A existência do fenômeno religioso em todas as culturas em que a raça humana fez parte integrante de seu desenvolvimento demonstra ser este fenômeno não apenas a tentativa de uma mente primitiva de encontrar respostas diante dos fenômenos naturais inexplicáveis para uma mente que desconhecia a ciência, mas também a necessidade natural de expressar a transcendência comum ao ser humano por meio do fenômeno religioso. Portanto, a busca humana pela experiência sobrenatural de qualquer natureza demonstra a singularidade desse fenômeno na experiência exclusivamente racional da espécie humana. Então por que não poderíamos afirmar, ao contrário do que declaram os evolucionistas naturalistas, que a religião é a maior manifestação da razão humana, visto que até mesmo eles reconhecem que só existem religião e crença na capacidade transcendente da matéria entre os seres que são racionais? Se admitíssemos que o homem surgisse a partir de fenômenos evolutivos aleatórios (o que não é verdade), por que não admitir que o fenômeno religioso é algo que faz parte inerente da racionalidade humana, portanto um fenômeno natural que demonstra a evolução da mente humana? Não seria a crença em Deus a grande prova de nossa racionalidade?
Seguindo o tema tratado, de acordo com o livro Reason & Religious Belief (Razão e Crença Religiosa): "A Religião é constituída por um conjunto de crenças, ações, e experiências, tanto pessoais e coletivas, organizada em torno do conceito de uma realidade última que inspira adoração ou total devoção. Esta realidade última pode ser compreendida como uma unidade ou pluralidade, pessoal ou impessoal, divina ou não, diferindo de religião para religião" (PETERSON; HASKER; REI CHENBACH, 2009, p. 7).
Assim, devemos compreender a religião dentro de um amplo conjunto de ações diferenciadas em um sistema que possui perspectivas também transcendentais. A religião não é apenas um sistema psicossocial, pois: "O fato de que a religião é um fenômeno psicológico e social não significa que a religião pode ser reduzida [apenas] a um fenômeno psicológico e social" (Ibid., 2009, p. 21). A crença, fator que alicerça a religião, provém de uma mente que possui necessidades e perspectivas transcendentais, e não apenas sociais e psicológicas.
A crença em um Deus (deus ou deuses de qualquer tipo de concepção). independentemente de qualquer religião organizacional, faz parte comum de toda experiência humana conhecida e comprovada por pesquisas desenvolvidas pela antropologia forense. Onde se encontra qualquer vestígio mais remoto de crença, e transcendência, aí se encontram também seres genuinamente humanos.
Portanto, o conceito de religião possui uma grande aplicação além do conceito básico de crença em uma divindade pessoal transmitido pelas chamadas religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo, islamismo).
Para compreendermos melhor a natureza do fenômeno religioso, é necessário entendermos primeiro as chamadas cosmovisões, que formam a base de todas as Religiões e Seitas-NMR (Novos Movimentos Religiosos). ou DCNB (Denominações Cristas não Bíblicas).