domingo, 28 de abril de 2019

#tbs48_"O que são as Quatro Nobres Verdades?"

As Quatro Nobres Verdades são as crenças fundamentais do Budismo. Segundo a tradição, o primeiro sermão de Gautama Buda após a sua iluminação foi uma descrição desses conceitos. De acordo com o pensamento budista, acreditar nessas ideias não é tão importante quanto experimentá-las. Juntamente com a crença na reencarnação (samsara) e no Nirvana, as Quatro Nobres Verdades moldam o pensamento de quase todas as formas de Budismo. Esses quatro conceitos, em resumo, são: 1) a realidade do sofrimento, 2) a impermanência do mundo, 3) a liberação resultante da eliminação do desejo e 4) a necessidade de seguir o Caminho Óctuplo.

A Primeira Nobre Verdade, também conhecida como o princípio de dukha, afirma que viver é sofrer. A terminologia pode ser confusa, pois o Budismo não afirma que todas as experiências sejam desagradáveis. O conceito de dukha é mais sutil, sugerindo ideias como ansiedade, frustração ou insatisfação. Esta é a crença central do Budismo, e todas as outras crenças e práticas são baseadas nesta Primeira Nobre Verdade. Os budistas acreditam que dukha explique o que está errado com a humanidade: sofrimento causado por desejos errados, especificamente, o desejo por coisas que são apenas temporárias. Este problema é exposto na Segunda Nobre Verdade.

A Segunda Nobre Verdade do Budismo, também conhecida como anicca("impermanência") ou tanha ("desejo"), afirma que nada no universo é permanente ou imutável. De fato, nem mesmo o Eu é permanente ou imutável. Esta é a explicação do Budismo para por que a humanidade é como nós somos. Como o sofrimento é causado pelo desejo do que não é permanente, todos os desejos acabam levando ao sofrimento. Até mesmo desejos positivos perpetuam o ciclo de reencarnação e dukha. Para superar isso, é preciso entender a Terceira Nobre Verdade.

A Terceira Nobre Verdade diz que a única maneira de se libertar do ciclo de sofrimento, morte e renascimento é eliminar completamente os desejos por coisas temporais. O Budismo vê isso como a resposta para a pergunta “como podemos corrigir o que está errado com a humanidade?” Na prática, a Terceira Nobre Verdade exige a eliminação de absolutamente todos os desejos bons, ruins e outros. Os meios para conseguir isso são encontrados na Quarta Nobre Verdade.

A Quarta Nobre Verdade é que seguir o Nobre Caminho Óctuplo pode eliminar o desejo. O plano do Budismo para "como" corrigir as falhas da humanidade é encontrado aqui. O Caminho Óctuplo é definido como entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção correta e concentração correta.

De acordo com o Budismo, pode-se terminar o ciclo de reencarnação e dukha quando se aplica as Quatro Nobres Verdades e se vive o Nobre Caminho Óctuplo. Isso leva a pessoa a um estado completamente vazio de todo desejo, ânsia, apego ou frustração. Esse estado de "nada" é conhecido como Nirvana e é a alternativa budista ao céu. Aquele que alcança o Nirvanadeixa de existir como indivíduo e interrompe o processo de renascimento e morte do samsara.

Como na maioria das grandes cosmovisões, nem tudo sobre as Quatro Nobres Verdades é completamente contradito pela Bíblia. Desejos deslocados são uma importante fonte de angústia e pecado (Romanos 13:14; Gálatas 5:17). A vida mortal está certamente sujeita a mudanças, e é breve (Tiago 4:14). Além disso, não é prudente investir em coisas que não sejam permanentes (Mateus 6:19-20). No entanto, nas questões do estado eterno e do processo de transformação, as Quatro Nobres Verdades se desviam drasticamente do Cristianismo bíblico.

A Bíblia ensina que Deus é eterno, e aqueles que estão com Ele no céu desfrutarão desse estado para sempre (Mateus 25:21; João 4:14; 10:28). A mesma consciência eterna - sem a alegria - se aplica àqueles que escolhem rejeitar a Deus (2 Tessalonicenses 1:9). Seu destino é descrito como uma condição consciente e pessoal de tormento (Lucas 16:22-24). O Budismo ensina que nossa eternidade ou é uma de infinitas reencarnações ou de inexistência. A Bíblia diz: "E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hebreus 9:27).

Tanto o Cristianismo quanto o Budismo ensinam que as pessoas precisam transformar seus desejos e comportamentos, mas somente o Cristianismo fornece um meio realista de como fazer isso. O Budismo encoraja a mudar os desejos através de esforços auto-direcionados. Infelizmente, isso significa que é preciso ter o desejo de eliminar desejos, um enigma embutido. O budista que deseja se livrar do desejo ainda está desejando algo. O Budismo também não faz nada para responder como uma pessoa possa mudar um coração que não esteja disposto a mudar e é auto-enganado (Jeremias 17:9; Marcos 9:24). O Cristianismo fornece uma resposta para ambos os problemas: um Salvador que não apenas muda o que fazemos (1 Coríntios 6:11), mas o que queremos fazer (Romanos 12:2).

Existem muitas outras diferenças entre as crenças budistas e cristãs. Enquanto o Budismo ensina que viver é sofrer, a Bíblia diz que a vida deve ser desfrutada (João 10:10). O Budismo diz que o ‘Eu’ precisa ser eliminado, enquanto a Bíblia diz que cada pessoa é valiosa e significativa (Gênesis 1:26-27; Mateus 6:26) e que o ‘Eu’ persiste após a morte (João 14:3).

Gotq