SALVAÇÃO: Não existe nenhum conceito de graça salvadora Na teologia Hare Krishna. O sistema soteriológico é completamente baseado em uma relação de devoção e obediência às doutrinas da ISKCON (sociedade internacional para consciência de Krishna). Atos de adoração, cânticos e rezas elevam a espiritualidade, minimizando o carma ruim. O adepto é seu próprio autossalvador por meio de suas múltiplas reencarnações.

21.7. MORTE: Como todo sistema reencarnacionista hindu, os hare
krishnas creem que são necessários inúmeros renascimentos para evolução
espiritual. Entre a morte e a próxima reencarnação, a alma continua mantendo a sua individualidade (atman), que continuará a reencarnar (também em nosso mundo), inclusive em formas inferiores de existência Até que retorne ao absoluto.

21.8. OUTRAS CRENÇAS: Reuniões devocionais muito alegres com cânticos tributados ao senhor Krishna na forma de mantras hindus. A cada reunião pública, oferece-se uma refeição aos visitantes e a todos os participantes, chamada de prasada, que é dedicada a Krishna diante do seu altar. Atraem adeptos por meio de práticas de encontros culturais hinduístas, bem como o incentivo a técnicas de relaxamento buscando o desenvolvimento da consciência da divindade inata do homem. Venda de livros e contribuições dos adeptos são necessárias para manutenção financeira do grupo. Proíbem qualquer tipo de tóxico e o estilo de vida desregrada baseada no prazer e satisfação pessoal. A relação sexual é destinada apenas para a procriação. São lactovegetarianos que, com receitas saudáveis de alimentação, atraem muitos seguidores de um estilo de vida mais saudável e natural.

sábado, 7 de agosto de 2021

#20. BUDISMO: (NMR=novos movimentos religiosos e DCNB=denominações cristãs não bíblicas)...

20.1. ORIGEM E FUNDAÇÃO: Sidharta Gautama ("Buda" [o iluminado]). Fundado por volta do 6º séc. a.C., na Índia. Sidarta era filho de um príncipe indiano que decidiu romper com a opulência e o luxo palaciano, e viver de acordo com estritas regras de autodomínio.

20.2. TEXTOS NORMATIVOS: O Tripitaka (Os três cestos), Sutra de Lótus. O mais antigo escrito estruturado é o chamado Canon Pali, organizado por seguidores do Buda original. 

20.3. DEUS: O budismo, diferentemente das religiões monoteístas, não acredita em um Deus pessoal, quando indagados sobre onde está deus, os budistas apontam para si mesmo dizendo que Deus está em todos os lugares, inclusive no próprio homem. Mas Buda não negou a existência dos deuses, e sim a sua imanência (contato interativo direto com a realidade física). Outros budistas acreditam em uma realidade transcendente, que é compreendida como a "natureza de Buda" que tudo permeia.

20.4. JESUS: Jesus Cristo é indiferente para o budismo como líder religioso; a posição ocupada por ele poderia ser ocupada por qualquer um de nós. Os budistas do Ocidente (budismo mahayana) geralmente veem Jesus como um homem que alcançou um estado de elevação espiritual (um "Bo-disatva", alguém que possuía um amor sacrificial tão elevado que abriu mão de sua própria autoiluminação para auxiliar outros, em sua existência terrena, a o alcançarem). 

20.5. ESPÍRITO SANTO: Assim como no hinduísmo, não existe nenhuma concepção teológica do budismo que pareça com a doutrina do Espírito Santo no cristianismo. Por não existir nenhum tipo de imanência na criação, faz-se desnecessária a existência de um ser como o Espírito Santo.

20.6. SALVAÇÃO: O objetivo da vida é alcançar o estado de progresso e autoiluminação (estado de Buda), para eliminar todos os desejos perniciosos, evitando assim qualquer tipo de sofrimento. Temos que compreender as quatro grandes verdades e seguir, a partir dessa compreensão, o "óctuplo caminho" em busca de nossa autorrealização.

20.7. MORTE: As pessoas não possuem uma alma ou espírito pessoal, ou individual (atman, segundo o hinduísmo). Portanto, o que continua em uma próxima existência não é a própria pessoa que partiu, mas sua "consciência" que renasce (se houver uma necessidade cármica) em um ser híbrido, que não é completamente o ser que morreu, nem completamente um novo ser. Nossas tendências e processos mentais continuam (anatman), nosso "eu" individual não. Assim podemos habitar em qualquer um dos seis reinos de acordo com o nosso estado mental e desejos que fluem através de nossas existências.

20.8. OUTRAS CRENÇAS: Rezas repetidas (mantras) cuja finalidade é a união harmônica com o universo. Oferendas e rituais. É dividido assim como o islamismo em duas principais correntes de pensamento: Mahayana (grande veículo), ou o caminho de muitos, e Hinayana (pequeno veículo), ou o caminho de poucos.

(NMR=novos movimentos religiosos e DCNB=denominações cristãs não bíblicas) 

#19. HINDUÍSMO: (NMR=novos movimentos religiosos e DCNB=denominações cristãs não bíblicas)

19.1. Origem e fundação: Oriundo dos povos milenares indo-europeus (arianos) que se instalaram nas margens do rio Indo, a religião hindu não possui fundador. Seus fundamentos doutrinários abrangem um período que vai de 1800 a 1000 a.C.

19.2. Textos normativos: Os textos mais importantes são: O maha bharata ("A grande dinastia de Bárata"), os Vedas ("conhecimento"), Upa nishads ("Sentar-se próximo") e a obra mais popularizada no ocidente, o Bhagavad-Gita ("cântico do senhor [Krishna]"). Todas as obras contam os mitos, histórias, rituais, cânticos e liturgia da vasta religião hindu.

19.3. Deus: Panteísmo absoluto (Deus é a soma do todo). Todas as formas de vida possuen uma partícula da divindade (atman). Portanto, somos naturalmente divinos, necessitando, assim, não alcançar o perdão de nossos pecados, mas da eliminação da ignorância da existência de nosso estado divino, o qual não percebemos.

19.4. Jesus: O hinduísmo antigo não faz referência a Jesus Cristo, mas a tendência do moderno é vê-lo como um mestre, ou mesmo um avatar (reencarnação de um deus). A morte dele não possui nenhum significado soteriológico (salvífico). Ele é considerado por muitos hindus como um mahatman (grande alma).

19.5. Espírito Santo: Não existe nenhuma crença religiosa relacionada ao Espírito Santo dentro do sistema hinduista.

19.6. Salvação: Libertação do ciclo de múltiplas reencarnações ("Sam sara" [roda cíclica das existências]) alcançando a "Moksa" (cessação do ciclo de reencarnação), recebida por meio da prática contínua da Yoga e meditação. A salvação final é a união com o "Absoluto" (Brahman), ocasionando a libertação de qualquer tipo de existência pessoal.

19.7. Morte: Um período transicional entre nossas múltiplas reencarnações. A reencarnação a formas de vida superior ou inferior (metempsicose) está completamente interligada ao tipo de existência que tivemos na vida anterior. O equilíbrio dos carmas (débitos) definirá o tipo de forma que deveremos assumir no próximo estágio de nossa evolução espiritual até o fim do ciclo de existência, onde seremos definitivamente uma parte impessoal no todo.

19.8. Outras crenças: Períodos diferentes de vida devocional, incluindo obediência aos mestres e o uso de roupas com cores distintas para demonstrar o estágio em que se encontra o hindu. A cor da túnica definirá a sua função religiosa. A cada 12 anos ocorre o famoso festival Kumbh Mela, por meio do qual os participantes acreditam que podem se purificar de seus pecados com um banho no rio Ganges. Acreditam que todas as milhares de divindades hindus são expressões de uma única divindade absoluta (Brahman). Defendem uma visão cíclica da existência universal dividida em quatro eras (yugas).


(NMR=novos movimentos religiosos e DCNB=denominações cristãs não bíblicas) 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

#18. JUDAÍSMO (NMR=novos movimentos religiosos e DCNB=denominações cristãs não bíblicas)

18.1. Origem e fundação: Moisés, cerca de 1500-1450 a.C., no Sinai. Apesar da maioria das pessoas pensar no judaísmo como uma religião única, a maior parte da fé judaica atualmente está dividida em vários ramos discordantes entre si: 
1.1 Ortodoxo, 
1.2 Conservador, 
1.3 Reformado, 
1.4 Reconstrucionista, 
1.5 Chassidico e Secular, cada um com várias práticas e crenças distintas.

