quinta-feira, 27 de abril de 2023

A Bíblia e contextos! contrastes e não contrações!

Gente, temos que ler a Bíblia levando em conta o contexto histórico! No antigo testamento no contexto da lei Deus ordenou para o seu povo matar os idólatras, adúlteros, os feiticeiros, os homens escandalosos etc. Vejam que Deus mandou matar e não assassinar! O assassinato é por motivos que não tinha aprovação da lei de Deus, mas os rebeldes eram mortos e não assassinados. Exemplo; quando um policial mata bandido ele não está assassinando pois ele é um agente de Deus para punir o mal contra os cidadãos de bem na sociedade! Mas se um agente assassina um homem por pisar no seu pé mesmo depois de pedir desculpa ele está cometendo assassinato e não matando um homem que anda fazendo o mal! Para a sociedade! E a punição para o mal é vinda de Deus e de seus mandamentos e isto é válido em todos os contextos seja na lei ou na graça! Ora, se Deus punia o mal na lei ele o faz hoje atrás dos homens! Deus escolheu Israel para punir outras nações e quando Israel prática as abominações das outras nações... Adultério, fornicação, idolatria, feitiçaria, homossexualidade, lesbianismo, assassinatos, violência contra as pessoas etc. Deus punia Israel usando as nações pagãs! Para trazer Israel de volta para sua lei e seu amor. Então é preciso ler a Bíblia no seu contexto imediato e geral! Mas na graça Deus não mandou os seus servos matar os maus! Os inimigos! Isto é feito pelo estado! Agora Deus em Jesus nos manda amar os nossos inimigos, pois estamos na graça e não na punidade da lei!pois Jesus cravou na cruz a punidade da lei! Mas agora no contexto da graça de Deus em Jesus Cristo, Deus nos dá tempo para nós arrependermos de nossos pecados na lei um homem que adúltera se era morto, mas não na graça, pois a graça nos dá tempo para arrepender! Mas mesmo na graça Deus puni os seus filhos para eles não perecerem se não se arrependerem irão sofrer a pena eterna por rejeitarem a justiça e o amor de Deus! Tem tem todo o direito em julgar os homens ele matou ananias e safira, ele matou Herodes por não da glória de Deus! Ele fez morrer muitos irmãos da igreja de Coríntios por tomar a ceia em pecado... Para que eles não fosse julgados com o mundo e condenados no juízo final! Se os membros da igreja de sardes não se arrependerem seriam julgados Apocalipse 3.3, ora, tudo isso era o amor de Deus para salvar os seus filhos da morte eterna. Entenda que Deus é amor, mas o amor de Deus não aceita o pecado, pois o amor de Deus é justo e não deleta a sua justiça! Deus é o único ser que puni a injustiça dos homens e não perde ou deixar de amar, pois Deus é amor e justiça ao mesmo tempo! Homens não conseguem amor e mostrar a sua ira ao mesmo tempo, mas Deus sim! Ele para preserva a humanidade nos dias de Abraão ele queimou Sodoma e gomora! Se um membro de seu corpo fica com uma infecção avançada... Este membro tem que ser cortado para salvar os outros membros do corpo... A sim é o juízo e justiça de Deus! Que corta as intenções de alguns que dão ouvidos a ele! Que não dá ouvidos a graça de Deus não pode esperar receber graça, mas a condenação às vezes Deus julga uns agora e outros no dia do juízo final!

É melhor ser um filho de Deus obediente do que ser um filho rebelde! Um juiz humano não pode poupar o seu filho no julgamento por ser seu filho... Ele tem que sentencia Lo, pois a justiça é para todos seja filho ou não! Deus é justo!

Deus é culpado por saber que anjos é homens cairiam em pecado?

