sábado, 31 de julho de 2021

#15. As 22 Principais Técnicas de Controle Mental Observadas em Vários NMR/DCNB...

15.1. Hipnose: Induzir a um estado de alta sugestionabilidade por hipnose, muitas vezes disfarçada na forma de suposta técnica de relaxamento ou meditação.

15.2. Pressão de vigilância em grupo: Dúvidas suprimidas e resistência a novas ideias, por meio da exploração do sentimento de pertencimento e vigilância constante.

15.3. "Bombardeio" de amor: A criação de um sentido de família e de pertencimento ao grupo por meio de abraços, beijos, carinho, toques e elogios constantes, que geralmente substituem o relacionamento familiar.

15.4. Rejeição de antigos valores: Acelerar a aceitação de novo estilo de vida constantemente denunciando antigos valores e crenças ortodoxas.

15.5. Doutrinamento confuso: Incentivar aceitação cega e rejeição da lógica por meio de palestras complexamente elaboradas e a completa aceitação de um corpo de doutrinas contraditórias. 

15.6. Metacomunicação: Implantação de mensagens subliminares, introduzindo certas palavras-chave que remetem a doutrinas particulares do grupo.

15.7. Remoção de privacidade: Alcançar a perda da capacidade de avaliar de forma lógica, impedindo a contemplação particular de um pensamento ausente do grupo.

15.8. Privação do senso de tempo: Destruir a capacidade para avaliar a informação, as reações pessoais e as funções do corpo em relação à passagem do tempo com a remoção de todos os sistemas de auxílio de medição (relógios, calendários etc.).

15.9. Desinibição: Incentivar o desenvolvimento de um estilo de obediência servil como uma criança, desenvolvendo um comportamento inclinado à aceitação de doutrinas e comportamentos "infantis" não percebidos.

15.10. Abuso verbal: Dessensibilização por meio de bombardeamento com linguagem dominadora e abusiva não percebida.

15.11. Privação de sono e fadiga mental: Criação de desorientação e vulnerabilidade por meio de prolongada atividade física e mental, e abstenção de descanso e sono adequado.

15.12. Códigos de vestimenta: Remoção da individualidade no vestir-se, exigindo a conformidade com o código de vestimenta do grupo. 

15.13. Repetições: Sensação de elevação espiritual e eliminação de pensamentos contrários ao grupo por meio da repetição prolongada de cânticos e frases que visam um "estreitamento" mental de completo cunho emocional.

15.14. Fragilização: Incentivar a destruição do "ego" (senso de existência e valor individual) por meio da confissão das fraquezas pessoais e sentimentos mais íntimos de dúvida, impedindo o conceito de felicidade que não esteja relacionado à dependência do grupo.

15.15. Acusação: Criar uma falsa sensação de justiça, por apontar as falhas do mundo exterior, ou mesmo de outros grupos religiosos com um tom de moralidade ou conhecimento doutrinário exclusivista.

15.16. Ostentação hierárquica: Promover a aceitação da liderança do grupo em troca de avanço promissor, poder e salvação.

15.17. Isolamento: Induzir a perda da realidade por uma separação física da família, dos amigos, da sociedade e o estreitamento das referências racionais e relacionais tão necessárias.

15.18. Mudança de dieta: Criar desorientação e aumento da suscetibilidade emocional, privando o sistema nervoso dos nutrientes necessários por meio da utilização de dietas especiais e/ou de jejuns prolongados.

15.19. Questionamento zero: Realizar aceitação automática de crenças por desencorajar o questionamento de qualquer tipo de ensino.

15.20. Culpa: Reforçar a necessidade de "salvação", exagerando os pecados do antigo estilo de vida, criando uma sensação de culpa solucionada apenas pela comunhão integral com o grupo.

15.21. Medo: Manter fidelidade e obediência ao grupo pela ameaça psíquica, evitando a menor oposição de qualquer nível, seja por meio de um simples pensamento, seja por meio de uma ação.

15.22. Substituição: Destruição do conceito familiar pré-seita. Fazendo com que por meio de casamentos e novas organizações familiares sejam destruídas quaisquer referências de vida fora do grupo.

#14. Principais Características Psicossociais Encontradas nos NMR/DCNB

14.1. Utilização de coerção psicológica para recrutar, doutrinar e reter seus membros.

14.2. Formar uma sociedade totalitária elitista. 

14.3. Seu líder fundador é autoungido, dogmático, messiânico, não presta contas abertamente de suas ações, quer seja no nível organizacional, ou mesmo financeiro.

14.4. Acreditar que "o fim justifica os meios", a fim de angariar fundos ou recrutar pessoas.

14.5. Sua riqueza não beneficia seus membros ou mesmo a sociedade, apenas seus líderes e o poder organizacional.

#13. Outras Características Fundamentais NMR/DCNB...

13.1. Sistema centralizador de governo: Uma liderança completamente centralizada somente nos parâmetros preestabelecidos pela própria organização.

 13.2. Autoridade "divina" do líder: O líder alimenta a visão de instrumentalidade divina levando os adeptos a compreenderem que se insurgir contra ele em qualquer situação significaria se insurgir contra Deus e sua obra.

13.3. Doutrinas exóticas: Ensinos fundamentais exclusivos que a distinguem de qualquer outro sistema existente.

13.4. Despersonalização do adepto: Retira do adepto qualquer condição psicológica de se ver como indivíduo, somente possuindo valores reais em grupo.

13.5. Limitação autocrítica: Elimina do adepto a condição mental de análise de qualquer tipo de crítica, interna ou externa, que surja com relação ao sistema, colocando-o automaticamente sempre na defensiva, não importando as evidências contrárias.