18.2. Textos normativos: O Tanach (Primeiro Testamento), o Talmude (explicação do Tanach) e as interpretações baseadas na hermenêutica dos pensadores do judaísmo medieval (Maimônides, Rashi, Ibn Ezra etc.).

18.3. Deus: Encontra-se no judaísmo desde o conceito ortodoxo de Deus que o apresenta como um ser pessoal, espiritual, eterno, virtuoso etc., até um conceito humanista e liberal de um deus impessoal, incognoscivel, universal nos moldes panteístas. Não existe Trindade de nenhuma maneira.

18.4. Jesus: Jesus é visto como um falso mestre pelos judeus ortodoxos, um embuste gerador de ódio e perseguição ao longo dos anos que decorreram a sua morte. Alguns judeus mais liberais o consideram um grande mestre, mas não o Messias no sentido bíblico. Os únicos judeus inclinados à aceitação de Jesus como o Messias são os "messiânicos" (que, na verdade. na sua grande maioria, não são judeus [pois aceitam a sua messianidade] e nem são cristãos [pois negam sua divindade]). Os judeus ortodoxos ainda aguardam a implantação da era messiânica, quando YHVH enviará o seu representante, o Messias.

18.5. Espírito Santo: A vasta tendência é interpretar o Espírito Santo como sendo apenas um tipo de influência impessoal de YHVH (Deus) na terra, ou algum tipo de virtude. Nunca é interpretado como um ser pessoal que compõe algum tipo de Trindade.

18.6. Salvação: Baseada completamente nos rituais e crenças judaicos. tornando, portanto, a ideia da graça, como apresentada no cristianismo inexistente. As boas ações são importantes para a salvação. Outros possuem uma visão de salvação mais global, mais voltada para um tipo de universalismo, ou a evolução social.

18.7. Morte: O judaísmo, por rejeitar o NT, é muito pobre de conceitos acerca da vida após a morte ou do período de transição entre a morte e a ressurreição, cabendo não às Escrituras a resposta, mas às conjecturas dos rabinos. Alguns acreditam na inconsciência após a morte, e muitos outros são reencarnacionistas. Mas uma crença comum é de que o estado inter mediário se dá em um período de aproximadamente 12 meses, nos moldes de algo como o purgatório católico.

18.8. Outras crenças: Seguem as festividades religiosas anuais: Rosh Roshaná, Páscoa, Sukot, Yom Kippur, Purim etc. Há uma enorme tendência à aceitação de doutrinas místicas (cabalísticas) e esotéricas, sujeitando o Tanach a tais interpretações. Muitos reconhecem o Messias não como uma pessoa, mas como um período de paz e progresso global. Usam aparatos como talit (xale de orações), tefilin (caixinhas pequenas com textos bíblicos) na mão, e sobre a testa, o kipá (pequeno tipo de chapéu sem abas que simboliza a posição elevada de YHVH sobre nós).

Como o judaísmo não é uma religião que expressa uma crença periférica rígida, podemos encontrar grupos judaicos que não seguem rituais específicos encontrados em alguns dos outros grupos participantes do judaísmo. Por isso que muitos pesquisadores não se referem à religião Judaica como judaísmo, mas "judaismos", por causa de suas múltiplas expressões ritualísticas e doutrinárias.

(NMR=novos movimentos religiosos e DCNB=denominaçãos não bíblicas

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

CCB... CULTURA E ESTUDOS SÃO IGNORADO!

Os adeptos da Congregação Cristã no Brasil defendem a idéia de que o ancião, que é o líder da igreja local, não precisa de nenhum tipo de estudo para pregar o evangelho. Dizem que todo o conhecimento necessário é dado diretamente pelo Espírito Santo. Afirmam que estudar é adquirir a sabedoria do mundo e não a divina. 
O texto básico deles é Mateus 10.19,20, mas quando se analisa essa passagem com cuidado, dentro de seu contexto, verifica-se que não há nenhuma idéia ou sugestão para que o crente relaxe em seu estudo e em seu conhecimento da verdade. Essa passagem se refere à maneira como o cristão deve se comportar no momento da provação, no caso de vir a ser entregue aos tribunais e à presença de autoridades governamentais.

Citam o exemplo dos apóstolos, querendo afirmar com isso que eram leigos, indoutos e iletrados. Isso, entretanto, não é verdade. Pedro, um dos mais simples, não só conhecia textos do Antigo Testamento como também ouviu de Jesus Cristo, o Mestre dos Mestres, todos os ensinamentos necessários antes de iniciar o seu ministério terreno. Paulo, era um dos maiores eruditos e intérpretes da lei em sua época; depois de ser batizado ele ficou por três anos em meditação e reflexão no deserto da Arábia, para depois iniciar o seu ministério (Gl 1.16- 18). Quando estava preso em Roma, pediu ao seu amigo Timóteo que lhe trouxesse os livros, especialmente os pergaminhos (2 Tm 4.13). Paulo de forma alguma rejeitava consultar, além da “Bíblia” de sua época, os livros disponíveis que estavam ao seu dispor. Em 2Timóteo 3.8 cita dois nomes que não se acham no Antigo Testamento. Onde Paulo os teria encontrado, senão na literatura extra-bíblica? Há inúmeros outros versículos bíblicos que enfatizam que o cristão deve buscar maior conhecimento através da leitura, do estudo e de outras formas de aprendizagem (Pv 9.9; Mt 13.52; 2 Tm 2.15).

Além de tudo isso, os adeptos da Congregação se esquecem que se eles possuem a Bíblia em mãos hoje, é porque um grupo de homens se dedicou ao estudo, às letras, à cultura, para traduzir a Bíblia para o nosso idioma. Para traduzir a Bíblia é necessário estudar Grego, Hebraico e Português com muita profundidade. O próprio Hinário que eles usam em seus cultos contém hinos escritos por grandes estudiosos que não pertenciam a Congregação Cristã no Brasil, é claro; pertenciam a igrejas como a Metodista, Batista, Presbiteriana e Luterana, por exemplo.
É claro que Deus pode chamar uma pessoa sem estudo e sem muita cultura para pregar o evangelho; isso, entretanto, não impede que ela estude e se prepare para proclamar a boa nova de salvação. Deus nos usa em nossas fraquezas e limitações, mas nunca a mente preguiçosa. A sabedoria, ungida e usada pelo Espírito Santo de Deus é uma bênção; a ignorância, ao contrário, leva a erros e afirmações ridículas, rebaixando a obra do Criador e criando absurdos e heresias.

Fonte: seitas e heresias do nosso tempo. 

domingo, 1 de agosto de 2021

#16, 17. Resumo das Crenças fundamentais das mais populares religiões e "Seitas" (NOVOS MOVIMENTOS RELIGIOSOS E DENOMINAÇÕES CRISTÃS NÃO BÍBLICAS)...

17. ISLAMISMO 

17.1. Origem e fundação: Mohamed (Maomé), o profeta (579-632 d.C.). Surgiu por volta de 610 d.C., em Meca e Medina. A sede se encontra na Arábia Saudita. As divisões principais são: sunitas (aqueles que creem tanto nos ensinos do Corão como nas Sunas-tradições da vida do profeta) e xiitas (aqueles que creem apenas nos ensinamentos do Corão).

17.2. Textos normativos: Alcorão, Hadith ou Sunas (as palavras e obras de Maomé [tradições da vida do profeta]). A Lei de Moisés (Pentateuco), os Salmos e o "Evangelho" (não os quatro evangelhos bíblicos, mas, sim, o evangelho apócrifo de Barnabé e trechos dos evangelhos canônicos que pareçam defender suas crenças). Acreditam que os Evangelhos foram adulterados pelos cristãos, tornando os, portanto, incapazes de apresentar uma figura autêntica do profeta Jesus.

17.3. Divindade: Alá é o único Deus e não se manifesta por meio de nenhum tipo de Trindade. Ele revelou o Corão a Maomé por intermédio do anjo Gabriel. Alá trata com severidade seus seguidores, e entre os "melhores nomes" (noventa e nove atributos de Alá) não se encontra o de Pai amoroso.

17.4. Jesus: Jesus é apenas mais um entre os aproximadamente 124 mil profetas enviados por Alá (Deus) a todos os povos. Adão, Abraão e Moisés são alguns dos principais profetas. Jesus nasceu de uma virgem, mas não é o Filho de Deus como pensam os cristãos. Não possui nenhum nível de divindade, e considerá-lo divino é um grande agravo a Alá. A crucificação foi um simulacro, portanto quem foi crucificado no lugar de Jesus foi Judas. Jesus, o Messias, foi levado aos céus sem provar a morte.