Claro que não! Deus sabe de todas as coisas, antes de ele trazer a existência do universo e suas criaturas. Não tem como Deus não saber de tudo, pois se a algo que Deus não saba, então ele não é Deus! Não se pode usar a lógica humana para entender a plena natureza da divindade do pai, do filho Jesus e do Espírito Santo, pois o que é ilógico na divindade é lógico para a divindade que sabe todas as coisas, e não para a nossa lógica que é limitada. O fato de Deus saber todas as coisas não lhe faz o agente causador do mal, pois ele criou tudo bom! Deus não criou um agente chamado mal para tentar as suas criaturas boas. ENTÃO O QUE É O MAL? O mal é a alienação das criaturas livres que escolheram viverem sem as normas do criador, criando normas para si mesmos e com isto se tornaram agentes do mal uns dos outros! Homem contra homem! Anjos maus contra anjos maus e anjos maus contra homens bons e maus. Então as criaturas caídas são o próprio mal! E se Deus não Entrasse no meio dos homens com sua JUSTIÇA PUNITIVA e CORRETIVA, eles DESTRUIRIA a si mesmos, ou seja, serão estintos da terra! Anjos e homens não podem culpar a onisciência e onipotencia de Deus por suas calamidades, pois eles são culpados! Das suas desgraças! E, não Deus!

  OS HOMENS SÓ TEM DUAS ESCOLHAS: 
1.1. O caminho divino que é Jesus cristo ... 1.2. ou o caminho que leva para o lago de fogo eterno. Não existe outro caminho! Muitos acham que tem como escolher ser aniquilado depois de sofrer por um certo tempo no lago de fogo, mas isso não é verdade! Como também não é verdade a crença que no final todos seremos salvos.
Não importa se o mal destrói os que vivi em Jesus Cristo por um pouco de tempo, pois viveremos com Deus em um estado de felicidade eterno. O mal nunca vencerá o bem, pois o bem em Deus é eterno gozo, mas o mal é terno mal! No lago de fogo as pessoas não pode receber o bem, pois regeitaram o bem antes de morrerem e morreram praticando o mal que herdaram de Adão - não aceitaram o segundo Adão do céu, Jesus Cristo que veio para ajudar Los a vencer o pecado, e por isso receberam a justa justiça de Deus. A pesar de o homem ser o próprio mal! Nem tudo está perdido! Deus pode pelo seu Espirito nos dá uma nova natureza que vencerá a velha natureza de morte mesmos antes da glorificação final! POIS CHEGARÁ UM DIA QUE NÃO SEREMOS O MAL, E NEM TEREMOS O MAL INTERNO E EXTERNO! no final só vai existir dois grupos de pessoas: os salvos e os perdidos! Mas você pode escolher o caminho que Deus escolheu pra você! Jesus: o caminha a verdade e a vida. Pois o caminho da perdição foi causado por anjos e homens que si alienaram de Deus sendo antagônicos ao criador. Então, meus caros! não adianta reclamar de Deus por suas calamidades ou desgraças, pois Deus continua sendo Deus, mesmo você aceitando ou não! No final Deus tem a razão em tudo! Ele não pode sofrer dando moral! E nem espiritual! Ele é imutável na sua natureza santa. Se você entender que Deus pode mudar sua vida mesmo em meio às catástrofes, então veras que Deus é a única solução para os seus problemas que não tem solução na esfera humana! 

sexta-feira, 21 de abril de 2023

NEM SÁBADO E ENEM DOMINGO! MAS SOMENTE JESUS CRISTO!

... Meu pai trabalha até agora e eu também... PREGAR E ENSINAR é um trabalho pastoral e espiritual, pois Jesus disse: digno é o obreiro do seu salário. 
"... Quem trabalha merece seu Sustento" (Mt 10.10) - NVT. 
"...pois digno é o trabalhador do seu salário."(Lc 10.7) - TAB. 

E qual é o trabalho do obreiro?
Paulo nos dá a resposta em (1Tm 5.17-18) Os presbíteros que cumprem bem com os seus deveres sejam tidos por dignos de dobrada honra, especialmente os que se ocupam na pregação e no ensino. 18 Pois a Escritura diz: Não ligarás a boca ao boi quando debulha, e: Digno é o trabalhador do seu salário. - TAB. 

👉🏿(Jo 5.17,18)

E hoje a ekklesia dos gentios não precisa guardar sábados e dias e anos judaicos por que não são judeus e, isto está bem claro em Atos em todo o capítulo 15, somente um ignorânte não aceita esta realidade, pois vemos no novo testamento os judeus perturbando os gentios na época dos apóstolos por que a ekklesia dos gentios não guarda dias e anos. mas é uma grande vergonha um gentio convertido pregar dias e anos judaicos sem serem judeus, Isto é uma aberração teológica e hermenêutica sem pé E SEM  cabeça.