#12. Características Distintivas dos NMR/DCNB

12.1. Adição: Adiciona algo à autoridade canônica da Bíblia, tornando-a insuficiente, e, portanto, necessitada de algum tipo de complemento às suas revelações.

Ex.: Pode-se adicionar novas escrituras autoritativas à Bíblia, ou mesmo o pensamento dos líderes, profetas ou autoridades do grupo. A suficiência da Bíblia é reduzida, em partes ou no todo.

12.2. Subtração: Subtrair algo da natureza de Cristo. O Jesus anunciado e crido por eles geralmente é reduzido em sua natureza. Ou é desprovido de sua natureza humana, ou de sua natureza divina, ou ambas.

Ex.: Deve-se crer em Jesus, mas não no Jesus apresentado nas Escrituras. Isso demonstra a posição secundária da pessoa de Cristo dentro de tais sistemas doutrinários. 

12.3. Multiplicação: Exigem muito mais do que crer em Cristo para serem salvos. A fé suficiente como apresentada nas Escrituras deve ser acrescida a alguma doutrina particular do grupo.

Ex.: A graça salvadora (favor imerecido de Deus em prol dos pecadores perdidos) é negada. A salvação passa a ser atrelada a um conjunto de práticas litúrgicas e doutrinárias determinadas somente pelo grupo.

12.4. Divisão: A Glória devida a Deus é dividida com a "glória" do sistema religioso. Não se pode ser fiel a Deus participando de outro sistema religioso, pois somente fazendo parte do grupo pode-se agradar a Deus plenamente.

Ex.: O sistema religioso se torna o responsável pela apresentação ideal de Deus, conduzindo o adepto a uma postura de exclusivismo religioso que o impede de aceitar qualquer outro sistema de crença que não seja o dele.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

#11. Divisão das Chamadas "Seitas" (NMR/DCNB)

As seitas são classificadas não por "cosmovisões", mas se enquadram em um conjunto de características comuns que as dividem em quatro blocos:

11.1. Pseudocristãos: São grupos advindos do cristianismo, mas que rompem com a ortodoxia bíblica em suas doutrinas centrais (Testemunhas de Jeová, Adventistas do Sétimo Dia, mórmons, pentecostalismo unicista etc.).

11.2. Orientais: São grupos advindos principalmente das grandes religiões hindu-budistas e do extremo oriente (Hare Krishnas, Seicho-No-le, Igreja da Unificação etc.).

11.3. Ocultistas: São grupos cujo fundamento doutrinário se baseia no suposto contato com os "espíritos desencarnados", elementais ou entidades espirituais de supostas falanges "superiores" (bruxaria [wica], espiritismo, satanismo etc.).

11.4. Secretas: São grupos divididos por níveis de progressão espiritual cuja doutrina somente é conhecida pelos iniciados de cada grau por eles alcançado (Ordem Rosacruz, maçonaria etc.).

Apesar de alguns adeptos dos grupos anteriormente mencionados tentarem negar as implicações religiosas de suas crenças, as características estruturais desses grupos se enquadram nas estruturas encontradas em todos os grupos de origem religiosa, quer sejam necessariamente sectários, quer não.

#10. Definindo "Seitas" (NMR/DCNB)

A palavra "seita" em nossa língua portuguesa possui sua origem na palavra latina secta, cuja raiz é possivelmente proveniente de dois verbos latinos que significam tanto "seguir como "cortar ou truncar um galho. A palavra que encontramos no NT para se referir à "seita" é o termo grego hairesis (escola, partido, grupo, facção), que é usado para se referir não necessariamente a apenas um grupo minoritário dentro de uma religião (como é o conceito vigente), mas a qualquer grupo que divirja de outro dentro de qualquer expressão quer seja religiosa, ou mesmo social (um partido político, ou uma equipe de médicos, por exemplo).

Segundo Edward Robinson, autor de um dos mais respeitados léxicos do NT grego, hairesis no NT significa: "um modo de vida escolhido, ou seja, uma seita, escola, partido. Donde discórdia, dissensão, surgindo a partir da diferença de opinião (2012, p. 21).

Quem definitivamente restringirá a palavra "seita" ao uso vigente em nossa língua e cultura será Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), que fará uso de tal expressão dentro apenas do âmbito religioso dissidente do cristianismo estatal do qual o grande filósofo e teólogo latino fez parte.

Como toda língua é dinâmica (pode ter o sentido de uma palavra, ou sua totalidade ampliada, restrita, ou mesmo cessar sua completa existência) dentro de seu desenvolvimento, é óbvio que com a palavra "seita" não seria diferente. Hoje, o termo continua tendo um sentido estritamente pejorativo quando usado dentro do contexto religioso a partir de uma ótica cristà. Vejamos a seguir os contextos das nove referências neotestamentárias em que a palavra hairesis é mencionada:

Atos 5.17, 15.5; 24.5,14; 26,5; 28,22 - Seita;
1 Coríntios 11.19 - Partidos, Herestas: Gálatas 5:20-Facções, Partidos; 
2 Pedro 2.1- Heresias.

Não temos, portanto, no contexto neotestamentário nenhuma referência a qualquer tipo de uso de hatresis em outro contexto que não seja religioso. Assim, poderíamos classificar uma seita a partir de uma perspectiva cristã, como:

"Um grupo surgido de uma dissensão religiosa que rompe com as doutrinas centrais da religião originária seguindo um líder, ou uma liderança carismática. A proposta das seitas não é a de uma mudança apenas estrutural ou organizacional, mas fundamentalmente doutrinária. Negando assim as bases doutrinárias fundamentais da religião da qual derivou gerando novas doutrinas exóticas" - Pr. Paulo Sérgio Batista.