17.5. Espírito Santo: A tendência tanto entre leigos como entre eruditos é relacionar a ideia do "Espírito Santo" com o anjo Gabriel, que, além de trazer a mensagem da parte de Alá para Maria, também revelou o Corão ao profeta.

17.6. Salvação: A condição humana não é de total estado de pecaminosidade, pois os homens conseguem realizar ações morais de grande valor. Como não existe o "pecado original", depende do homem aproximar-se de Alá para, por sua submissão à doutrina do islā, obter a salvação de sua alma e o paraíso.

17.7. Morte: No período entre a morte e a ressurreição, os fiéis (muçulmanos) e os infiéis (descrentes) no túmulo (local intermediário segundo o islä) deverão responder às três perguntas feitas pelos anjos (Munkar e Nakir): Quem é o teu Senhor? Qual a tua religião? O que tens a dizer sobre esse homem (Mohamed)? Se as respostas forem satisfatórias, o fiel desfrutará de uma janela para sentir o "ar" e gozar das beatitudes do paraíso até a ressurreição final. Se as respostas não forem satisfatórias, o infiel sofrerá até o dia de sua ressurreição para depois ser julgado diante de Alá.

17.8. Outras crenças: Possui cinco pilares de fé (arkan), que devem ser mantidos por todos os adeptos do Islã. Os pilares são: Shahada (professar o credo de que existe um único Deus e que Mohamed é o seu mensageiro); Salat (orar cinco vezes ao dia); Zakat (contribuir anualmente com 2,5 de seus rendimentos para auxiliar os necessitados); Saum (jejum anual no mês de Ramada [mês mais importante do calendário islâmico por ter sido nesse mês que, segundo o Islã, Mohamed recebeu o Corão]); e Hajj (peregrinação pelo menos uma vez na vida, se houver condições físicas e financeiras, à cidade sagrada de Meca). Outra doutrina é a do Jihad, que implica qualquer ato de esforço para a expansão do islã, mesmo que dentro desse ato de "esforço" esteja o conceito de "guerra santa",

sábado, 31 de julho de 2021

#15. As 22 Principais Técnicas de Controle Mental Observadas em Vários NMR/DCNB...

15.1. Hipnose: Induzir a um estado de alta sugestionabilidade por hipnose, muitas vezes disfarçada na forma de suposta técnica de relaxamento ou meditação.

15.2. Pressão de vigilância em grupo: Dúvidas suprimidas e resistência a novas ideias, por meio da exploração do sentimento de pertencimento e vigilância constante.

15.3. "Bombardeio" de amor: A criação de um sentido de família e de pertencimento ao grupo por meio de abraços, beijos, carinho, toques e elogios constantes, que geralmente substituem o relacionamento familiar.

15.4. Rejeição de antigos valores: Acelerar a aceitação de novo estilo de vida constantemente denunciando antigos valores e crenças ortodoxas.

15.5. Doutrinamento confuso: Incentivar aceitação cega e rejeição da lógica por meio de palestras complexamente elaboradas e a completa aceitação de um corpo de doutrinas contraditórias. 

15.6. Metacomunicação: Implantação de mensagens subliminares, introduzindo certas palavras-chave que remetem a doutrinas particulares do grupo.

15.7. Remoção de privacidade: Alcançar a perda da capacidade de avaliar de forma lógica, impedindo a contemplação particular de um pensamento ausente do grupo.

15.8. Privação do senso de tempo: Destruir a capacidade para avaliar a informação, as reações pessoais e as funções do corpo em relação à passagem do tempo com a remoção de todos os sistemas de auxílio de medição (relógios, calendários etc.).

15.9. Desinibição: Incentivar o desenvolvimento de um estilo de obediência servil como uma criança, desenvolvendo um comportamento inclinado à aceitação de doutrinas e comportamentos "infantis" não percebidos.

15.10. Abuso verbal: Dessensibilização por meio de bombardeamento com linguagem dominadora e abusiva não percebida.

15.11. Privação de sono e fadiga mental: Criação de desorientação e vulnerabilidade por meio de prolongada atividade física e mental, e abstenção de descanso e sono adequado.

15.12. Códigos de vestimenta: Remoção da individualidade no vestir-se, exigindo a conformidade com o código de vestimenta do grupo. 

15.13. Repetições: Sensação de elevação espiritual e eliminação de pensamentos contrários ao grupo por meio da repetição prolongada de cânticos e frases que visam um "estreitamento" mental de completo cunho emocional.

15.14. Fragilização: Incentivar a destruição do "ego" (senso de existência e valor individual) por meio da confissão das fraquezas pessoais e sentimentos mais íntimos de dúvida, impedindo o conceito de felicidade que não esteja relacionado à dependência do grupo.

15.15. Acusação: Criar uma falsa sensação de justiça, por apontar as falhas do mundo exterior, ou mesmo de outros grupos religiosos com um tom de moralidade ou conhecimento doutrinário exclusivista.

15.16. Ostentação hierárquica: Promover a aceitação da liderança do grupo em troca de avanço promissor, poder e salvação.

15.17. Isolamento: Induzir a perda da realidade por uma separação física da família, dos amigos, da sociedade e o estreitamento das referências racionais e relacionais tão necessárias.

15.18. Mudança de dieta: Criar desorientação e aumento da suscetibilidade emocional, privando o sistema nervoso dos nutrientes necessários por meio da utilização de dietas especiais e/ou de jejuns prolongados.

15.19. Questionamento zero: Realizar aceitação automática de crenças por desencorajar o questionamento de qualquer tipo de ensino.

15.20. Culpa: Reforçar a necessidade de "salvação", exagerando os pecados do antigo estilo de vida, criando uma sensação de culpa solucionada apenas pela comunhão integral com o grupo.

15.21. Medo: Manter fidelidade e obediência ao grupo pela ameaça psíquica, evitando a menor oposição de qualquer nível, seja por meio de um simples pensamento, seja por meio de uma ação.

15.22. Substituição: Destruição do conceito familiar pré-seita. Fazendo com que por meio de casamentos e novas organizações familiares sejam destruídas quaisquer referências de vida fora do grupo.

#14. Principais Características Psicossociais Encontradas nos NMR/DCNB

14.1. Utilização de coerção psicológica para recrutar, doutrinar e reter seus membros.

14.2. Formar uma sociedade totalitária elitista. 

14.3. Seu líder fundador é autoungido, dogmático, messiânico, não presta contas abertamente de suas ações, quer seja no nível organizacional, ou mesmo financeiro.

14.4. Acreditar que "o fim justifica os meios", a fim de angariar fundos ou recrutar pessoas.

14.5. Sua riqueza não beneficia seus membros ou mesmo a sociedade, apenas seus líderes e o poder organizacional.

#13. Outras Características Fundamentais NMR/DCNB...

13.1. Sistema centralizador de governo: Uma liderança completamente centralizada somente nos parâmetros preestabelecidos pela própria organização.

 13.2. Autoridade "divina" do líder: O líder alimenta a visão de instrumentalidade divina levando os adeptos a compreenderem que se insurgir contra ele em qualquer situação significaria se insurgir contra Deus e sua obra.

13.3. Doutrinas exóticas: Ensinos fundamentais exclusivos que a distinguem de qualquer outro sistema existente.

13.4. Despersonalização do adepto: Retira do adepto qualquer condição psicológica de se ver como indivíduo, somente possuindo valores reais em grupo.

13.5. Limitação autocrítica: Elimina do adepto a condição mental de análise de qualquer tipo de crítica, interna ou externa, que surja com relação ao sistema, colocando-o automaticamente sempre na defensiva, não importando as evidências contrárias.

#12. Características Distintivas dos NMR/DCNB

12.1. Adição: Adiciona algo à autoridade canônica da Bíblia, tornando-a insuficiente, e, portanto, necessitada de algum tipo de complemento às suas revelações.

Ex.: Pode-se adicionar novas escrituras autoritativas à Bíblia, ou mesmo o pensamento dos líderes, profetas ou autoridades do grupo. A suficiência da Bíblia é reduzida, em partes ou no todo.

12.2. Subtração: Subtrair algo da natureza de Cristo. O Jesus anunciado e crido por eles geralmente é reduzido em sua natureza. Ou é desprovido de sua natureza humana, ou de sua natureza divina, ou ambas.

Ex.: Deve-se crer em Jesus, mas não no Jesus apresentado nas Escrituras. Isso demonstra a posição secundária da pessoa de Cristo dentro de tais sistemas doutrinários. 