Vamos ler os versículos de atos 15 que mostra a ekklesia dos judeus perturbando a ekklesia dos gentios com seus costumes e leis que são inerentimente dada a eles e não aos gentios. 

👉🏿At 15:1: "E, descendo certos homens da Judeia ensinavam os irmãos e diziam: A menos que sejais circuncidados, conforme o metódo de Moisés, não podeis ser salvos. 
👉🏿👉🏿Levantou-se um grupo de judeus-cristãos, entre os fariseus convertidos na igreja em Jerusalém ( Atos 15.5 ), que insistia em convencer os gentios (não judeus) a seguirem a Lei segundo os judaizantes (legalistas) ou “zelosos da lei de Moisés”, como eram conhecidos na época ( Atos 21.20 ). Uma das principais demonstrações dessa obediência era a circuncisão, ritual jamais aprovado pelos apóstolos para os cristãos de qualquer etnia ou nacionalidade ( Gl 2:11 -16 )."

👉🏿At 15:24,28-29: "Porquanto, ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, aos quais nós não damos tal mandamento. … Porque pareceu bem ao Espírito Santo, e a nós, não vos impor carga alguma, exceto estas coisas necessárias: 👉🏿👉🏿Atos 15:28 A autoridade absoluta nas decisões dos cristãos é outorgada ao Espírito Santo; entretanto, é importante notar que houve entre os crentes franca e fraterna exposição de idéias que culminaram em harmoniosa concordância e decisão final, com apoio dos apóstolos, presbíteros e demais irmãos em Cristo (22,23). Que vos abstenhais de 
👉🏿alimentos oferecidos aos ídolos, 
👉🏿e do sangue, 
👉🏿e das coisas estranguladas, 
👉🏿 e da fornicação; resguardando- vos dos mesmos, fareis bem. Que passem bem."

Depois o apóstolo Paulo nos dá em amiúde em suas cartas estas exigências para a ekklesia dos gentios, estas mesmas exigências dadas aos gentios já era obedecidas pela a ekklesia dos judeus. Em nem um texto do novo testamento o apóstolo Paulo e outros apóstolos ensinaram a proibição de alimentos para a ekklesia dos gentios, mas a proibição em alguns textos é sobre a fornicação e a idolatria. A única dieta alimentícia proibida para a igreja dos gentios era comer sangue e carne sufocada. 

O novo testamento não ordena e nem ensina sobre alimentos puros e impuros para a igreja dos gentios, estas ordenanças quando aparece no novo testamento está relacionada com os hebreus e a antiga aliança com exceção da carne sufocada e o sangue e, está proibição no novo testamento não é por que a carne ou sangue fará mal para a nossa saúde, mas é uma questão inerentimente moral, pois a carne e o sangue não pode contaminar as nossas almas, mas se a carne e o sangue for oferecido aos ídolos não podemos comer se alguém nos a divertir que tal carne foi oferecida aos ídolos "por causa da consciência não tua consciência, mas daquele que te adivertil... "

O nosso testamento nos deixa bem claro que a oração santifica é abençoa os alimentos e, que nem um alimento causará dano moral e espiritual a nossa alma com exceção do que já disse anteriormente. O que causa dano moral é espiritual para as nossas vidas é a porneia em todos os sentidos e não alimentos. 

Paulo deixa bem claro em em suas cartas para a ekklesia dos judeus não perturbar a ekklesia dos gentios com estas coisas... 

👉🏿Guarda de dias e anos... 
👉🏿Circuncisão... 
👉🏿Alimentos... A respeito de dias, o que temos que guardar é o dia da volta de Jesus! e o próprio Jesus Cristo em nosso coração, nem sábado, nem domingo são mandamentos para a ekklesia dos gentios guardarem.

           Todos os mandamentos de êxodo capítulo 20 são ratificados no novo testamento em amiúde pelos apóstolos com exceção do sábado para a ekklesia dos gentios (Atos 15; Col 2; ;Rom 14 e outros textos).