#09. Religiões Monoteistas

O monoteísmo não é apenas a ideia de que um único ser divino deve ser adorado entre outros supostos deuses existentes. A essa crença chamamos monolatria ou henoteísmo. O monoteísmo é a ideia de que existe apenas um único Deus, por isso somente ele é digno de completa adoração. O monoteísmo não admite a existência de outros deuses, mas apenas a existência de um.

A nossa avaliação crítica de alguns grupos religiosos iniciará com duas das chamadas principais religiões monoteístas (judaísmo e islamismo). As três grandes religiões monoteístas possuem semelhanças em vários aspectos. Acreditam em um Deus pessoal, mesmo que sua concepção da natureza da divindade seja diferente. Os judeus e muçulmanos não acreditam na unidade composta de Deus (trindade), crendo ser essa concepção um erro ou desvio doutrinário do cristianismo. Apesar de não crerem no conceito do Deus possuidor de uma unidade composta, seus livros sagrados (Tanach [Primeiro Testamento/AT] e Alcorão) tendem, de uma forma indireta, a apresentar essa concepção. Vejamos a seguir alguns desses textos que afirmam a unidade composta de Deus em tais escritos considerados sagrados por seus seguidores: 

"E quando dissemos aos anjos: prostrai-vos ante Adão!..." Surata 2.34;

"Determinamos: Ó Adão, habita o paraíso..." - Surata 2.35;

"E ordenamos: Descei todos aqui! Quando vos chegar de mim a orientação, aqueles que seguirem a minha orientação não serão presas do temor, nem se atribularão" - Surata 2.38.

Esses textos são claros ao usar termos plurais (verbos) com referência a Alá, mesmo que sejam empregados também nos mesmos contextos pro nomes no singular com referência ao senhor do Islã. Nega-se a crença, mas ao mesmo tempo deixa-se implícita a doutrina.

Apesar de alguns muçulmanos afirmarem que o Deus do cristianismo é o mesmo do islamismo, isso faz mais parte de um diálogo conciliador, visando uma aproximação com os cristãos no intuito de evangelizá-los, do que uma verdade verificável dentro das doutrinas e crenças islâmicas.

Existe uma diferença irreconciliável entre essas duas religiões monoteístas no que diz respeito à pessoa e à natureza de Deus. Por exemplo, a imagem de Deus reproduzida pelo Islã é de um Deus não trinitário (unitarismo), portanto completamente diferente do Deus apresentado nas Escrituras Judaico-cristas. O Corão, assim, nega e condena qualquer presunção humana de se crer na doutrina da Trindade, condenando tais crentes ao inferno (Surata 5, 73, 74).

Consequentemente a essa rejeição completa à doutrina da Trindade, a pior transgressão cometida por um ser humano seria então o pecado de idolatria chamado shirk (comparar Deus com algo ou alguém). Este para os muçulmanos é um pecado imperdoável, sendo o principal motivo pelo qual rejeitam completamente a doutrina cristã da Trindade, pois necessariamente coloca Jesus em um nível de igualdade de natureza com o Pai celestial; para os muçulmanos é considerado um ultraje à imagem de Deus, pois coloca a criatura (Jesus, segundo eles) no mesmo nível de semelhança do criador (Surata 5.72).

O unitarismo judaico também não é diferente do unitarismo islâmico, pois, mesmo que negue a possibilidade de existir dentro de suas Escrituras Sagradas um Deus em termos plurais ou compostos, o Tanach (Escrituras judaicas) também declara da mesma forma algum tipo de unidade composta em YHVH (Deus), mesmo que isso seja negado pelos mestres e autoridades judaicas. Vejamos alguns textos que expressam essa ideia:

"Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... E Deus Criou o homem à sua imagem. à imagem de Deus o criou..." - Bereshit 1.26,27; "E o Eterno Deus disse: "Eis que o homem se tornou como um de Nós, para conhecer o bem e o mal..." - Bereshit 3.22; "E disse o Eterno: 'eis um mesmo povo e uma mesma língua para todos eles...Vinde, desçamos e confundamos ali sua língua... E os espalhou o Eterno dali sobre a face de toda a terra..." - Bereshit 11.6-8.

Semelhante ao Corão, o Tanach deixa implícita a ideia de um ser composto na divindade única e eterna (YHVH). Pois ou o contexto de tais versos ou mesmo as implicações das ações desse ser plural só podem estar relacionados a Deus, e não aos anjos, uma vez que estes são completamente inexistentes nos versos mencionados.

Agora veremos as principais divisões das "seitas" - Novos Movimentos Religiosos (NMR)/Denominações Cristas não Bíblicas (DCNB), bem como das principais religiões as quais temos contato.