12.3. Multiplicação: Exigem muito mais do que crer em Cristo para serem salvos. A fé suficiente como apresentada nas Escrituras deve ser acrescida a alguma doutrina particular do grupo.

Ex.: A graça salvadora (favor imerecido de Deus em prol dos pecadores perdidos) é negada. A salvação passa a ser atrelada a um conjunto de práticas litúrgicas e doutrinárias determinadas somente pelo grupo.

12.4. Divisão: A Glória devida a Deus é dividida com a "glória" do sistema religioso. Não se pode ser fiel a Deus participando de outro sistema religioso, pois somente fazendo parte do grupo pode-se agradar a Deus plenamente.

Ex.: O sistema religioso se torna o responsável pela apresentação ideal de Deus, conduzindo o adepto a uma postura de exclusivismo religioso que o impede de aceitar qualquer outro sistema de crença que não seja o dele.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

#11. Divisão das Chamadas "Seitas" (NMR/DCNB)

As seitas são classificadas não por "cosmovisões", mas se enquadram em um conjunto de características comuns que as dividem em quatro blocos:

11.1. Pseudocristãos: São grupos advindos do cristianismo, mas que rompem com a ortodoxia bíblica em suas doutrinas centrais (Testemunhas de Jeová, Adventistas do Sétimo Dia, mórmons, pentecostalismo unicista etc.).

11.2. Orientais: São grupos advindos principalmente das grandes religiões hindu-budistas e do extremo oriente (Hare Krishnas, Seicho-No-le, Igreja da Unificação etc.).

11.3. Ocultistas: São grupos cujo fundamento doutrinário se baseia no suposto contato com os "espíritos desencarnados", elementais ou entidades espirituais de supostas falanges "superiores" (bruxaria [wica], espiritismo, satanismo etc.).

11.4. Secretas: São grupos divididos por níveis de progressão espiritual cuja doutrina somente é conhecida pelos iniciados de cada grau por eles alcançado (Ordem Rosacruz, maçonaria etc.).

Apesar de alguns adeptos dos grupos anteriormente mencionados tentarem negar as implicações religiosas de suas crenças, as características estruturais desses grupos se enquadram nas estruturas encontradas em todos os grupos de origem religiosa, quer sejam necessariamente sectários, quer não.

#10. Definindo "Seitas" (NMR/DCNB)

A palavra "seita" em nossa língua portuguesa possui sua origem na palavra latina secta, cuja raiz é possivelmente proveniente de dois verbos latinos que significam tanto "seguir como "cortar ou truncar um galho. A palavra que encontramos no NT para se referir à "seita" é o termo grego hairesis (escola, partido, grupo, facção), que é usado para se referir não necessariamente a apenas um grupo minoritário dentro de uma religião (como é o conceito vigente), mas a qualquer grupo que divirja de outro dentro de qualquer expressão quer seja religiosa, ou mesmo social (um partido político, ou uma equipe de médicos, por exemplo).

Segundo Edward Robinson, autor de um dos mais respeitados léxicos do NT grego, hairesis no NT significa: "um modo de vida escolhido, ou seja, uma seita, escola, partido. Donde discórdia, dissensão, surgindo a partir da diferença de opinião (2012, p. 21).

Quem definitivamente restringirá a palavra "seita" ao uso vigente em nossa língua e cultura será Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), que fará uso de tal expressão dentro apenas do âmbito religioso dissidente do cristianismo estatal do qual o grande filósofo e teólogo latino fez parte.

Como toda língua é dinâmica (pode ter o sentido de uma palavra, ou sua totalidade ampliada, restrita, ou mesmo cessar sua completa existência) dentro de seu desenvolvimento, é óbvio que com a palavra "seita" não seria diferente. Hoje, o termo continua tendo um sentido estritamente pejorativo quando usado dentro do contexto religioso a partir de uma ótica cristà. Vejamos a seguir os contextos das nove referências neotestamentárias em que a palavra hairesis é mencionada:

Atos 5.17, 15.5; 24.5,14; 26,5; 28,22 - Seita;
1 Coríntios 11.19 - Partidos, Herestas: Gálatas 5:20-Facções, Partidos; 
2 Pedro 2.1- Heresias.

Não temos, portanto, no contexto neotestamentário nenhuma referência a qualquer tipo de uso de hatresis em outro contexto que não seja religioso. Assim, poderíamos classificar uma seita a partir de uma perspectiva cristã, como:

"Um grupo surgido de uma dissensão religiosa que rompe com as doutrinas centrais da religião originária seguindo um líder, ou uma liderança carismática. A proposta das seitas não é a de uma mudança apenas estrutural ou organizacional, mas fundamentalmente doutrinária. Negando assim as bases doutrinárias fundamentais da religião da qual derivou gerando novas doutrinas exóticas" - Pr. Paulo Sérgio Batista.

#09. Religiões Monoteistas

O monoteísmo não é apenas a ideia de que um único ser divino deve ser adorado entre outros supostos deuses existentes. A essa crença chamamos monolatria ou henoteísmo. O monoteísmo é a ideia de que existe apenas um único Deus, por isso somente ele é digno de completa adoração. O monoteísmo não admite a existência de outros deuses, mas apenas a existência de um.

A nossa avaliação crítica de alguns grupos religiosos iniciará com duas das chamadas principais religiões monoteístas (judaísmo e islamismo). As três grandes religiões monoteístas possuem semelhanças em vários aspectos. Acreditam em um Deus pessoal, mesmo que sua concepção da natureza da divindade seja diferente. Os judeus e muçulmanos não acreditam na unidade composta de Deus (trindade), crendo ser essa concepção um erro ou desvio doutrinário do cristianismo. Apesar de não crerem no conceito do Deus possuidor de uma unidade composta, seus livros sagrados (Tanach [Primeiro Testamento/AT] e Alcorão) tendem, de uma forma indireta, a apresentar essa concepção. Vejamos a seguir alguns desses textos que afirmam a unidade composta de Deus em tais escritos considerados sagrados por seus seguidores: 

"E quando dissemos aos anjos: prostrai-vos ante Adão!..." Surata 2.34;

"Determinamos: Ó Adão, habita o paraíso..." - Surata 2.35;

"E ordenamos: Descei todos aqui! Quando vos chegar de mim a orientação, aqueles que seguirem a minha orientação não serão presas do temor, nem se atribularão" - Surata 2.38.

Esses textos são claros ao usar termos plurais (verbos) com referência a Alá, mesmo que sejam empregados também nos mesmos contextos pro nomes no singular com referência ao senhor do Islã. Nega-se a crença, mas ao mesmo tempo deixa-se implícita a doutrina.

Apesar de alguns muçulmanos afirmarem que o Deus do cristianismo é o mesmo do islamismo, isso faz mais parte de um diálogo conciliador, visando uma aproximação com os cristãos no intuito de evangelizá-los, do que uma verdade verificável dentro das doutrinas e crenças islâmicas.

Existe uma diferença irreconciliável entre essas duas religiões monoteístas no que diz respeito à pessoa e à natureza de Deus. Por exemplo, a imagem de Deus reproduzida pelo Islã é de um Deus não trinitário (unitarismo), portanto completamente diferente do Deus apresentado nas Escrituras Judaico-cristas. O Corão, assim, nega e condena qualquer presunção humana de se crer na doutrina da Trindade, condenando tais crentes ao inferno (Surata 5, 73, 74).

Consequentemente a essa rejeição completa à doutrina da Trindade, a pior transgressão cometida por um ser humano seria então o pecado de idolatria chamado shirk (comparar Deus com algo ou alguém). Este para os muçulmanos é um pecado imperdoável, sendo o principal motivo pelo qual rejeitam completamente a doutrina cristã da Trindade, pois necessariamente coloca Jesus em um nível de igualdade de natureza com o Pai celestial; para os muçulmanos é considerado um ultraje à imagem de Deus, pois coloca a criatura (Jesus, segundo eles) no mesmo nível de semelhança do criador (Surata 5.72).

O unitarismo judaico também não é diferente do unitarismo islâmico, pois, mesmo que negue a possibilidade de existir dentro de suas Escrituras Sagradas um Deus em termos plurais ou compostos, o Tanach (Escrituras judaicas) também declara da mesma forma algum tipo de unidade composta em YHVH (Deus), mesmo que isso seja negado pelos mestres e autoridades judaicas. Vejamos alguns textos que expressam essa ideia:

"Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... E Deus Criou o homem à sua imagem. à imagem de Deus o criou..." - Bereshit 1.26,27; "E o Eterno Deus disse: "Eis que o homem se tornou como um de Nós, para conhecer o bem e o mal..." - Bereshit 3.22; "E disse o Eterno: 'eis um mesmo povo e uma mesma língua para todos eles...Vinde, desçamos e confundamos ali sua língua... E os espalhou o Eterno dali sobre a face de toda a terra..." - Bereshit 11.6-8.

