sexta-feira, 14 de março de 2014

A Lei do Antigo Testamento é Boa?

É fácil se confundir lendo as epístolas de Paulo. O apóstolo Pedro comentou sobre esse fato, mas ainda recomendou os escritos de Paulo como escrituras (2 Pedro 3:15-16). Como ele avisou, supostas contradições bíblicas têm sido a desculpa para muitas pessoas rejeitarem a fé em Jesus e na palavra revelada na Bíblia. Consideremos um exemplo: o ensinamento de Paulo sobre a lei do Antigo Testamento. Por um lado, Paulo descreve a lei dada aos israelitas no Antigo Testamento como “ministério da morte” e “ministério da condenação” e diz que é a letra que mata (2 Coríntios 3:6-9). Ele falou desta lei como “escrito de dívida que era contra nós..., o qual nos era prejudicial” (Colossenses 2:14). Em outra carta, ele afirmou: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição” (Gálatas 3:10). Por outro lado, o mesmo apóstolo disse: “a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom.... Porque bem sabemos que a lei é espiritual” (Romanos 7:12,14). Um dos trechos que mais ajuda na busca de um entendimento desse assunto é 1 Timóteo 1:8-10, onde Paulo escreveu: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina”. Observamos alguns fatos importantes: A lei é para transgressores. A lei trouxe conhecimento do pecado (Romanos 3:20; Gálatas 3:22). O homem se condenou por sua falta de amor (o princípio que apoia qualquer lei divina - Mateus 22:37-40), e a lei mostrou sua condição. Este foi um serviço necessário (ministério da morte e da condenação), porque sem o diagnóstico do problema, o homem não aceitaria a cura em Jesus (Gálatas 3:23-24). Os justos (justificados em Cristo) não vivem sob a lei. Não “permanecem subordinados” (Gálatas 3:25) porque foram “libertados da lei” (Romanos 7:6). A lei ainda serve e deve ser usada de modo legítimo. Não serve para nos governar nem para guiar a igreja no seu trabalho, louvor, etc., mas serve para nos ajudar a entender o perigo do pecado (1 Coríntios 10:6-11; Hebreus 2:1-3), a importância da fé obediente (Hebreus 11) e a confiabilidade absoluta de Deus, que cumpre suas promessas (Romanos 15:4). Por tais motivos, estudamos e aprendemos de toda a Escritura (2 Timóteo 3:16-17), e erramos se negligenciar o estudo do Antigo Testamento.