#08. Divisão: Atualmente existem Doze Grandes Religiões no Mundo

8.1. Cristianismo: Israel (30 d.C.)

8.2. Judaísmo: "Egito" (Sinai - 1400 a.C.)

8.3. Islamismo: Arábia (7° séc. a.C.)

8.4. Hinduísmo: Índia (1400 a.C.)

8.5. Budismo: Índia (520 a.C.)

8.6. Xintoísmo: Japão (6º séc. a.C.)

8.7. Jainismo: Índia (550 a.C.)

8.8. Sikismo: Índia (1500 a.C.)

8.9. Confucionismo: China (6º séc. a.C.)

8.10. Taoísmo: China (550 a.C.)

8.11. Zoroastrismo: Irã (6º séc. a.C.)

8.12. Animismo: África (data incerta)

quinta-feira, 15 de julho de 2021

OS SEIS INIMIGOS DA APOLOGÉTICA

1.1 Indiferença 
Muitos cristãos não parecem preocupar se com o fato de o cristianismo ser ridicularizado, taxado como antiquado, irracional e tacanho, em nossa cultura. São pessoas que até se indignam com algumas destas ofensas, mas faz pouco ou nada fazem para contrariar tais argumentos, não se importam em oferecer uma defesa da cosmovisão cristã.
 A indiferença vem corroendo a defesa do evangelho. E o que é pior, esta apatia é contagiosa. Nossa atitude deve ser como a do apóstolo Paulo. Ao constatar o emaranhado ambiente idólatra de Atenas, a Bíblia relata que “o seu espírito se comovia em si mesmo” pela pobreza espiritual daquelas pessoas (At 17.16). Este zelo pela verdade de Deus o conduziu a um encontro apologético muito frutífero com os filósofos gregos no Areópago ateniense (Cf. At 17). Da mesma maneira que Deus “amou o mundo” a ponto de entregar seu Filho unigênito para conceder salvação a todos quantos o receberem (Jo 3.16), os fiéis discípulos de Jesus devem demonstrar o fruto deste amor, apregoando ao mundo o genuíno evangelho e respondendo às objeções à fé cristã (Jo 17.18). 

1.2 Irracionalismo

 Para alguns cristãos, fé significa crer na ausência das evidências e dos argumentos. Pior ainda. Para outros, fé significa é crer naquilo que é totalmente contrariado por todas as evidências. O mais curioso de tudo isto é que, geralmente, quanto mais essas pessoas demonstram esta capacidade de crer tanto mais elas são elevadas espiritualmente. Temos de ponderar que, embora Paulo realmente ensine que Deus fez tola “a sabedoria deste mundo” (1Co 1.20), a revelação divina não é irracional; nem deve ser assegurada na irracionalidade. Deus não nos exige que aniquilemos nossas faculdades críticas para acreditar em suas obras. Pelo profeta Isaías, Deus declaradamente convida a Israel: “Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR”, ou, em outras palavras, “venham e argumentemos juntos” (Is 1.18). Jesus nos ordenou a amar a Deus com toda a nossa mente, pensamento (Mt 22.37). Quando os cristãos optam pelo irracionalismo acabam abrindo margem para muitas acusações que, de outra forma, seriam infundadas, mas que, infelizmente, acabam encontrando guarida no comportamento prejudicial de alguns.  

1.3 Ignorância

Muitos cristãos não estão atentos aos diversos recursos intelectuais disponíveis para serem empregados na defesa da sã doutrina. Isto ocorre, em grande parte, porque algumas igrejas e organizações evangélicas ignoram potencialmente a apologética.  Alguns denominados cursos de teologia não se preocupam em inserir em sua grade curricular matérias que ofereçam conteúdos para ajudar os estudantes a lidar com a incredulidade que emana em todas as áreas da sociedade. Em algumas igrejas da América do Norte, por exemplo, pouco se ouve falar de sermões e estudos endereçados a evidenciar a existência de Deus, a ressurreição de Jesus, a justiça do inferno, a supremacia de Cristo e outros problemas lógicos que envolvem cosmovisões não-cristãs, e esta nostalgia caminha a passos largos para os púlpitos latino-americanos. Best sellers cristãos, com raras exceções, estão desvirtuados por especulações apocalípticas infundadas, exaltação de celebridades cristãs de forma excessiva e os crentes simplesmente são incapazes de identificar os malefícios desta tendência.  

1.4 Covardia 

Em nossa cultura pluralista, a indiferença pelas verdades eternas se reveste de norma social e a pressão da sociedade assombra os evangélicos, minimizando a força de suas convicções. Muitos evangélicos se preocupam mais em ser “agradáveis” e “tolerantes” do que em ser bíblicos e fiéis ao evangelho contido em suas Bíblias. 

"São pouquíssimos os cristãos dispostos e capazes de defender sua fé em situações desafiadoras, seja na escola, no trabalho ou em outros ambientes públicos." 

O impulso tem sido individualizar a fé, separar e isolar completamente nossas crenças da vida social, da vida pública. Sim, nós somos cristãos (em nossos corações), mas temos dificuldade em compartilhar com os demais aquilo que acreditamos, e a situação se agrava quando se trata de explicar o motivo de nossa crença. Embora seja uma mensagem dura, temos de ser sinceros e admitir que isto nada mais é do que o reflexo da nossa covardia e uma traição à nossa fé. Considere o pedido e a advertência de Paulo em sua oração dirigida a nosso favor: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; para que o manifeste, como me convém falar. Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.2-6). Ao agir assim, podemos, de fato, experimentar a rejeição; afinal, Jesus chamou os que são perseguidos por causa do seu nome de “bem-aventurados”. “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12). O apóstolo Pedro também ecoa as palavras do Mestre, dizendo: “Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (1Pe 4.14). Por outro lado, quando o Espírito Santo abençoar nossos esforços, as pessoas responderão com interesse, aceitando a nossa fé (Rm 1.16). Jamais podemos esquecer que Jesus possui toda a autoridade no céu e na terra, e que ele nos comissionou para declararmos e defendermos seu santo evangelho (Mt 28.18-20). 