Semelhante ao Corão, o Tanach deixa implícita a ideia de um ser composto na divindade única e eterna (YHVH). Pois ou o contexto de tais versos ou mesmo as implicações das ações desse ser plural só podem estar relacionados a Deus, e não aos anjos, uma vez que estes são completamente inexistentes nos versos mencionados.

Agora veremos as principais divisões das "seitas" - Novos Movimentos Religiosos (NMR)/Denominações Cristas não Bíblicas (DCNB), bem como das principais religiões as quais temos contato.

#08. Divisão: Atualmente existem Doze Grandes Religiões no Mundo

8.1. Cristianismo: Israel (30 d.C.)

8.2. Judaísmo: "Egito" (Sinai - 1400 a.C.)

8.3. Islamismo: Arábia (7° séc. a.C.)

8.4. Hinduísmo: Índia (1400 a.C.)

8.5. Budismo: Índia (520 a.C.)

8.6. Xintoísmo: Japão (6º séc. a.C.)

8.7. Jainismo: Índia (550 a.C.)

8.8. Sikismo: Índia (1500 a.C.)

8.9. Confucionismo: China (6º séc. a.C.)

8.10. Taoísmo: China (550 a.C.)

8.11. Zoroastrismo: Irã (6º séc. a.C.)

8.12. Animismo: África (data incerta)

quinta-feira, 15 de julho de 2021

OS SEIS INIMIGOS DA APOLOGÉTICA

1.1 Indiferença 
Muitos cristãos não parecem preocupar se com o fato de o cristianismo ser ridicularizado, taxado como antiquado, irracional e tacanho, em nossa cultura. São pessoas que até se indignam com algumas destas ofensas, mas faz pouco ou nada fazem para contrariar tais argumentos, não se importam em oferecer uma defesa da cosmovisão cristã.
 A indiferença vem corroendo a defesa do evangelho. E o que é pior, esta apatia é contagiosa. Nossa atitude deve ser como a do apóstolo Paulo. Ao constatar o emaranhado ambiente idólatra de Atenas, a Bíblia relata que “o seu espírito se comovia em si mesmo” pela pobreza espiritual daquelas pessoas (At 17.16). Este zelo pela verdade de Deus o conduziu a um encontro apologético muito frutífero com os filósofos gregos no Areópago ateniense (Cf. At 17). Da mesma maneira que Deus “amou o mundo” a ponto de entregar seu Filho unigênito para conceder salvação a todos quantos o receberem (Jo 3.16), os fiéis discípulos de Jesus devem demonstrar o fruto deste amor, apregoando ao mundo o genuíno evangelho e respondendo às objeções à fé cristã (Jo 17.18). 

1.2 Irracionalismo

 Para alguns cristãos, fé significa crer na ausência das evidências e dos argumentos. Pior ainda. Para outros, fé significa é crer naquilo que é totalmente contrariado por todas as evidências. O mais curioso de tudo isto é que, geralmente, quanto mais essas pessoas demonstram esta capacidade de crer tanto mais elas são elevadas espiritualmente. Temos de ponderar que, embora Paulo realmente ensine que Deus fez tola “a sabedoria deste mundo” (1Co 1.20), a revelação divina não é irracional; nem deve ser assegurada na irracionalidade. Deus não nos exige que aniquilemos nossas faculdades críticas para acreditar em suas obras. Pelo profeta Isaías, Deus declaradamente convida a Israel: “Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR”, ou, em outras palavras, “venham e argumentemos juntos” (Is 1.18). Jesus nos ordenou a amar a Deus com toda a nossa mente, pensamento (Mt 22.37). Quando os cristãos optam pelo irracionalismo acabam abrindo margem para muitas acusações que, de outra forma, seriam infundadas, mas que, infelizmente, acabam encontrando guarida no comportamento prejudicial de alguns.  

1.3 Ignorância

Muitos cristãos não estão atentos aos diversos recursos intelectuais disponíveis para serem empregados na defesa da sã doutrina. Isto ocorre, em grande parte, porque algumas igrejas e organizações evangélicas ignoram potencialmente a apologética.  Alguns denominados cursos de teologia não se preocupam em inserir em sua grade curricular matérias que ofereçam conteúdos para ajudar os estudantes a lidar com a incredulidade que emana em todas as áreas da sociedade. Em algumas igrejas da América do Norte, por exemplo, pouco se ouve falar de sermões e estudos endereçados a evidenciar a existência de Deus, a ressurreição de Jesus, a justiça do inferno, a supremacia de Cristo e outros problemas lógicos que envolvem cosmovisões não-cristãs, e esta nostalgia caminha a passos largos para os púlpitos latino-americanos. Best sellers cristãos, com raras exceções, estão desvirtuados por especulações apocalípticas infundadas, exaltação de celebridades cristãs de forma excessiva e os crentes simplesmente são incapazes de identificar os malefícios desta tendência.  

1.4 Covardia 

Em nossa cultura pluralista, a indiferença pelas verdades eternas se reveste de norma social e a pressão da sociedade assombra os evangélicos, minimizando a força de suas convicções. Muitos evangélicos se preocupam mais em ser “agradáveis” e “tolerantes” do que em ser bíblicos e fiéis ao evangelho contido em suas Bíblias. 

"São pouquíssimos os cristãos dispostos e capazes de defender sua fé em situações desafiadoras, seja na escola, no trabalho ou em outros ambientes públicos." 

O impulso tem sido individualizar a fé, separar e isolar completamente nossas crenças da vida social, da vida pública. Sim, nós somos cristãos (em nossos corações), mas temos dificuldade em compartilhar com os demais aquilo que acreditamos, e a situação se agrava quando se trata de explicar o motivo de nossa crença. Embora seja uma mensagem dura, temos de ser sinceros e admitir que isto nada mais é do que o reflexo da nossa covardia e uma traição à nossa fé. Considere o pedido e a advertência de Paulo em sua oração dirigida a nosso favor: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; para que o manifeste, como me convém falar. Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.2-6). Ao agir assim, podemos, de fato, experimentar a rejeição; afinal, Jesus chamou os que são perseguidos por causa do seu nome de “bem-aventurados”. “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12). O apóstolo Pedro também ecoa as palavras do Mestre, dizendo: “Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (1Pe 4.14). Por outro lado, quando o Espírito Santo abençoar nossos esforços, as pessoas responderão com interesse, aceitando a nossa fé (Rm 1.16). Jamais podemos esquecer que Jesus possui toda a autoridade no céu e na terra, e que ele nos comissionou para declararmos e defendermos seu santo evangelho (Mt 28.18-20). 

 1.5 Arrogância e vaidade intelectual 

Ainda existem os fantasmas dos erros, das mentiras e da arrogância do apologista “sabe-tudo” que está mais interessado em exibir o seu arsenal de argumentos do que defender a verdade de uma forma sincera e com fins espirituais. O pecado que mais tem atacado os apologistas é o orgulho intelectual, e deve ser evitado a todo custo. A verdade que defendemos é um galardão da graça divina e não deve ser instrumento da nossa realização intelectual. Desenvolvemos nossas habilidades apologéticas para nos santificarmos na verdade, ganharmos almas para Cristo e glorificarmos a Deus. Temos de falar a verdade em amor (Ef 4.15). Verdade sem amor é arrogância; amor sem verdade é sentimentalismo. A arrogância intelectual também é manifestada quando alguns apologistas acusam outros cristãos de heresias sem evidências suficientes. Paulo disse para os líderes da igreja se precaverem contras as heresias no seio da igreja (At 20.28-31), porém, devemos ser vigilantes para não caluniarmos os cristãos da mesma fé, assumindo assim um comportamento pior do que os sectários. Não devemos desperdiçar nossas energias apologéticas atacando outros crentes enquanto os reais hereges e incrédulos arquitetam outros desvios doutrinários.  

