17.1. Origem e fundação: Mohamed (Maomé), o profeta (579-632 d.C.). Surgiu por volta de 610 d.C., em Meca e Medina. A sede se encontra na Arábia Saudita. As divisões principais são: sunitas (aqueles que creem tanto nos ensinos do Corão como nas Sunas-tradições da vida do profeta) e xiitas (aqueles que creem apenas nos ensinamentos do Corão).
17.2. Textos normativos: Alcorão, Hadith ou Sunas (as palavras e obras de Maomé [tradições da vida do profeta]). A Lei de Moisés (Pentateuco), os Salmos e o "Evangelho" (não os quatro evangelhos bíblicos, mas, sim, o evangelho apócrifo de Barnabé e trechos dos evangelhos canônicos que pareçam defender suas crenças). Acreditam que os Evangelhos foram adulterados pelos cristãos, tornando os, portanto, incapazes de apresentar uma figura autêntica do profeta Jesus.
17.3. Divindade: Alá é o único Deus e não se manifesta por meio de nenhum tipo de Trindade. Ele revelou o Corão a Maomé por intermédio do anjo Gabriel. Alá trata com severidade seus seguidores, e entre os "melhores nomes" (noventa e nove atributos de Alá) não se encontra o de Pai amoroso.
17.4. Jesus: Jesus é apenas mais um entre os aproximadamente 124 mil profetas enviados por Alá (Deus) a todos os povos. Adão, Abraão e Moisés são alguns dos principais profetas. Jesus nasceu de uma virgem, mas não é o Filho de Deus como pensam os cristãos. Não possui nenhum nível de divindade, e considerá-lo divino é um grande agravo a Alá. A crucificação foi um simulacro, portanto quem foi crucificado no lugar de Jesus foi Judas. Jesus, o Messias, foi levado aos céus sem provar a morte.
17.5. Espírito Santo: A tendência tanto entre leigos como entre eruditos é relacionar a ideia do "Espírito Santo" com o anjo Gabriel, que, além de trazer a mensagem da parte de Alá para Maria, também revelou o Corão ao profeta.
17.6. Salvação: A condição humana não é de total estado de pecaminosidade, pois os homens conseguem realizar ações morais de grande valor. Como não existe o "pecado original", depende do homem aproximar-se de Alá para, por sua submissão à doutrina do islā, obter a salvação de sua alma e o paraíso.
17.7. Morte: No período entre a morte e a ressurreição, os fiéis (muçulmanos) e os infiéis (descrentes) no túmulo (local intermediário segundo o islä) deverão responder às três perguntas feitas pelos anjos (Munkar e Nakir): Quem é o teu Senhor? Qual a tua religião? O que tens a dizer sobre esse homem (Mohamed)? Se as respostas forem satisfatórias, o fiel desfrutará de uma janela para sentir o "ar" e gozar das beatitudes do paraíso até a ressurreição final. Se as respostas não forem satisfatórias, o infiel sofrerá até o dia de sua ressurreição para depois ser julgado diante de Alá.
17.8. Outras crenças: Possui cinco pilares de fé (arkan), que devem ser mantidos por todos os adeptos do Islã. Os pilares são: Shahada (professar o credo de que existe um único Deus e que Mohamed é o seu mensageiro); Salat (orar cinco vezes ao dia); Zakat (contribuir anualmente com 2,5 de seus rendimentos para auxiliar os necessitados); Saum (jejum anual no mês de Ramada [mês mais importante do calendário islâmico por ter sido nesse mês que, segundo o Islã, Mohamed recebeu o Corão]); e Hajj (peregrinação pelo menos uma vez na vida, se houver condições físicas e financeiras, à cidade sagrada de Meca). Outra doutrina é a do Jihad, que implica qualquer ato de esforço para a expansão do islã, mesmo que dentro desse ato de "esforço" esteja o conceito de "guerra santa",