 1.5 Arrogância e vaidade intelectual 

Ainda existem os fantasmas dos erros, das mentiras e da arrogância do apologista “sabe-tudo” que está mais interessado em exibir o seu arsenal de argumentos do que defender a verdade de uma forma sincera e com fins espirituais. O pecado que mais tem atacado os apologistas é o orgulho intelectual, e deve ser evitado a todo custo. A verdade que defendemos é um galardão da graça divina e não deve ser instrumento da nossa realização intelectual. Desenvolvemos nossas habilidades apologéticas para nos santificarmos na verdade, ganharmos almas para Cristo e glorificarmos a Deus. Temos de falar a verdade em amor (Ef 4.15). Verdade sem amor é arrogância; amor sem verdade é sentimentalismo. A arrogância intelectual também é manifestada quando alguns apologistas acusam outros cristãos de heresias sem evidências suficientes. Paulo disse para os líderes da igreja se precaverem contras as heresias no seio da igreja (At 20.28-31), porém, devemos ser vigilantes para não caluniarmos os cristãos da mesma fé, assumindo assim um comportamento pior do que os sectários. Não devemos desperdiçar nossas energias apologéticas atacando outros crentes enquanto os reais hereges e incrédulos arquitetam outros desvios doutrinários.  

1.6 Técnicas apologéticas superficiais

 Aqueles que são entusiasmados por apologética podem ficar satisfeitos com respostas superficiais para perguntas intelectualmente difíceis. Nossa cultura se contenta com respostas rápidas e vazias e a técnica para o desenvolvimento destas respostas impera. Alguns cristãos memorizam respostas apologéticas para responder às controvérsias filosóficas, como, por exemplo, “a origem do mal”, “o evolucionismo” e outros tantos temas, dispensando o compromisso profundo com o assunto e sem a preocupação de satisfazer a alma que gerou a pergunta. Muitos assuntos não são tão simplistas quanto seus títulos expressos nos livros fazem soar. Na realidade, uma abordagem superficial para uma questão profundamente filosófica pode pôr a perder uma grande oportunidade de ganhar uma alma. A apologética deve ser norteada pela integridade intelectual. O lema apologético do teólogo Francis Schaeffer era que os cristãos têm a responsabilidade de oferecer “respostas honestas a perguntas honestas”. Primeiro, nós realmente temos de saber ouvir as pessoas que nos questionam. Temos de “entrar na mente” (em certo sentido) daqueles que julgam possuir “razões” para não seguirem a Cristo. Cada pessoa é diferente, e por isso não devemos reduzi-las ou confiná-las aos nossos “clichês teológicos”. Segundo, procure responder o que lhe foi inquirido e não se atenha a responder perguntas que não foram feitas. Uma aproximação superficial não impressionará o pensador incrédulo. Se você não puder oferecer na ocasião uma resposta sã para a objeção, não tente esconder sua ignorância ou inabilidade. É melhor admitir suas limitações honestamente do que dar uma resposta inferior, ineficaz. Fale para o inquiridor que o tema que você não está apto a defender é um ponto saliente e você precisa pensar mais sobre o assunto. Cristianismo é absolutamente verdade, mas isto não insinua que qualquer cristão possa controlar qualquer objeção elevada contra sua fé. Devemos selecionar nossas técnicas apologéticas e desenvolver recursos espirituais e intelectuais cultivando um diálogo real e sincero com os incrédulos. A igreja evangélica é como um gigante dormente, conclusão depreendida do grande potencial que a igreja possui, mas que precisa ser despertado na defesa contra o ceticismo e demais objeções à fé cristã. Com este legado em mente podemos reacender esta visão, despertar este gigante e encontrar a paixão e a sabedoria para levar nossa tarefa a efeito pelo poder do Espírito Santo (At 1.8).

#07. COMO AGIR DIANTE DOS ADEPTOS DE GRUPOS NÃO CRISTÃOS

 7.1. Deixe a pessoa sentir-se à vontade. Seja cordial.

7.2. Seja um bom ouvinte. Não fique  interrompendo o raciocínio da pessoa. Esse tipo de atitude pode inibi-la.

7.3. Não demonstre ser o “dono da verdade”, mas antes a deixe perceber que você está apenas buscando a verdade dos fatos.

7.4. Demonstre respeito pelo que ela crê, mesmo que não concorde com a sua crença. Por exemplo: se um muçulmano expõe para você a crença na poligamia celestial, nunca trate a sua fé com desdém, apesar de julgar tal crença um grande absurdo.

7.5. Não permita ao adepto de um grupo não ortodoxo se esquivar do assunto que foi iniciado. Por exemplo: se você está tratando da divindade de Jesus, não o permita fugir para outro assunto mesmo que seja relativa-mente próximo ao tema (a Trindade, por exemplo).

7.6. Trate um assunto por vez.

7.7. Procure sempre localizar ou documentar as suas afirmações para não transparecer a ideia de que o que foi declarado é apenas mera opinião pessoal.

7.8. Empregue mais perguntas do que afirmações a fim de não ignorar questões importantes e relevantes. As perguntas exigem uma resposta pensada, enquanto as afirmações nem sempre, ou não necessariamente.

7.9. Nunca deixe que uma pergunta sua não seja respondida e não passe para outra questão antes de obter a resposta da indagação anterior.

7.10. Não ataque nenhuma doutrina do grupo em particular, deixei-o à vontade para lhe dirigir perguntas acerca de sua opinião sobre qualquer tema. Por exemplo: se você está trabalhando com um muçulmano, nunca inicie o diálogo criticando o profeta Mohamed.