1.6 Técnicas apologéticas superficiais

 Aqueles que são entusiasmados por apologética podem ficar satisfeitos com respostas superficiais para perguntas intelectualmente difíceis. Nossa cultura se contenta com respostas rápidas e vazias e a técnica para o desenvolvimento destas respostas impera. Alguns cristãos memorizam respostas apologéticas para responder às controvérsias filosóficas, como, por exemplo, “a origem do mal”, “o evolucionismo” e outros tantos temas, dispensando o compromisso profundo com o assunto e sem a preocupação de satisfazer a alma que gerou a pergunta. Muitos assuntos não são tão simplistas quanto seus títulos expressos nos livros fazem soar. Na realidade, uma abordagem superficial para uma questão profundamente filosófica pode pôr a perder uma grande oportunidade de ganhar uma alma. A apologética deve ser norteada pela integridade intelectual. O lema apologético do teólogo Francis Schaeffer era que os cristãos têm a responsabilidade de oferecer “respostas honestas a perguntas honestas”. Primeiro, nós realmente temos de saber ouvir as pessoas que nos questionam. Temos de “entrar na mente” (em certo sentido) daqueles que julgam possuir “razões” para não seguirem a Cristo. Cada pessoa é diferente, e por isso não devemos reduzi-las ou confiná-las aos nossos “clichês teológicos”. Segundo, procure responder o que lhe foi inquirido e não se atenha a responder perguntas que não foram feitas. Uma aproximação superficial não impressionará o pensador incrédulo. Se você não puder oferecer na ocasião uma resposta sã para a objeção, não tente esconder sua ignorância ou inabilidade. É melhor admitir suas limitações honestamente do que dar uma resposta inferior, ineficaz. Fale para o inquiridor que o tema que você não está apto a defender é um ponto saliente e você precisa pensar mais sobre o assunto. Cristianismo é absolutamente verdade, mas isto não insinua que qualquer cristão possa controlar qualquer objeção elevada contra sua fé. Devemos selecionar nossas técnicas apologéticas e desenvolver recursos espirituais e intelectuais cultivando um diálogo real e sincero com os incrédulos. A igreja evangélica é como um gigante dormente, conclusão depreendida do grande potencial que a igreja possui, mas que precisa ser despertado na defesa contra o ceticismo e demais objeções à fé cristã. Com este legado em mente podemos reacender esta visão, despertar este gigante e encontrar a paixão e a sabedoria para levar nossa tarefa a efeito pelo poder do Espírito Santo (At 1.8).

#07. COMO AGIR DIANTE DOS ADEPTOS DE GRUPOS NÃO CRISTÃOS

 7.1. Deixe a pessoa sentir-se à vontade. Seja cordial.

7.2. Seja um bom ouvinte. Não fique  interrompendo o raciocínio da pessoa. Esse tipo de atitude pode inibi-la.

7.3. Não demonstre ser o “dono da verdade”, mas antes a deixe perceber que você está apenas buscando a verdade dos fatos.

7.4. Demonstre respeito pelo que ela crê, mesmo que não concorde com a sua crença. Por exemplo: se um muçulmano expõe para você a crença na poligamia celestial, nunca trate a sua fé com desdém, apesar de julgar tal crença um grande absurdo.

7.5. Não permita ao adepto de um grupo não ortodoxo se esquivar do assunto que foi iniciado. Por exemplo: se você está tratando da divindade de Jesus, não o permita fugir para outro assunto mesmo que seja relativa-mente próximo ao tema (a Trindade, por exemplo).

7.6. Trate um assunto por vez.

7.7. Procure sempre localizar ou documentar as suas afirmações para não transparecer a ideia de que o que foi declarado é apenas mera opinião pessoal.

7.8. Empregue mais perguntas do que afirmações a fim de não ignorar questões importantes e relevantes. As perguntas exigem uma resposta pensada, enquanto as afirmações nem sempre, ou não necessariamente.

7.9. Nunca deixe que uma pergunta sua não seja respondida e não passe para outra questão antes de obter a resposta da indagação anterior.

7.10. Não ataque nenhuma doutrina do grupo em particular, deixei-o à vontade para lhe dirigir perguntas acerca de sua opinião sobre qualquer tema. Por exemplo: se você está trabalhando com um muçulmano, nunca inicie o diálogo criticando o profeta Mohamed.

#06. PRECAUÇÕES QUE DEVEM SER TOMADAS

6.1. Aprenda o máximo que puder acerca do grupo que almeja evangelizar. Seus pontos fundamentais: terminologias, crenças básicas e conceitos fundamentais em relação a Deus, suas Escrituras, Jesus (sempre é um bom tema para um diálogo dessa natureza) etc. Outro ponto que não pode ser esquecido são as doutrinas bíblicas que você pretende abordar. Isso tudo contribuirá para que você não se ache despreparado em um diálogo e para que suas respostas não sejam evasivas, ou seu silêncio, ao ser questionado, não possua um efeito inverso, concedendo maior convicção ao adepto de que a fé dele é mais bem fundamentada do que a sua.

6.2. Lembre-se de que quem convence é o Espírito Santo, e não você (Jo 16.7-10).

6.3. Lembre-se de que você foi enviado para pregar o evangelho a todas as pessoas; inclusive aos adeptos dos grupos não ortodoxos (Mt 28.19-20).

6.4. Não pretenda fazer do encontro com o adepto apenas um teste de conhecimento e tentar humilhá-lo. Nosso intuito deve ser arrebatá-lo do erro (Jd 23).

6.5. Lembre-se de que Satanás também é quem está por trás de todo engano e cegueira espiritual (2Co 4.3, 4).

6.6. Interceda pelas pessoas que você deseja evangelizar para que todo impedimento seja superado (Ef 6.19, 20).

#05. COMPARTILHANDO A FÉ COM ADEPTOS DE GRUPOS NÃO CRISTÃOS

Entre as várias características do cristianismo bíblico está a de que é e sempre será uma religião proselitista (que busca fazer seguidores em qualquer segmento, inclusive entre os demais grupos religiosos), pois Jesus claramente deu a seus discípulos essa ordem conhecida e expressa em Mateus 28.19,20. A partir dessa perspectiva de reconhecimento da ordem de Cristo, faz-se necessário obter um conhecimento básico dos “cânones” (regras) da evangelização de adeptos de outras crenças e religiões, para que o nosso diálogo com tais pessoas se torne frutífero e promissor para o Reino de Deus. A nossa análise será dividida em duas partes fundamentais: Precauções que devem ser tomadas e Como agir diante de adeptos de grupos não cristãos.
O estudo cauteloso dessas informações será de grande auxílio para que você consiga cumprir de forma eficaz a ordem de Pedro em sua primeira epístola, dando, assim, a qualquer que lhe pedir a razão de sua esperança (1Pe 3.15,16).

#04. PLURALISMO RELIGIOSO BRASILEIRO

Nas últimas três décadas tem havido uma grande mudança no perfil religioso no Brasil, que, apesar de ainda ser o maior país católico do mundo, tem presenciado um enorme decréscimo em número de seguidores do catolicismo. Tendo uma grande parte deles migrado para o chamado “bai-xo espiritismo” (cultos afro-brasileiros [candomblé, umbanda, quimbanda]), e o “alto espiritismo” (kardecismo) etc. Ainda percebemos um grande número de pessoas identifcadas como “sem religião” (que são quase duas
vezes maior do que os chamados evangélicos não pentecostais na região sudeste), só perdendo em número para os católicos e os evangélicos pentecostais. “Sem religião” não são ateus, mas pessoas que, apesar de possuírem crenças definidas sobre vários aspectos de sua experiência espiritual, não fazem parte de nenhum sistema religioso definido por meio de dogmas e doutrinas.
Abaixo temos uma estatística da mudança gradativa do perfil religioso brasileiro, com base no censo do IBGE.

#03. PANORAMA DAS CRENÇAS RELIGIOSAS E COSMOVISÕES...

quarta-feira, 14 de julho de 2021

#02. COSMOVISÕES

Quando falamos de "cosmovisão", imediatamente algumas pessoas pensam no termo como algo quase incognoscível que possui desdobramentos inatingíveis, com muitas explicações de cunho filosófico. Na verdade, "cosmovisão" é algo que todos somos possuidores, pois trata da forma como nós enxergamos a realidade ao nosso redor (e sua origem), e como, consequentemente, "criamos" os valores que estabelecem a nossa forma de conduta, crença, religião etc. Mesmo que não saiba qual cosmovisão possui, você, como todo ser humano, a possui.

2.1 TIPOS DE COSMOVISÃO 

Existem pelo menos sete tipos de cosmovisão que definem a interpretação da realidade última e as formas de crenças que os seres humanos possuem.