           Não temos nem uma ordem imperativa no novo testamento para a ekklesia dos gentios guardarem sábados, pois todas as vezes que o sábado aparece no novo testamento é inerentimente para a ekklesia dos judeus e nunca para a ekklesia dos gentios. Não vemos Paulo e os apóstolos ensinado ou chamando a atenção dos gentios por causa de dias que eles deixaram de guardar, mas vemos sim os apóstolos repreendendo os judeus que viviam perturbando a ekklesia dos gentios sobre os sábados judaicos e outras coisas da lei. 

Vejam essa acertiva nestes textos bíblicos: (Romanos 14.1-;Colossenses 2.1-;Gálatas 2.1-).

Repito! é uma vergonha um gentio pregar e ensinar outros gentios a guardarem dias sabáticos e outros costumes inerentimente judaico.

         Meus irmãos vivam Jesus! Guarde Jesus em seu coração e aguarde o dia da volta de Jesus Cristo.

         Jesus é o nosso descanso de todos os dias! É ele que temos que guardar, pois um dia de 24 horas não pode curar os paralíticos e outras doenças, mas Jesus pelo seu Espírito Santo nos dá o real descanso para o nosso corpo, alma e espírito em todos os dias da nossa vida (Mt 11.28-30).

O que significa a palavra sábado? 

No judaísmo o sábado (שַׁבָּת, pronunciado "Shabat") significa "descanso," "cessação,"repouso" ou "interrupção" é o sétimo dia da semana dedicado à oração e ao descanso, pois segundo a tradição hebraica Deus descansou no sétimo dia após completar a criação do universo (Gênesis 2:1-3).

            O sábado da criação é o mesmo da lei que foi dado aos hebreus no monte Sinai? 

        👉🏿O sábado da criação não é o mesmo dado por Deus a Moisés por enes razões... 👇👇👇

- A lei que Deus deu a Moisés não existia ainda. 

- O homem não se cansava, pois ainda o mesmo não tinha pecado. 

- homem Adão descansava de lavrar o jardim no sentido de cessar do trabalho não porque ficava fisicamente cansado. 

- Não temos nem uma ordem de Deus para Adão e Eva guardarem o sétimo dia da criação, "mas somente temos a ordem de não comer da árvore dá vida" etc. 

- Antes de Deus dá a sua lei a Moisés no monte Sinai não temos nem uma ordem de Deus dada específicamente para uma nação e nem para indivíduos guardarem o sétimo dia da criação. 

      Quando a guarda do sétimo dia dá criação foi sancionado por Deus? 

- No monte Sinai Deus deu a lei e o sétimo dia que é o sábado com suas exigências em amiúdes para os hebreus e não para os gentios.



Por
Carlos Ribeiro

TBS-Teologia_Biblica_Sadia

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Existem provas concretas da autoria mosaica do Pentateuco?

 Apesar do erudito alemão Julius Wellhausen, em 1878, ter proposto a teoria atualmente popular conhecida como “Hipótese Documentária” (o Pentateuco teria sido organizado em sua forma final escrita entre 950 e 450 a.C. com o uso de quatro fontes primárias, e, portanto, Moisés não seria, de fato, o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia), não vemos bons motivos para negar a autoria Mosaica do Pentateuco como uma obra organizada em partes em um período de vários séculos posteriores. A teoria de Wellhausen pode ser totalmente desfeita quando analisamos as descobertas arqueológicas dos últimos 100 anos, que apontam vários fatores que destroem as bases de sua teoria: 1. 2. 3. 

1. Moisés foi educado na maior potência cultural conhecida da época, sendo assim, possuía grande habilidade de escrita. As descobertas arqueológicas de Tell El-Amarna, tabuinhas de barro que mencionam a invasão dos “habirus” (talvez hebreus) em Canaã, em 1887, no Egito, e que datam da época de Moisés e Josué, indicam que havia contato direto e frequente entre o Egito e a região de Canaã na época de Moisés, havendo, portanto, tanto contato como popularização da escrita naqueles dias. As inscrições encontradas nas minas de turquesa no Monte Sinai, em Serabit el-Khadim, que datam de pelo menos quinhentos anos antes de Moisés, demonstram que até mesmo escravos possuíam conhecimento de escrita na época (a irregularidade das escritas aponta para o fato de que não foram produzidas por escribas ou pessoas especializadas). O famoso “calendário de Gezer”, uma tarefa juvenil escrita em pedra calcária, datado de 1.000 a.C., indica que as crianças hebreias eram alfabetizadas, como a própria Bíblia já indicava no tempo dos juízes (Jz 8.14). As condições climáticas mencionadas no Pentateuco são egípcias, e não palestinas, como deveriam ser, se o livro tivesse sido escrito posteriormente por escribas hebreus na babilônia, sem conhecer os detalhes climáticos ali existentes (Êx 9.31, 32). A fauna e a ora mencionadas no Pentateuco de Êxodo a Deuteronômio são tipicamente egípcias. Seria difícil ter uma lista àqueles animais sem um conhecimento deles, visto que não são naturais da “Palestina” (avestruz [Lv 11.16]; ovelha montês e antílope [Dt 14.5]).

