Três relatos da vida de Jesus incluem o registro de uma conversa entre Jesus e um jovem rico, homem de posição (Mateus 19:16-22; Marcos 10:17-22; Lucas 18:18-23). Quando este jovem chamou Jesus de “Bom Mestre”, ele respondeu: “Por que me chamais bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus” (Lucas 18:19). Pessoas que não acreditam na divindade de Jesus frequentemente usam este episódio para dizer que ele mesmo não se considerou divino. Devemos rejeitar esta interpretação por vários motivos. Considere estes fatos:
1. Se Jesus tivesse negado a sua divindade neste versículo, ele teria contradito seu próprio ensinamento e conduta em outros lugares. Jesus afirmou ser o “Eu Sou” que existia antes de Abraão (João 8:58,24). Ele aceitou adoração, sabendo que só Deus merece ser adorado por suas criaturas (Mateus 8:2; 4:10). Além das afirmações de Jesus, outros textos do Novo Testamento mostram sua divindade (João 1:1; Hebreus 1:6; etc.)
2. Jesus não negou ser bom. Outros textos também afirmam a perfeição de Jesus que viveu sem pecado (Hebreus 4:15; 1 Pedro 2:22) quando cumpriu sua missão de mostrar a bondade de Deus para o mundo pecador (João 3:16; 10:11; Romanos 11:22).
3. A pergunta de Jesus não serviu para negar a afirmação do jovem rico. Serviu para destacar a autoridade daquele que logo em seguida exigiria dele um sacrifício difícil. Se este jovem refletisse sobre o significado das suas próprias palavras, a confissão que Jesus é o Bom Deus, ele não teria desculpa ao rejeitar as instruções do Senhor. O mesmo Deus que revelou no Antigo Testamento os mandamentos que este homem guardava a vida toda (“Não adulterarás, não matarás, não furtarás”, etc.) agora diria: “Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me” (Lucas 18:22). O jovem precisava reconhecer que estava naquele momento diante do Bom Deus.
4. Em outras ocasiões, Jesus falou coisas semelhantes. Ele disse: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mateus 4:10), não para negar a sua divindade, e sim para negar a sugestão do diabo. Ele pagou o imposto do templo, mas não negou ser Filho do dono da casa (Mateus 17:24-27). Ele perguntou aos apóstolos: ”Mas vós,... quem dizeis que eu sou?” (Mateus 16:15) não por causa de dúvida sobre a sua divindade, mas para chamá-los ao compromisso necessário para suportar o que viria pela frente (Mateus 16:16; cf. 16:21-26). Jesus é bom. Ele é divino. Ele merece a nossa adoração e obediência!