As sete são:

1. Teísmo: Existe um ser pessoal, único e transcendente que Também é imanente em sua natureza intrínseca. Os principais proponentes do teísmo são o judaísmo, o cristianismo e o islamismo;

2. Ateísmo: Não existe nenhum ser que transcenda a matéria. O universo físico é a única realidade existente, sendo autossuficiente e autônomo. Não existe, portanto, nenhum tipo de divindade fora ou dentro do universo. Os principais proponentes do ateísmo são: Karl Marx, Nietzsche e Jean-Paul Sartre;

3. Deísmo: Existe um Deus transcendente, porém esse ser, diferentemente da visão teísta, não possui qualquer tipo de imanência. O deísmo, portanto, nega qualquer possibilidade de sobrenaturalismo e consequentemente qualquer tipo de inspiração escriturística de qualquer nível. Entre os defensores do deísmo estão nomes como Voltaire, Thomas Jefferson e Thomas Paine;

4. Agnosticismo: Não podemos compreender a realidade última de nada, apenas sua aparência. Portanto, não podemos saber, de fato, se há ou não Deus. Entre os seus principais proponentes estão: Imannuel Kant (pro ponente da ideia de um Deus incognoscível) e Thomas Huxley;

5. Panteísmo: A totalidade do universo físico é Deus. Não existe nenhum ser além da matéria, pois a totalidade da existência física em qualquer nível que é o próprio universo com sua complexidade é igual a Deus. Entre os proponentes de tal visão estão algumas formas de hinduísmo, zenbudismo e a ciência cristã;

6. Panenteísmo: A totalidade do universo e sua manifestação não física constituem o ser chamado Deus. O universo, portanto, seria o "corpo de Deus"; e sua parte não física, a sua mente. Essa cosmovisão é conhecida também por "bipolarismo", por expressar um Deus constituído de dois princípios complementares, mas não dualista. Os mais conhecidos proponentes de tal cosmovisão são Alfred North, Charles Hartshorne e Shubert Ogden;

7. Politeísmo: A crença em muitos deuses finitos, ou infinitos que influenciam o mundo. Seus defensores, em geral, negam que qualquer Deus infinito transcenda a matéria. Esses deuses geralmente estão relacionados com algum princípio da natureza ou mesmo algum elemento (água, vento, terra, fogo, metais etc.). Os grupos mais popularizadores dessa cosmovisão em nossa sociedade na atualidade são a wicca (bruxaria) e os cultos afros.

terça-feira, 13 de julho de 2021

#01. DEFINIÇÃO E NATUREZA DO FENÔMENO RELIGIOSO

A existência do fenômeno religioso em todas as culturas em que a raça humana fez parte integrante de seu desenvolvimento demonstra ser este fenômeno não apenas a tentativa de uma mente primitiva de encontrar respostas diante dos fenômenos naturais inexplicáveis para uma mente que desconhecia a ciência, mas também a necessidade natural de expressar a transcendência comum ao ser humano por meio do fenômeno religioso. Portanto, a busca humana pela experiência sobrenatural de qualquer natureza demonstra a singularidade desse fenômeno na experiência exclusivamente racional da espécie humana. Então por que não poderíamos afirmar, ao contrário do que declaram os evolucionistas naturalistas, que a religião é a maior manifestação da razão humana, visto que até mesmo eles reconhecem que só existem religião e crença na capacidade transcendente da matéria entre os seres que são racionais? Se admitíssemos que o homem surgisse a partir de fenômenos evolutivos aleatórios (o que não é verdade), por que não admitir que o fenômeno religioso é algo que faz parte inerente da racionalidade humana, portanto um fenômeno natural que demonstra a evolução da mente humana? Não seria a crença em Deus a grande prova de nossa racionalidade?

Seguindo o tema tratado, de acordo com o livro Reason & Religious Belief (Razão e Crença Religiosa): "A Religião é constituída por um conjunto de crenças, ações, e experiências, tanto pessoais e coletivas, organizada em torno do conceito de uma realidade última que inspira adoração ou total devoção. Esta realidade última pode ser compreendida como uma unidade ou pluralidade, pessoal ou impessoal, divina ou não, diferindo de religião para religião" (PETERSON; HASKER; REI CHENBACH, 2009, p. 7).

Assim, devemos compreender a religião dentro de um amplo conjunto de ações diferenciadas em um sistema que possui perspectivas também transcendentais. A religião não é apenas um sistema psicossocial, pois: "O fato de que a religião é um fenômeno psicológico e social não significa que a religião pode ser reduzida [apenas] a um fenômeno psicológico e social" (Ibid., 2009, p. 21). A crença, fator que alicerça a religião, provém de uma mente que possui necessidades e perspectivas transcendentais, e não apenas sociais e psicológicas.

A crença em um Deus (deus ou deuses de qualquer tipo de concepção). independentemente de qualquer religião organizacional, faz parte comum de toda experiência humana conhecida e comprovada por pesquisas desenvolvidas pela antropologia forense. Onde se encontra qualquer vestígio mais remoto de crença, e transcendência, aí se encontram também seres genuinamente humanos.

Portanto, o conceito de religião possui uma grande aplicação além do conceito básico de crença em uma divindade pessoal transmitido pelas chamadas religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo, islamismo).

 Para compreendermos melhor a natureza do fenômeno religioso, é necessário entendermos primeiro as chamadas cosmovisões, que formam a base de todas as Religiões e Seitas-NMR (Novos Movimentos Religiosos). ou DCNB (Denominações Cristas não Bíblicas).

A QUESTÃO DA GUARDA DO SÁBADO (IASD)

Os adventistas são conhecidos por considerarem a guarda do sábado como artigo de fé indispensável para a salvação.

1. Você não pode ser julgado se não guardar o sábado. Paulo diz que essa questão "é apenas sombra das coisas futuras e que a realidade está em Cristo" (Cl 2.14-17). Jesus trabalhou no Sábado bem como o Pai (Jo 5.17-18). Veja o que Deus diz em Os 2.11.

2. Por que eles têm o Sábado como estatuto perpétuo (Ex 31.17-18), mas não guardam as outras ordenanças tidas também como estatuto perpétuo, Gn 17:7, 13; Ex 12:14; Lv 23:31? Eram perpétuas na antiga aliança. Contudo, ela foi substituída pela Nova.

AGUARDA DO SÁBADO E A LEI

Para defenderem a guarda do sábado fazem diferença entre Lei Moral e Cerimonial. Chamam o decálogo de Lei Moral e ao restante de Lei Cerimonial. Ensinam que a Lei Cerimonial foi abolida por Cristo mas a Lei Moral permanece. Essa distinção porém não é encontrada na Bíblia. Assim, por incluírem a guarda do Sábado na Lei Moral, insistem em guardá-lo para salvação. Há, todavia, alguns pontos a serem considerados:

1. Jesus cumpriu toda Lei e na Cruz do Calvário riscou todo escrito de dívida que era contra nós nas suas ordenanças, para ser salvos pela sua graça (Mt 5.17; CI 2.14; Ef 2.8-10; Rm 7).

2. É impossível cumprirmos a Lei, pois quem tropeçar num só mandamento é culpado de todos (Tg 2.10). Se pudéssemos cumprir a Lei, por que teria sido necessário a vinda de Jesus? A Lei veio por Moisés, mas a graça por Jesus Cristo (Jo 1.17).

A LEI E AGRAÇA

"A Lei torna evidente o pecado e o Evangelho derrota o pecado na alma do homem." Analise alguns pontos:

1. Para que serviu a Lei? Paulo explica em Gl 3.24-29 que ela serviu de tutor, uma espécie de guia, até que viesse Jesus, para sermos salvos por Ele pela fé. "Jesus veio transformar a sombra da Lei na realidade por ela tipificada"

2. Ninguém é justificado pela Lei; o crente está liberto da Lei (Rm 3.20; 4-6; GI 2.16; 3.2-3; 5.1, 4, 6, 9; Hb 8.6-13).

3. Cristo é o cumprimento da Lei e dos mandamentos, para sermos justificados por Ele (Rm 10.4; Ef 2.15; I Co 3.13-14).

O ADVENTO DE JESUS

Guilherme Miller, precursor do adventismo, marcou as datas de 1847, 1850, 52, 54, 55, 66, 68, 77 para o retorno de Jesus, porém equivocou-se em todas elas. A Bíblia é bem clara:

1. Não se pode marcar a volta de Jesus (Mt 24.36). 

2. Jesus voltará num dia comum (Mt 24.37).

3. Este evento se dará repentinamente (Mt 24.43).

A VERDADE SOBRE HELLEN WHITE

Os adventistas dão aos livros de Hellen White peso de revelação, os quais contribuíram para a formação do Adventismo. Ela ensina a heresia de que o Sábado é o selo de Deus e que o oposto é o selo do anticristo. No livro "O Conflito dos Séculos" afirma que Jesus entrou no santuário celestial para completar a obra expiatória, a partir de 1844. Veja como isso é absurdo de acordo com Mc 16.19 e At 7.56! A Bíblia diz que Jesus já fez uma obra plena (Hb 6.19, 20; 8:1, 2;9.13-16; 10.10-14). Portanto, tenha cuidado!