3. Algumas referências geográficas demonstram que o autor conhecia bem a região do Egito, e isso se enquadra perfeitamente no perfil de Moisés, o grande legislador hebreu (Gn 13.10; Nm 13.22).

 4. A atmosfera e o ambiente do deserto são descritos abundantemente de Êxodo 16 até o m do livro de Deuteronômio, o que só se enquadra com o per l de um autor que viveu nesse ambiente. E Moisés certamente preencheria essas características. 

5. Tanto Pedro (At 3.22), Paulo (Rm 10.5) e até mesmo Jesus (Jo 5.46,47, 7.19) comprovaram a autoria Mosaica do Pentateuco. Poderiam todos eles se enganar com relação a esse fato? Seria de extrema importância não esquecermos que o que in uenciou diretamente a base da pesquisa de Wellhausen foi a falsa teoria de que não havia escrita no período de Moisés (uma teoria largamente difundida no século 19 e hoje considerada totalmente insustentável). Se hoje se sabe que já havia escrita pelo menos 2.500 anos antes de Moisés, como continuar sustentando tal teoria?

terça-feira, 4 de abril de 2023

Como podemos ter certeza de que a Bíblia não foi alterada com o passar dos anos?

 Existe uma área da ciência que também trabalha com a pesquisa da transmissão de textos antigos, chamada Crítica Textual. A sua finalidade é examinar as cópias recentes na ausência do original (autógrafo) e analisar até que ponto a cópia é fiel ou não ao original que foi escrito, tentando, assim, “remontar” o sentido original do texto autógrafo. A quantidade de textos bíblicos em comparação com os demais textos de antigos escritos é surpreendente (também não possuímos o autógrafo de nenhuma das famosas obras da Antiguidade). Existem hoje 5.686 manuscritos do NT em grego (se levarmos em conta todas as cópias antigas em outras línguas, teríamos algo em torno de 14.000 cópias), enquanto a obra antiga que mais se aproxima dessa cifra é a Ilíada, de Homero, com apenas 643 cópias! Temos ainda somente 5 cópias dos escritos de Aristóteles, 10 das guerras gálicas de César e 20 do historiador romano Tácito, todas com uma margem de tempo extraordinariamente grande em relação ao original e suas cópias (a maioria com um período de 1.000 anos de diferença). Nenhum dos eruditos modernos rejeita essas cópias como não dignas ao original, a ponto de pôr em dúvida a sua credibilidade textual. Por que deveríamos duvidar da exatidão do texto do NT se temos uma quantidade esmagadora de documentos, em comparação com as demais obras literárias e com um período de tempo muito menor entre as cópias e o original (fragmentos com menos de uma geração e textos mais completos com aproximadamente 250 anos)? Um dos grandes benefícios trazidos pelas pesquisas arqueológicas na região do Mar Morto a partir de 1947 foi a descoberta do conteúdo de um manuscrito completo do livro do profeta Isaías, datado de aproximadamente 200 a.C., que possui um grau de exatidão extraordinário com a cópia do livro de Isaías mais antigo que tínhamos até então, datado de aproximadamente 900 d.C. Se, em um período de mais de 1.100 anos, não tivemos alteração substancial na cópia de um livro bíblico, não poderíamos acreditar na enorme preocupação dos escribas na transmissão desses textos? Não teríamos aqui uma grande prova de exatidão da mensagem bíblica? A crítica textual atribui à Bíblia um grau de pureza na transmissão de texto superior ao encontrado em qualquer outra extensa obra literária escrita no passado.

A citação do livro de Enoque na epístola de Judas provaria a inspiração dos Apócrifos (Jd 14)?