#06. PRECAUÇÕES QUE DEVEM SER TOMADAS

6.1. Aprenda o máximo que puder acerca do grupo que almeja evangelizar. Seus pontos fundamentais: terminologias, crenças básicas e conceitos fundamentais em relação a Deus, suas Escrituras, Jesus (sempre é um bom tema para um diálogo dessa natureza) etc. Outro ponto que não pode ser esquecido são as doutrinas bíblicas que você pretende abordar. Isso tudo contribuirá para que você não se ache despreparado em um diálogo e para que suas respostas não sejam evasivas, ou seu silêncio, ao ser questionado, não possua um efeito inverso, concedendo maior convicção ao adepto de que a fé dele é mais bem fundamentada do que a sua.

6.2. Lembre-se de que quem convence é o Espírito Santo, e não você (Jo 16.7-10).

6.3. Lembre-se de que você foi enviado para pregar o evangelho a todas as pessoas; inclusive aos adeptos dos grupos não ortodoxos (Mt 28.19-20).

6.4. Não pretenda fazer do encontro com o adepto apenas um teste de conhecimento e tentar humilhá-lo. Nosso intuito deve ser arrebatá-lo do erro (Jd 23).

6.5. Lembre-se de que Satanás também é quem está por trás de todo engano e cegueira espiritual (2Co 4.3, 4).

6.6. Interceda pelas pessoas que você deseja evangelizar para que todo impedimento seja superado (Ef 6.19, 20).

#05. COMPARTILHANDO A FÉ COM ADEPTOS DE GRUPOS NÃO CRISTÃOS

Entre as várias características do cristianismo bíblico está a de que é e sempre será uma religião proselitista (que busca fazer seguidores em qualquer segmento, inclusive entre os demais grupos religiosos), pois Jesus claramente deu a seus discípulos essa ordem conhecida e expressa em Mateus 28.19,20. A partir dessa perspectiva de reconhecimento da ordem de Cristo, faz-se necessário obter um conhecimento básico dos “cânones” (regras) da evangelização de adeptos de outras crenças e religiões, para que o nosso diálogo com tais pessoas se torne frutífero e promissor para o Reino de Deus. A nossa análise será dividida em duas partes fundamentais: Precauções que devem ser tomadas e Como agir diante de adeptos de grupos não cristãos.
O estudo cauteloso dessas informações será de grande auxílio para que você consiga cumprir de forma eficaz a ordem de Pedro em sua primeira epístola, dando, assim, a qualquer que lhe pedir a razão de sua esperança (1Pe 3.15,16).

#04. PLURALISMO RELIGIOSO BRASILEIRO

Nas últimas três décadas tem havido uma grande mudança no perfil religioso no Brasil, que, apesar de ainda ser o maior país católico do mundo, tem presenciado um enorme decréscimo em número de seguidores do catolicismo. Tendo uma grande parte deles migrado para o chamado “bai-xo espiritismo” (cultos afro-brasileiros [candomblé, umbanda, quimbanda]), e o “alto espiritismo” (kardecismo) etc. Ainda percebemos um grande número de pessoas identifcadas como “sem religião” (que são quase duas
vezes maior do que os chamados evangélicos não pentecostais na região sudeste), só perdendo em número para os católicos e os evangélicos pentecostais. “Sem religião” não são ateus, mas pessoas que, apesar de possuírem crenças definidas sobre vários aspectos de sua experiência espiritual, não fazem parte de nenhum sistema religioso definido por meio de dogmas e doutrinas.
Abaixo temos uma estatística da mudança gradativa do perfil religioso brasileiro, com base no censo do IBGE.

#03. PANORAMA DAS CRENÇAS RELIGIOSAS E COSMOVISÕES...

quarta-feira, 14 de julho de 2021

#02. COSMOVISÕES

Quando falamos de "cosmovisão", imediatamente algumas pessoas pensam no termo como algo quase incognoscível que possui desdobramentos inatingíveis, com muitas explicações de cunho filosófico. Na verdade, "cosmovisão" é algo que todos somos possuidores, pois trata da forma como nós enxergamos a realidade ao nosso redor (e sua origem), e como, consequentemente, "criamos" os valores que estabelecem a nossa forma de conduta, crença, religião etc. Mesmo que não saiba qual cosmovisão possui, você, como todo ser humano, a possui.

2.1 TIPOS DE COSMOVISÃO 

Existem pelo menos sete tipos de cosmovisão que definem a interpretação da realidade última e as formas de crenças que os seres humanos possuem.

As sete são:

1. Teísmo: Existe um ser pessoal, único e transcendente que Também é imanente em sua natureza intrínseca. Os principais proponentes do teísmo são o judaísmo, o cristianismo e o islamismo;

2. Ateísmo: Não existe nenhum ser que transcenda a matéria. O universo físico é a única realidade existente, sendo autossuficiente e autônomo. Não existe, portanto, nenhum tipo de divindade fora ou dentro do universo. Os principais proponentes do ateísmo são: Karl Marx, Nietzsche e Jean-Paul Sartre;

3. Deísmo: Existe um Deus transcendente, porém esse ser, diferentemente da visão teísta, não possui qualquer tipo de imanência. O deísmo, portanto, nega qualquer possibilidade de sobrenaturalismo e consequentemente qualquer tipo de inspiração escriturística de qualquer nível. Entre os defensores do deísmo estão nomes como Voltaire, Thomas Jefferson e Thomas Paine;

4. Agnosticismo: Não podemos compreender a realidade última de nada, apenas sua aparência. Portanto, não podemos saber, de fato, se há ou não Deus. Entre os seus principais proponentes estão: Imannuel Kant (pro ponente da ideia de um Deus incognoscível) e Thomas Huxley;