A PROIBIÇÃO DE ALIMENTOS (IASD)

Proíbem certos tipos de alimento, como carne de porco. Veja as considerações bíblicas sobre o assunto:

1. Todos os alimentos podem ser consumidos, desde que sejam Santificados pela oração e pela Palavra (Mc 7.19; At 10.10-15; Rm 14.1-13; Lc 10.8; Cl 2.16; ITm 4.1-5). 

2. Jesus mesmo mostrou que os alimentos nada têm a ver com a santificação ou com a salvação (Mt 15.17- 20).

O Apóstolo Paulo trata essa questão orientando-nos para que não desprezemos aqueles que se abstêm de certos alimentos (I Co 8.1 13). Trata-se, pois, de uma questão de consciência.

A ANIQUILAÇÃO DOS ÍMPIOS (IASD)...

Essa doutrina foi criada por eles e adotada pelos TJ. Para eles, os pecadores serão destruídos com o pecado. Veja a verdade:

REFUTAÇÃO

1. A Bíblia fala da existência de castigo (fogo eterno, Jd 7) consciente para aqueles que rejeitarem a Cristo nesta vida (Mt 8.11-12, 13.42, 22.13, 25.41; Lc 13.24-28, 16.19-31; II Pd 2.17; Jd 13; Ap 14.19-20, 21.8). 

2. A morte também significa separação (Ef 2.1-3; Rm 3.23).

Paulo confessa em Filipenses 1:23 que desejava partir e estar com Cristo. Analise: Como a vida após a morte se trata de um estado de incosciência, se ele mesmo afirma que seria muito melhor estar lá, com Cristo, que viver aqui nesta vida? Por outro lado, que sentido moral teria a condenação do ímpio, caso fosse aniquilado após a morte? Isto é inconcebível à luz da Bíblia Sagrada.

A VERDADE SOBRE O ADVENTISMO DO 7 Dia...

Os adventistas do sétimo dia são considerados por alguns como seita e por outros como uma Igreja Cristã. É importante, porém, a fundamentação das seguintes doutrinas.

O SONO DA ALMA

Eles afirmam que entre a morte e a ressurreição dos mortos os crentes dormem. O termo dormir no Senhor, usado algumas vezes para quem morreu em Cristo, é apenas figurativo, pois se trata do descanso das lutas desta vida. 

Analise bem:

1.1 Como poderia ser verdade se Moisés e Elias falaram com Jesus no monte da transfiguração (Mt 17.1-8), e aqueles que morreram em Cristo glorificam a Deus (Ap 6.9-10, 7.9-10)?

1.2 Há vários textos que enfatizam a continuidade após a morte

A) (At 7.59, Fp 1.21, Lc 23.42-43, Hb 12.22-23, Ap 7.9-14,

B) Lc 16.19-31, Ec 12.7, II Co 5.1, 6, 8, ITs 5.10).

1.3 Jesus disse ao ladrão da cruz: "hoje mesmo estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43). Sem dúvida não seria dormindo!

quinta-feira, 10 de junho de 2021

A forma do batismo cristão e a forma do batismo judeu.

A forma do batismo cristão e a forma do batismo judeu 

O batismo cristão foi instituído seguindo o modo do batismo dos judeus, ou seja, por aspersão ou efusão, e não por imersão.

1. Idêntico significado da água nas duas dispensações No Antigo Testamento, quando a água é utilizada com fins religiosos, seu emprego é feito por aspersão. Esse fato nos induzirá a esperar, como procedimento natural, que, no Novo Testamento, a água seja aplicada de modo idêntico ao do Antigo Testamento. Por que teria de ser mudado? Se a aspersão era suficiente antes, por que não o seria agora, principalmente se levarmos em conta que, em ambas as dispensações, é usada para o mesmo fim?
Nas duas dispensações é um emblema de purificação e consagração. Por que, pois, haveria de ser diferente a maneira de usá-la? Acaso uma grande quantidade de água será mais significativa do que uma pequena quantidade? Definitivamente, não! Por isso, se foi mudado o modo de usar a água no Novo Testamento, é necessário demonstrar tanto o motivo como o fato em si. 

Porém, nem uma coisa nem outra pode ser demonstrada.


2. Expressões sim bólicas que favorecem a aspersão/efusão Por outro lado, não só existe base razoável para esse pressuposto como também aquilo que se vislumbra profeticamente do reino de Cristo nos leva a confirmar essa esperança: “Contudo ele aspergirá sobre muita gente” (Is 52.15MKJV);2 “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei” (Ez 36.25).
Essas expressões são figurativas, mas mesmo assim têm significado. Indicam que o uso religioso da água é feito seguindo-se o mesmo método anterior. Não há nenhuma palavra a respeito de imersão; nem sequer um indício de que deva haver qualquer mudança nesse terreno. Ante a ausência de um mandado, devemos afirmar que o uso idêntico que implicitamente se faz da água é um argumento em nosso favor.

domingo, 9 de maio de 2021

RAZÕES PORQUE “SEOL” E “HADES” NÃO PODE SER “SEPULTURA”:

1) SEOL não pode ser confundido com “sepultura”, porque para sepultura é usada a palavra keber ou k’boorah (hebraico) e taphos ou mnema ou mnemeion (grego). Em Is. 14:19 ‘keber’ não pode ser visto como sinônimo de ‘SEOL’. O rei é lançado fora da sepultura (keber) com o propósito de entrar no SEOL (v.9,10). Nestas referências bíblicas, SEOL e keber são opostos e não sinônimos.

2) Na Septuaginta, SEOL nunca é traduzida como mnema, que é a palavra grega para sepultura. Keber é traduzida para mnema 36 vezes e taphos 45 vezes. Mas keber nunca é traduzi-da para HADES como SEOL nunca é traduzida para mnema.

03) Keber e SEOL são sempre contrastadas e nunca equiparadas. Keber é o lugar do corpo, enquanto que SEOL (HADES) é o lugar do espírito e da alma (Lc. 16.22-25).

04) SEOL (HADES) é o lugar não visto, abaixo da terra, enquanto a sepultura é na superfície da terra, é um lugar visto por qualquer ser humano. SEOL (HADES) é o lugar invisível, ou o mundo invisível (Is. 14:9). SEOL (HADES) é o lugar mais baixo (Sl. 139.7-8; Am. 9.2) 

05) Enquanto os corpos estão inconscientes na sepultura, os que se acham no SEOL (HADES) são vistos como seres conscientes (Is. 14.4-7; 44.23; Ez. 31.16; 32.21; II Sm. 22.6; SI. 116.3; Jn. 2.13).

06) Enquanto keber é usada com relação a sepultamento, SEOL não o é. Pode-se sepultar alguém na sepultura (ke-ber), mas não se pode sepultar no SEOL (HADES) (Gn 23.4,6,9,19,20; 49.30).

07) Enquanto keber é encontrada no plural (sepulturas) Êx. 14.11, SEOL (HADES) nunca é encontrada no plural (SEOL).

08) Enquanto uma sepultura pode ser localizada em lugar específ i co (Êx. 14.11), SEOL (HADES) nunca é localizado, porque de qualquer lugar SEOL (HADES) se torna acessível por ocasião da morte de alguém.

09) Enquanto alguém pode possuir sua própria sepultura (Gn. 23.4-20), em nenhum lugar da Bíblia se encontra que alguém possa ter o seu próprio SEOL (HADES).

10) Enquanto alguém pode tocar numa sepultura (Nm. 
19.18), não se encontra na Bíblia que alguém possa tocar no SEOL (HADES).

11) Enquanto tocar numa sepultura traz contaminação (Nm. 19.16), a Bíblia nunca fala de alguém ser declarado imundo por tocar no SEOL (HADES).

12) Enquanto se pode remover ou tirar corpos ou ossos da sepultura (II Rs. 23.16), a Bíblia nunca fala de alguém remover algo do SEOL (HADES).

13) Enquanto se pode ornamentar uma sepultura (Gn 35.20), SEOL (HADES) nunca pode ser ornamentado.

14) Enquanto alguém pode roubar algo de uma sepultura (Jr. 8.1-2), o SEOL (HADES) nunca pode ser roubado ou profanado pelo homem.