Judas, ao citar a profecia de Enoque com respeito à vinda do Senhor Jesus Cristo, não está defendendo, de forma alguma, a inspiração de qualquer literatura apócrifa, como sugerem algumas pessoas. Se a suposta citação do livro apócrifo de Enoque fosse suficiente para admitir a sua inspiração e de outras obras apócrifas, então teríamos de admitir a inspiração de algumas obras gregas pagãs mencionadas por Paulo como Cleantes, Arato (At 17.28) e Epimênides (Tt 1.12). Também não sabemos de qual fonte Judas se apropriou para mencionar essa declaração profética de Enoque (talvez uma fonte comum que citava a profecia que foi usada também pelo autor do pseudoepígrafo de Enoque, que não está a nossa disposição atualmente). É provável que alguma tradição oral tenha mantido essa profecia com o passar dos séculos, chegando até os dias apostólicos, sendo esta a origem da citação de Judas, e não o livro apócrifo de Enoque. Independentemente de qualquer especulação sobre a origem da citação, podemos seguramente crer, que, de fato, Enoque profetizou sobre a segunda vinda do Senhor, sendo esta, portanto, a profecia mais antiga sobre esse evento conhecido, não sendo suficiente para confirmar a autoridade apócrifa de nenhum escrito do gênero.

Por que não aceitar a canonicidade de Macabeus se o livro de Hebreus (11.35) faz alusão a ele?

Talvez a menção de pessoas que suportaram torturas e sofreram grandes afrições se refira a pessoas desconhecidas que foram exemplares em se manterem  féis por meio de sua fé. Talvez o texto também esteja se referindo, de fato, a 2 Macabeus 7, o que não o faz canônico; assim como as citações de Paulo, o apóstolo, as literaturas de vários  filósofos gregos também não são suficientes para confrmar a “canonicidade” desses escritos (At 17.28; 1Co 15.33; Tt 1.12).

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Por que as Bíblias “evangélicas” omitem livros que não se encontram nas Bíblias católicas?

A questão não é de omissão da “Bíblia evangélica”, e sim de acréscimo à “Bíblia católica”, pois esses livros chamados apócrifos só vieram a fazer parte integrante de forma definitiva das Escrituras Sagradas cristãs a partir de 1546 no concílio de Trento. Quase 1.500 anos após o término do último livro da Bíblia, quando foram inseridos na Bíblia para combater os ensinos bíblicos defendidos pela reforma protestante iniciada no século 16. Antes, esses livros eram conhecidos pelos judeus, mas nunca o seu conteúdo foi por eles considerado de inspiração divina, e sim de conteúdo histórico e inferior aos demais textos bíblicos.

Por que deveríamos recusar a canonicidade dos apócrifos, se os Concílios de Hipona (393 d.C.) e Cartago (397 d.C.), que definiram até mesmo quais livros seriam canônicos e aceitos por todos os cristãos do mundo, aceitou-os?

 Os concílios de Hipona e Cartago foram pequenos “concílios” locais (que deveriam ser mais bem designados pela nomenclatura de “sínodos”, uma vez que tiveram representantes apenas locais e não houve uma convocação geral de bispos), e apesar de confirmarem a autoridade do NT como o conhecemos hoje, não foram esses concílios que o canonizaram, mas apenas confirmaram os livros já aceitos pela comunidade cristã como autênticos. Nenhum estudioso hebreu qualificado esteve presente nesses “concílios”, e até mesmo Jerônimo, tradutor da Vulgata Latina, se opôs fortemente a Agostinho, que influenciou as decisões tomadas nesses concílios. Hipona e Cartago não são considerados por nenhuma das principais vertentes do cristianismo como sendo “concílios universais” (concílios cujas decisões são universalmente aceitas pelo Catolicismo Romano, Ortodoxia Grega ou Protestantismo). Os chamados livros apócrifos foram definidos, mas não como integrantes de um segundo cânon (deuterocanônicos) no mesmo nível dos demais livros bíblicos em Cartago e Hipona. A grande prova disso é que, apesar de conhecidos há séculos pela Igreja católica e por Lutero, que inclusive os introduziu em uma seção à parte, no final de sua versão da Bíblia alemã, não foram vindicados pela Igreja católica como autenticamente inspirados diante da controvérsia com o famoso reformador alemão. Somente em Trento se definiu tais livros como integrantes de um segundo cânon igualmente inspirados.