5. Panteísmo: A totalidade do universo físico é Deus. Não existe nenhum ser além da matéria, pois a totalidade da existência física em qualquer nível que é o próprio universo com sua complexidade é igual a Deus. Entre os proponentes de tal visão estão algumas formas de hinduísmo, zenbudismo e a ciência cristã;

6. Panenteísmo: A totalidade do universo e sua manifestação não física constituem o ser chamado Deus. O universo, portanto, seria o "corpo de Deus"; e sua parte não física, a sua mente. Essa cosmovisão é conhecida também por "bipolarismo", por expressar um Deus constituído de dois princípios complementares, mas não dualista. Os mais conhecidos proponentes de tal cosmovisão são Alfred North, Charles Hartshorne e Shubert Ogden;

7. Politeísmo: A crença em muitos deuses finitos, ou infinitos que influenciam o mundo. Seus defensores, em geral, negam que qualquer Deus infinito transcenda a matéria. Esses deuses geralmente estão relacionados com algum princípio da natureza ou mesmo algum elemento (água, vento, terra, fogo, metais etc.). Os grupos mais popularizadores dessa cosmovisão em nossa sociedade na atualidade são a wicca (bruxaria) e os cultos afros.

terça-feira, 13 de julho de 2021

#01. DEFINIÇÃO E NATUREZA DO FENÔMENO RELIGIOSO

A existência do fenômeno religioso em todas as culturas em que a raça humana fez parte integrante de seu desenvolvimento demonstra ser este fenômeno não apenas a tentativa de uma mente primitiva de encontrar respostas diante dos fenômenos naturais inexplicáveis para uma mente que desconhecia a ciência, mas também a necessidade natural de expressar a transcendência comum ao ser humano por meio do fenômeno religioso. Portanto, a busca humana pela experiência sobrenatural de qualquer natureza demonstra a singularidade desse fenômeno na experiência exclusivamente racional da espécie humana. Então por que não poderíamos afirmar, ao contrário do que declaram os evolucionistas naturalistas, que a religião é a maior manifestação da razão humana, visto que até mesmo eles reconhecem que só existem religião e crença na capacidade transcendente da matéria entre os seres que são racionais? Se admitíssemos que o homem surgisse a partir de fenômenos evolutivos aleatórios (o que não é verdade), por que não admitir que o fenômeno religioso é algo que faz parte inerente da racionalidade humana, portanto um fenômeno natural que demonstra a evolução da mente humana? Não seria a crença em Deus a grande prova de nossa racionalidade?

Seguindo o tema tratado, de acordo com o livro Reason & Religious Belief (Razão e Crença Religiosa): "A Religião é constituída por um conjunto de crenças, ações, e experiências, tanto pessoais e coletivas, organizada em torno do conceito de uma realidade última que inspira adoração ou total devoção. Esta realidade última pode ser compreendida como uma unidade ou pluralidade, pessoal ou impessoal, divina ou não, diferindo de religião para religião" (PETERSON; HASKER; REI CHENBACH, 2009, p. 7).

Assim, devemos compreender a religião dentro de um amplo conjunto de ações diferenciadas em um sistema que possui perspectivas também transcendentais. A religião não é apenas um sistema psicossocial, pois: "O fato de que a religião é um fenômeno psicológico e social não significa que a religião pode ser reduzida [apenas] a um fenômeno psicológico e social" (Ibid., 2009, p. 21). A crença, fator que alicerça a religião, provém de uma mente que possui necessidades e perspectivas transcendentais, e não apenas sociais e psicológicas.

A crença em um Deus (deus ou deuses de qualquer tipo de concepção). independentemente de qualquer religião organizacional, faz parte comum de toda experiência humana conhecida e comprovada por pesquisas desenvolvidas pela antropologia forense. Onde se encontra qualquer vestígio mais remoto de crença, e transcendência, aí se encontram também seres genuinamente humanos.

Portanto, o conceito de religião possui uma grande aplicação além do conceito básico de crença em uma divindade pessoal transmitido pelas chamadas religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo, islamismo).

 Para compreendermos melhor a natureza do fenômeno religioso, é necessário entendermos primeiro as chamadas cosmovisões, que formam a base de todas as Religiões e Seitas-NMR (Novos Movimentos Religiosos). ou DCNB (Denominações Cristas não Bíblicas).

A QUESTÃO DA GUARDA DO SÁBADO (IASD)

Os adventistas são conhecidos por considerarem a guarda do sábado como artigo de fé indispensável para a salvação.

1. Você não pode ser julgado se não guardar o sábado. Paulo diz que essa questão "é apenas sombra das coisas futuras e que a realidade está em Cristo" (Cl 2.14-17). Jesus trabalhou no Sábado bem como o Pai (Jo 5.17-18). Veja o que Deus diz em Os 2.11.

2. Por que eles têm o Sábado como estatuto perpétuo (Ex 31.17-18), mas não guardam as outras ordenanças tidas também como estatuto perpétuo, Gn 17:7, 13; Ex 12:14; Lv 23:31? Eram perpétuas na antiga aliança. Contudo, ela foi substituída pela Nova.