Por que excluíram os apócrifos da Bíblia evangélica, se até mesmo a Septuaginta (tradução bíblica produzida no 3º século a.C.) os possui?

O fato de a tradução do AT em grego (LXX – Septuaginta) trazer os “apócrifos” em seu texto não é prova suciente de que eles eram aceitos como escritura inspirada, como são considerados os demais textos, pois a versão mais antiga disponível dessa tradução grega é datada do 4º século d.C., e não sabemos, portanto, se os “apócrifos” já faziam parte do texto original (e mesmo que fizessem, ainda deveríamos ter certeza de que eram considerados canônicos, o que não temos como saber com toda certeza). Além disso, o mesmo texto da LXX que traz alguns apócrifos agregados à Bíblia Católica possui alguns livros e trechos que não foram acrescentados a essa mesma versão (3 e 4 Macabeus, Odes de Salomão). Se a LXX é o único padrão para aceitação dos livros a serem introduzidos na versão católica, por que excluir alguns livros e trechos dessa mesma versão? Muitos judeus habitantes de Israel nunca aceitaram esses livros como inspirados, mesmo os conhecendo e usando como históricos (a comunidade “Yahad” do Mar Morto os traduziu). Somente os judeus helenistas que habitavam em Alexandria, no Egito, os admitiam com mais facilidade, pois eram judeus que frequentemente não liam as Escrituras em hebraico e possuíam grande influência helenística. Até mesmo o mais famoso tradutor do 4º século, Jerônimo, que traduziu a versão oficial da Igreja católica, que perdurou por mais de mil anos como texto oficial católico (a Vulgata Latina), criticou duramente a aceitação desses livros e a sua canonicidade. Além disso, nem Jesus nem qualquer um dos outros escritores bíblicos do NT os citou diretamente em alguma de suas várias (cerca de 350) referências aos textos do AT. E, se o tivessem feito, não seria prova suciente de sua canonicidade (Paulo fez uso de citações de escritores pagãos, mesmo não considerando tais textos como “Escritura”, ou mesmo os seus escritores como “inspirados” [At 17.28; Tt 1.12, 13]).

Por que a Bíblia usada pelos evangélicos é diferente da Bíblia católica?

As Bíblias, tanto católicas como protestantes, possuíam um mesmo conteúdo de livros considerados inspirados até que, no concílio de Trento, em 1546, após o início da reforma protestante em 1517, a Igreja católica decidiu considerar alguns livros além dos 66 que já eram aceitos como canônicos (inspirados), para ter base de sustentação a algumas doutrinas católicas que eram refutadas por Lutero e seus companheiros com base nas Escrituras. A Igreja católica, diante da diculdade de responder às acusações levantadas pelos protestantes, decidiu adotar um conjunto de livros escritos no período intertestamentário (entre Malaquias e Mateus), sete ao todo: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria e 1, 2 Macabeus, mais algumas partes inseridas nos livros de Daniel e Ester (quatro trechos). As principais doutrinas “favorecidas” foram: 
1. Justi cação pelas obras (Tobias 4.7-11); 2. Mediação dos Santos (Tobias 12.12); 
3. Ódio aos Samaritanos (Eclesiásticos 50.27-28); 
4. Oração pelos mortos (2Macabeus 12.44-45); 
5. Magia como meio de exorcismo (Tobias 6.8). Portanto, os livros que foram inseridos na Bíblia católica possuem doutrinas que não se harmonizam com o restante das Escrituras Sagradas e jamais foram aceitos pelos judeus palestinianos como inspirados por Deus. Por exemplo, na lista de livros considerados inspirados, escrita pelo historiador judaico Flávio Josefo, ele omite os apócrifos, mesmo os conhecendo em seus dias, admitindo-os apenas como “históricos” e de conteúdo inferior e secundário às demais Escrituras. Até o famoso Jerônimo, tradutor da Bíblia latina Vulgata, que durante muitos séculos foi a versão oficial católica, recusou-se a traduzir os “apócrifos” em sua versão das Escrituras. Esses livros só foram introduzidos na Vulgata após a sua morte.