AGUARDA DO SÁBADO E A LEI

Para defenderem a guarda do sábado fazem diferença entre Lei Moral e Cerimonial. Chamam o decálogo de Lei Moral e ao restante de Lei Cerimonial. Ensinam que a Lei Cerimonial foi abolida por Cristo mas a Lei Moral permanece. Essa distinção porém não é encontrada na Bíblia. Assim, por incluírem a guarda do Sábado na Lei Moral, insistem em guardá-lo para salvação. Há, todavia, alguns pontos a serem considerados:

1. Jesus cumpriu toda Lei e na Cruz do Calvário riscou todo escrito de dívida que era contra nós nas suas ordenanças, para ser salvos pela sua graça (Mt 5.17; CI 2.14; Ef 2.8-10; Rm 7).

2. É impossível cumprirmos a Lei, pois quem tropeçar num só mandamento é culpado de todos (Tg 2.10). Se pudéssemos cumprir a Lei, por que teria sido necessário a vinda de Jesus? A Lei veio por Moisés, mas a graça por Jesus Cristo (Jo 1.17).

A LEI E AGRAÇA

"A Lei torna evidente o pecado e o Evangelho derrota o pecado na alma do homem." Analise alguns pontos:

1. Para que serviu a Lei? Paulo explica em Gl 3.24-29 que ela serviu de tutor, uma espécie de guia, até que viesse Jesus, para sermos salvos por Ele pela fé. "Jesus veio transformar a sombra da Lei na realidade por ela tipificada"

2. Ninguém é justificado pela Lei; o crente está liberto da Lei (Rm 3.20; 4-6; GI 2.16; 3.2-3; 5.1, 4, 6, 9; Hb 8.6-13).

3. Cristo é o cumprimento da Lei e dos mandamentos, para sermos justificados por Ele (Rm 10.4; Ef 2.15; I Co 3.13-14).

O ADVENTO DE JESUS

Guilherme Miller, precursor do adventismo, marcou as datas de 1847, 1850, 52, 54, 55, 66, 68, 77 para o retorno de Jesus, porém equivocou-se em todas elas. A Bíblia é bem clara:

1. Não se pode marcar a volta de Jesus (Mt 24.36). 

2. Jesus voltará num dia comum (Mt 24.37).

3. Este evento se dará repentinamente (Mt 24.43).

A VERDADE SOBRE HELLEN WHITE

Os adventistas dão aos livros de Hellen White peso de revelação, os quais contribuíram para a formação do Adventismo. Ela ensina a heresia de que o Sábado é o selo de Deus e que o oposto é o selo do anticristo. No livro "O Conflito dos Séculos" afirma que Jesus entrou no santuário celestial para completar a obra expiatória, a partir de 1844. Veja como isso é absurdo de acordo com Mc 16.19 e At 7.56! A Bíblia diz que Jesus já fez uma obra plena (Hb 6.19, 20; 8:1, 2;9.13-16; 10.10-14). Portanto, tenha cuidado!

A PROIBIÇÃO DE ALIMENTOS (IASD)

Proíbem certos tipos de alimento, como carne de porco. Veja as considerações bíblicas sobre o assunto:

1. Todos os alimentos podem ser consumidos, desde que sejam Santificados pela oração e pela Palavra (Mc 7.19; At 10.10-15; Rm 14.1-13; Lc 10.8; Cl 2.16; ITm 4.1-5). 

2. Jesus mesmo mostrou que os alimentos nada têm a ver com a santificação ou com a salvação (Mt 15.17- 20).

O Apóstolo Paulo trata essa questão orientando-nos para que não desprezemos aqueles que se abstêm de certos alimentos (I Co 8.1 13). Trata-se, pois, de uma questão de consciência.

A ANIQUILAÇÃO DOS ÍMPIOS (IASD)...

Essa doutrina foi criada por eles e adotada pelos TJ. Para eles, os pecadores serão destruídos com o pecado. Veja a verdade:

REFUTAÇÃO

1. A Bíblia fala da existência de castigo (fogo eterno, Jd 7) consciente para aqueles que rejeitarem a Cristo nesta vida (Mt 8.11-12, 13.42, 22.13, 25.41; Lc 13.24-28, 16.19-31; II Pd 2.17; Jd 13; Ap 14.19-20, 21.8). 

2. A morte também significa separação (Ef 2.1-3; Rm 3.23).

Paulo confessa em Filipenses 1:23 que desejava partir e estar com Cristo. Analise: Como a vida após a morte se trata de um estado de incosciência, se ele mesmo afirma que seria muito melhor estar lá, com Cristo, que viver aqui nesta vida? Por outro lado, que sentido moral teria a condenação do ímpio, caso fosse aniquilado após a morte? Isto é inconcebível à luz da Bíblia Sagrada.

A VERDADE SOBRE O ADVENTISMO DO 7 Dia...

Os adventistas do sétimo dia são considerados por alguns como seita e por outros como uma Igreja Cristã. É importante, porém, a fundamentação das seguintes doutrinas.

O SONO DA ALMA

Eles afirmam que entre a morte e a ressurreição dos mortos os crentes dormem. O termo dormir no Senhor, usado algumas vezes para quem morreu em Cristo, é apenas figurativo, pois se trata do descanso das lutas desta vida. 

Analise bem:

1.1 Como poderia ser verdade se Moisés e Elias falaram com Jesus no monte da transfiguração (Mt 17.1-8), e aqueles que morreram em Cristo glorificam a Deus (Ap 6.9-10, 7.9-10)?

1.2 Há vários textos que enfatizam a continuidade após a morte

A) (At 7.59, Fp 1.21, Lc 23.42-43, Hb 12.22-23, Ap 7.9-14,

B) Lc 16.19-31, Ec 12.7, II Co 5.1, 6, 8, ITs 5.10).

1.3 Jesus disse ao ladrão da cruz: "hoje mesmo estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43). Sem dúvida não seria dormindo!